Saúde

10 fatores que podem ameaçar a sua saúde ainda este ano

A Organização Mundial da Saúde dá o alerta. Há dez fatores que vão atentar contra a saúde da população mundial e não são só vírus – a poluição e as alterações climáticas também estão na lista.

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10 fatores que podem ameaçar a sua saúde ainda este ano
Rita Caetano
Escrito por
Jul. 29, 2019

A não vacinação, a poluição, as mudanças climáticas, as doenças não infecciosas, a resistência aos antibióticos, a falta de cuidados de saúde primários e vírus à escala global são a grande preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao todo, são dez os ‘agentes patológicos’ que a OMS aponta como os mais perigosos para este ano.

10 fatores que podem condicionar a sua saúde

1. Poluição e mudanças climáticas

Para a OMS, a poluição representa o maior risco ambiental para a saúde durante este ano, até porque, realça, nove em dez pessoas estão expostas à poluição diariamente. Os poluentes aéreos penetram no sistema respiratório e circular, afetando o coração, pulmões e cérebro, contribuindo para doenças como AVC, cancro e doenças cardiovasculares. Sabia que a dieta mediterrânica é anti-poluição?

Por outro lado, a principal causa da poluição ambiental, a combustão de combustíveis fósseis, é o maior causador de mudanças climáticas, que têm impacto na saúde da população mundial. A OMS estima que, entre 2030 e 2050, as alterações climáticas causem mais 250 mil mortes por ano, pois irão estar na origem de problemas nutricionais, casos de malária e diarreias.

2. Doenças não infeciosas

São exemplos destas patologias a diabetes, o cancro, as doenças do coração, mas também as doenças mentais. As patologias não infecciosas são responsáveis por 70% das mortes a nível mundial.

Na verdade, 15 milhões de pessoas morrem prematuramente, entre os 30 e os 69 anos, devido a estes problemas. O tabaco, a inatividade física, o álcool, dietas alimentares pouco saudáveis e a poluição ambiental contribuem para estas doenças.

A OMS chama ainda a atenção para os problemas mentais. Metade dos casos começam por volta dos 14 anos e a falta de diagnóstico e de tratamento leva ao suicídio, a segunda causa de morte na faixa etária dos 15 aos 19 anos.

3. Pandemia global de gripe

Não se sabe quando nem com que intensidade, mas o mundo vai viver outra pandemia de gripe, avisa a OMS.

A rápida resposta das entidades de saúde e a vacina da gripe podem ser a resposta para evitar outro surto.

4. Condições frágeis e vulneráveis

Vinte e dois por cento da população mundial, ou seja, 1,6 mil milhões de pessoas, vive em locais mergulhados em crises prolongadas (fome, guerra, deslocamento da população, seca) e com fracos recursos de saúde, o que faz com que não tenham cuidados básicos.

5. Resistência antimicrobiana

O excesso de toma de antibióticos fez com que as bactérias, parasitas, vírus e fungos se estejam a tornar resistentes aos medicamentos.

Para a OMS, corre-se o risco de recuar no tempo, mais precisamente, para a altura em que não era possível tratar infeções como a pneumonia, tuberculose, gonorreia e por salmonelas.

A Organização Mundial da Saúde avança que essa incapacidade para travar infeções pode colocar em risco cirurgias e tratamentos de quimioterapia. O uso excessivo de medicamentos afeta também os animais que entram na nossa cadeia alimentar.

6. Ébola e outros patogénicos de alto perigo

O exemplo da República Democrática do Congo, que teve dois surtos de ébola distintos no ano passado, mostra que uma epidemia do género será muito crítica.

Por esse motivo, 2019 foi considerado pela OMS o ano de ação para a preparação para emergências, no combate a vírus, tais como ébola, Zika, Nipah, coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente e síndrome respiratória aguda grave.

A preparação para combater agentes patogénicos ainda desconhecidos também é fundamental, sublinha a OMS.

7. Cuidados de saúde primários frágeis

O primeiro contacto com o sistema de saúde é feito nos cuidados primários e são estes que devem acompanhar a população ao longo da vida e satisfazer a maioria das necessidades de saúde. No entanto, isso não acontece em muitas partes do globo.

A OMS afirma também que um sistema de saúde primário forte é a primeira arma para que se viva com mais saúde.

8. Não vacinar

Hesitar levar (ou dar aos filhos) vacinas ou mesmo recusá-las ameaça reverter o combate a algumas doenças que já tinham sido erradicadas.

Um exemplo disso é o sarampo, doença que registou um aumento de casos em 30%. A OMS lembra que a vacinação é a forma mais económica de evitar doenças e 1,5 milhões de mortes poderiam ser evitadas caso a política global de vacinação melhorasse.

Uma das apostas da Organização Mundial da Saúde para este ano é o aumento da cobertura da vacina contra o vírus HPV, que provoca o cancro do colo do útero, em todo o mundo.

9. Dengue

Estima-se que 40% da população mundial esteja em risco de adoecer de dengue e que o vírus faça 390 milhões de infeções por ano. Esta doença é transmitida por mosquitos e pode ser letal na sua estirpe mais grave.

Países como o Bangladesh e a Índia são os que têm mais casos registados e a transmissão ocorre, sobretudo, no período das monções.

A OMS diz ainda que a doença está também a afetar países com climas menos tropicais, sendo o Nepal um exemplo disso.

10. VIH

É verdade que se tem feito um grande progresso no tratamento do VIH e da sida com o uso dos antirretrovirais (22 milhões de pessoas estão a ser tratadas desta forma) e que estes também já são administrados em pessoas que estiveram em contacto com vírus de forma a prevenir a infeção.

No entanto, como alerta a Organização Mundial da Saúde, nem tudo são boas notícias no que a este campo diz respeito, pois quase um milhão de pessoas morrem por ano devido a este vírus e 37 milhões vivem com a doença.

Um grupo cada vez mais afetado pelo VIH são as raparigas e mulheres dos 15 aos 24 anos, que representam uma em cada quatro infeções na África subsariana, apesar de serem apenas 10% da população nessa parte do continente africano.


Conhecia todos estes fatores? Saiba ainda qual a dieta que ajuda a prevenir doenças.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 225, março de 2019.

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