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Estes hábitos diários ajudam a reduzir o risco de cancro, aconselha um especialista

Estes hábitos diários ajudam a reduzir o risco de cancro, aconselha um especialista

No Dia Mundial de Luta contra o Cancro, que se assinala a 4 de fevereiro, conversámos com um médico oncologista para perceber os hábitos que podemos seguir para evitar o cancro.

Por Fev. 4. 2025

Foi no ano 2000 – há precisamente 25 anos – que a União Internacional de Controlo do Cancro (UICC), a maior e mais antiga Organização de luta contra o cancro, decretou o 4 de fevereiro como o Dia Mundial de Luta contra o Cancro.

Esta data foi criada com o objetivo de “capacitar e unir a população para enfrentar um dos maiores desafios de saúde pública atuais”, lê-se no portal da Liga Portuguesa contra o Cancro.

Com o mesmo propósito em mente, e para perceber quais os hábitos que podemos adotar para prevenir esta doença, conversámos com João Vasco Barreira, médico oncologista, que nos disse que “a prevenção do cancro é um tema multifatorial, que abrange hábitos de vida, escolhas alimentares, atividade física, e foco na saúde mental”.

Hábitos que podem ajudar a prevenir o cancro

Quais são os hábitos de vida mais importantes para reduzir o risco de ter cancro?

Existem vários fatores de risco não modificáveis, como a nossa genética e idade, mas por outro lado existem muitos que são modificáveis. São esses que temos uma palavra a dizer e que devemos fazer escolhas conscientes e proativas com vista a reduzir o risco potencial de cancro. Destaco:

Cessação tabágica: o tabaco é a principal causa evitável de cancro. Está diretamente associado a cancros como o do pulmão, cabeça e pescoço, bexiga, entre outros.

Reduzir ou evitar o consumo de álcool: consumo excessivo de álcool é fator de risco para vários cancros, entre os quais hepatocarcinoma e os cancros da cabeça e pescoço.

Exposição solar: proteja a sua pele da radiação UV com uso de proteção solar, roupas adequadas e evite exposição excessiva ao sol.

Vacinação: a vacina contra o HPV (vírus do papiloma humano) e hepatite B pode prevenir cancros associados a esses vírus, como é o caso do cancro do colo do útero ou o hepatocarcinoma.

Como é que a alimentação e o exercício físico contribuem para uma vida mais saudável e “longe” do cancro?

Todos nós já ouvimos o ditado An apple a day keeps the doctor away, uma expressão em inglês que, traduzida à letra, informa que “Uma maçã por dia mantém o médico à distância”. Em Portugal há até quem diga: “Uma maçã por dia dá uma vida sadia.” É essencial manter uma alimentação saudável e ter uma vida ativa.

Um plano alimentar rico em frutos e vegetais, fontes de antioxidantes, vitaminas e fibras ajudam a neutralizar os radicais livres que podem causar danos a nível celular. Alimentos ricos em fibras promovem uma saúde intestinal. Já as gorduras “saudáveis” como por exemplo nozes, sementes e peixes, são fontes ótimas de ómega-3.

Hábitos saudáveis consistentes são a melhor estratégia para reduzir o risco de cancro e promover uma vida longa e saudável.
João Vasco Barreira, médico oncologista

Nunca é de mais relembrar que existe uma relação direta entre o consumo de carne processada e carnes vermelhas e o aumento de risco de cancro colorretal. Evite alimentos ultraprocessados, geralmente compostos por inúmeros aditivos, conservantes e açúcares excessivos.

Relativamente à prática de exercício, esta contribuiu para a manutenção de uma vida saudável com impacto na promoção do sistema imunitário e bem-estar geral.

Que alimentos devemos, então, privilegiar?

Privilegie, sempre que possível, o consumo de frutas e vegetais como brócolos, cenouras, frutos vermelhos, frutos cítricos, entre outros. Nunca se esqueça de fazer uma dieta variada com a ingestão de alimentos dos cincos grupos nas quantidades e proporções adequadas. A variedade na alimentação é a melhor regra para garantir que as necessidades nutricionais são satisfeitas através da nossa dieta.

Como é que o stresse e a saúde mental podem influenciar o risco de cancro?

É inegável dissociar a saúde mental quando se fala de fatores de risco oncológicos. O papel do stresse na nossa saúde mental é sobejamente conhecido. Pode ter impacto potencial no sistema imunitário e criar um status pró-inflamatório, criando um microambiente propício ao desenvolvimento de várias doenças. Procurar ajuda e não ter medo de verbalizar os sinais e sintomas é a chave nestas situações.

Tente adotar estratégias para gerir o stresse com vista a uma contribuição para bem-estar e otimização da sua saúde mental. A prática de exercício físico, uma vida social preenchida, um sono de qualidade podem ser a chave para esta gestão diária.

Não se esqueça, hábitos saudáveis consistentes são a melhor estratégia para reduzir o risco de cancro e promover uma vida longa e saudável. Não espere por amanhã, só depende de si!

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