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Millennials têm menos saúde do que a geração anterior

Millennials têm menos saúde do que a geração anterior

A geração nascida entre 1981 e 1996 terá menos saúde do que a anterior e esse facto vai refletir-se na economia.

Por Abr. 28. 2020

Nunca uma geração teve tanta escolari­dade e esteve tão conectada como esta, mas, do ponto de vista da saúde, algo está a falhar. Falamos, claro está, dos millen­nials, nascidos entre 1981 e 1999.

Eles até podem saber mais sobre alimentação saudável, estar mais informados sobre saúde e bem-estar, procurarem terapias alternativas e psicoterapia, mas, de acordo com o estudo The Economic Consequences of Millennial Health, publicado na revista The Lancet, a taxa de mortalidade entre aqueles irá subir 40% em comparação com a geração anterior na mesma idade, se nada se fizer para mudar esta situação.

Estes dados mostram que a garantia de que a geração posterior vive melhor que a anterior, algo que a História nos tem mostrado, nem sempre se verifica.

Pouco saudáveis

O índice de saúde analisado mostra uma deterioração geral do estado de saúde física e mental em confronto com a geração X (que comporta os nascidos entre 1960 e 1980). Para chegar a esta conclusão, o relatório realizado pela consultora Moody’s Analytics teve em conta cinco condições de saúde: colesterol alto, hipertensão, problemas associa­dos ao consumo de tabaco, hiperativi­dade e depressão.

Registou-se uma su­bida em todas elas, entre 2014 e 2017. No caso das três primeiras, o aumento foi inferior a 20%; já os problemas as­sociados à saúde mental e comportamental aumentaram 30%.

Um outro dado preocupante é que o suicídio e as overdoses representam 60% das mortes na faixa etária dos 25 aos 29 anos.

Problemas económicos

Dizem os autores da investigação que o declínio irá fazer-se sentir não só na saúde, mas também nas condições eco­nómicas.

Ao terem mais despesas médicas (um dado ainda mais importante nos Es­tados Unidos da América por não haver um sistema nacio­nal de saúde como existe na Europa), os millennials terão menos dinheiro disponível para fazer face a outras necessidades e, ao ficarem doentes, serão menos produtivos.

Este cenário só irá aumentar a desigualdade social e será, segundo o relatório já citado, um círculo vicioso, contribuindo para piores condições físicas e mentais. Outro dado a salientar é que os problemas de saúde são mais elevados entre aqueles cujas condições económicas já são piores.

Para que esta situação seja revertida, é fundamental que as políticas de saúde mudem e que se centrem também nas necessidades dos millennials.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 238, abril de 2020.
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