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Mamografia: o que é e porque é tão importante

Mamografia: o que é e porque é tão importante

A mamografia é essencial para detetar o cancro da mama. Manuela Delgado, médica radiologista com diferenciação em Senologia na Unidade da Mama do Hospital CUF Porto, diz-nos em que consiste este exame e como a tecnologia atua na prevenção.

Por Out. 30. 2023

A propósito do mês de prevenção do cancro da mama, também conhecido como Outubro Rosa, importa alertar para aquele que é o tumor mais frequente na mulher no mundo ocidental, com uma média de cerca de 1 milhão e 700 mil novos casos em todo o mundo.

Se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%. Apesar do grande desenvolvimento ao nível dos tratamentos, cada vez mais eficazes, é importante sensibilizar para o diagnóstico precoce.

A principal arma na luta contra esta doença passa por detetar em fases iniciais, mais fáceis de tratar e que permitem tratamentos menos agressivos e mutilantes.

Tecnologia, uma aliada na antecipação do diagnóstico

A tecnologia é fundamental para um diagnóstico precoce de cancro da mama. A evolução tecnológica constante e a sua implementação nos diferentes equipamentos de diagnóstico, nomeadamente nos mamógrafos, proporciona um “aperfeiçoamento” da imagem, melhorando a qualidade do diagnóstico e, ao mesmo tempo, reduz a dose de radiação a utilizar.

Desde a mamografia, ecografia, ressonância magnética e biópsias, todas elas têm vindo a sofrer uma melhoria considerável, mas iremos hoje focar-nos na mamografia 3D, também conhecida por tomossíntese, que permite obter imagens de maior qualidade.

A tomossíntese levou a um aumento da taxa de diagnósticos de novos cancros em 25% a 27%
Manuela Delgado, médica radiologista

A tomossíntese é particularmente benéfica na mama de alta densidade glandular (padrão denso – quando a mama é constituída por glândula mamária desenvolvida, exuberante, com baixa quantidade de tecido adiposo, tal como acontece na mulher jovem), permitindo a deteção precoce de focos malignos milimétricos, levando a um impacto relevante nos tratamentos a efetuar.

É efetuada com a mama comprimida, tal como na mamografia digital 2D, com a aquisição de uma série de imagens bidimensionais, permitindo, após processamento, uma reconstrução tridimensional da mama.

Nas imagens da mamografia digital convencional (2D) existe uma sobreposição das várias estruturas mamárias que podem obscurecer ou até simular uma lesão suspeita.

A tomossíntese elimina essa sobreposição, possibilitando uma melhor deteção de lesões subtis e fornece uma excelente localização espacial da lesão. Melhora a sensibilidade (maior capacidade em detetar lesões) e a especificidade (facilita a distinção entre lesões suspeitas e não suspeitas).

Tomossíntese vs. mamografia digital

Estudos inicialmente efetuados em que associaram a tomossíntese e a mamografia digital convencional verificaram que a primeira levou a: um acréscimo de informação diagnóstica de 27% a 30%; a uma redução de 15% a 20% de falsos diagnósticos face à mamografia 2D isolada; a um aumento da taxa de diagnósticos de novos cancros em 25% a 27%, dos quais 40% invasivos à data do diagnóstico.

Ter uma boa imagem para diagnóstico precoce de cancro da mama é importante, mas mais relevante, é ter médicos radiologistas com diferenciação nesta área.

Nunca é demais alertar para uma vigilância mamária adequada: faça o autoexame e consulte regularmente o seu médico, que a irá aconselhar que tipo de exames deve realizar e com que frequência, de acordo com o seu caso específico.

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