Nunca uma geração teve tanta escolaridade e esteve tão conectada como esta, mas, do ponto de vista da saúde, algo está a falhar. Falamos, claro está, dos millennials, nascidos entre 1981 e 1999.
Eles até podem saber mais sobre alimentação saudável, estar mais informados sobre saúde e bem-estar, procurarem terapias alternativas e psicoterapia, mas, de acordo com o estudo The Economic Consequences of Millennial Health, publicado na revista The Lancet, a taxa de mortalidade entre aqueles irá subir 40% em comparação com a geração anterior na mesma idade, se nada se fizer para mudar esta situação.
Estes dados mostram que a garantia de que a geração posterior vive melhor que a anterior, algo que a História nos tem mostrado, nem sempre se verifica.
Pouco saudáveis
O índice de saúde analisado mostra uma deterioração geral do estado de saúde física e mental em confronto com a geração X (que comporta os nascidos entre 1960 e 1980). Para chegar a esta conclusão, o relatório realizado pela consultora Moody’s Analytics teve em conta cinco condições de saúde: colesterol alto, hipertensão, problemas associados ao consumo de tabaco, hiperatividade e depressão.
Registou-se uma subida em todas elas, entre 2014 e 2017. No caso das três primeiras, o aumento foi inferior a 20%; já os problemas associados à saúde mental e comportamental aumentaram 30%.
Um outro dado preocupante é que o suicídio e as overdoses representam 60% das mortes na faixa etária dos 25 aos 29 anos.
Problemas económicos
Dizem os autores da investigação que o declínio irá fazer-se sentir não só na saúde, mas também nas condições económicas.
Ao terem mais despesas médicas (um dado ainda mais importante nos Estados Unidos da América por não haver um sistema nacional de saúde como existe na Europa), os millennials terão menos dinheiro disponível para fazer face a outras necessidades e, ao ficarem doentes, serão menos produtivos.
Este cenário só irá aumentar a desigualdade social e será, segundo o relatório já citado, um círculo vicioso, contribuindo para piores condições físicas e mentais. Outro dado a salientar é que os problemas de saúde são mais elevados entre aqueles cujas condições económicas já são piores.
Para que esta situação seja revertida, é fundamental que as políticas de saúde mudem e que se centrem também nas necessidades dos millennials.