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Mochila pesada? Saiba como evitar lesões nas costas neste regresso às aulas

Mochila pesada? Saiba como evitar lesões nas costas neste regresso às aulas

Andar (literalmente) com a mochila para a frente e para trás de segunda a sexta-feira é uma realidade comum a todos os estudantes. Por isso, conversámos com um osteopata para perceber o que se pode fazer a fim de prevenir lesões na coluna e no pescoco causadas pelo peso excessivo, bem como o que fazer na ocorrência das mesmas.

Por Set. 17. 2024

Mesmo com a existência de cacifos, muitas crianças e adolescentes andam diariamente carregados com cadernos, estojos e outros materiais escolares, e embora as consequências não se façam logo sentir, o mais certo é que surjam problemas de saúde mais tarde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as crianças não devem transportar mochilas cujo peso seja superior a 10% do seu peso corporal, explica Carlos Patrício, osteopata da Power Clinic, à Saber Viver. No entanto, são vários os estudos que indicam que mais de metade das crianças em idade escolar transportam mochilas com peso excessivo.

“Para uma criança de 30 a 35 kg a mochila não deve exceder os 3 a 3,5 kg”, exemplifica. “Esta ‘regra’ não se aplica em todas as situações: em crianças com índices de obesidade, o peso da mochila tem de ser inferior a 10%. Deve ser tomada em consideração as crianças que tenham de se deslocar a pé para a escola, reduzindo o peso da mochila”.

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As consequências

“O stresse físico diário, associado à utilização de mochilas mal colocadas ou preparadas, causa uma inclinação significativa da cabeça e do tronco, provocando dor e incapacidade nas crianças”, afirma o médico. “Ao longo de vários anos, pode causar situações crónicas nas costas que podem prolongar-se até à idade adulta”, como por exemplo:

  • Dores de costas e de pescoço;
  • Alterações na forma de andar (marcha) e na postura;
  • Lesões degenerativas da coluna que alteram o crescimento do corpo – lesões mais tardias.

Como escolher a melhor mochila

A escolha de uma mochila com rodas, em detrimento de uma dita “normal” vai depender do tipo de utilização que a criança lhe irá dar, afirma Carlos Patrício. “As mochilas com rodas podem ser uma excelente opção quando são usadas maioritariamente em piso plano. Caso contrário, é melhor optar por uma mochila tradicional, de costas”.

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“Além disso, mesmo com as mochilas de rodas, é importante ter atenção à forma como a mesma é puxada, ou seja, deve manter-se o braço que puxa a mochila num ângulo que não exceda os 30 graus, entre o braço e o plano das costas”. Outro fator a ter em consideração, segundo o médico, é o facto das mochilas com rodas geralmente serem mais pesadas do que as tradicionais, pelo que não devem ser levadas às costas.

Tenha em conta estes aspetos quando precisar de comprar uma mochila:

  • Deve adequar-se ao tamanho de quem a vai utilizar;
  • Ser espaçosa;
  • Ter alças largas, fortes e acolchoadas;
  • Ter a traseira (parte que fica em contato com as costas) igualmente acolchoada;
  • Idealmente, ter um cinto para apertar na zona da cintura.

A prevenção é o melhor remédio

No caso de lesões causadas pelo peso que as crianças e adolescentes levam às costas, os osteopatas conseguirão com certeza ajudá-la. Contudo, mais importante que cuidar da lesão, é evitar que esta aconteça.

“De forma a evitar que as crianças e os jovens sofram de dores na coluna e pescoço ou lesões mais sérias e permanentes, é aconselhável que os pais ou encarregados de educação adotem algumas medidas para reduzir o peso da mochila”, acautela Carlos Patrício. Eis algumas dicas que poderão ajudar:

  • Como já referido, a mochila não deve pesar mais do que 10% do que o peso corporal da criança;
  • Levar apenas o material necessário para aquele dia;
  • Usar um dossiê em vez de cadernos. Desta forma, as folhas que já não são necessárias podem ser arquivadas em casa, reduzindo-se o peso;
  • Sempre que possível, recorrer aos cacifos das escolas para guardar material.

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Além destes cuidados, deve prestar-se atenção à forma como o material escolar é acomodado dentro da mochila, bem como à forma como esta é transportada.

  • Distribua bem o material escolar na mochila, colocando os objetos mais pesados junto às costas;
  • Ajuste as alças da mochila, de forma a que a mesma fique na parte média/centro das costas;
  • Carregue a mochila às costas o mínimo de tempo possível;
  • Utilize as duas alças da mochila, uma em cada ombro.
  • Se a mochila tiver cinto na região da cintura, coloque-o.

A importância da osteopatia pediátrica

O que é a osteopatia pediátrica?

A osteopatia pediátrica avalia e trata as disfunções no recém-nascido e na criança, contribuindo para inúmeros benefícios relacionados com o seu desenvolvimento. Atua por meio de técnicas de mobilização específicas e suaves, procurando equilibrar as tensões existentes nos diferentes tecidos (ossos, articulações, tendões, músculos, fáscias e órgãos).

Que tipo de problemas de saúde trata?

“Durante o parto, além de suportar as contrações uterinas, o crânio do bebé tem de se deformar para poder passar pela pélvis da mãe. Por vezes, este processo é excessivo (por exemplo, devido a um parto muito longo ou ao recurso a fórceps ou ventosas) e o bebé pode manifestar tensões desconfortáveis, quer na cabeça quer no resto do seu corpo”, explica o médico.

Assim, a prática visa libertar essas tensões do bebé/criança, atuando em problemas como:

  • Assimetrias do crânio (plagiocefalia, braquicefalia, etc.);
  • Alterações posturais;
  • Transtornos digestivos (cólicas, refluxo gastroesofágico, obstipação);
  • Transtornos respiratórios, de deglutição e ou sucção;
  • Disfunções na garganta, ouvidos e nariz;
  • Disfunções músculo-esqueléticas (torcicolos, varo e valgo dos joelhos, alterações da marcha, etc.);
  • Alterações do comportamento como irritabilidade, hiperatividade, choro prolongado e alterações do sono.

“Desde o seu nascimento que um bebé pode ser encaminhado para uma sessão de Osteopatia na Power Clinic. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhores serão os resultados”.