A osteoporose é a doença metabólica do osso mais prevalente e caracteriza-se por uma deterioração do tecido ósseo, o que tem como consequência o aparecimento de fraturas devido à fragilidade do osso.
É considerada um grave problema de saúde pública semelhante à diabetes mellitus, ao cancro ou às doenças cardiovasculares. Dado o aumento da esperança de vida e o envelhecimento crescente da população, a osteoporose tem uma prevalência crescente em todo o mundo.
Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens após os 50 anos irá sofrer uma fratura osteoporótica. E ainda que, a cada três segundos, ocorre uma fratura osteoporótica num qualquer lugar do globo.
Prevê-se também que, todos os anos, existam cerca de um milhão e meio de pessoas a sofrer fraturas osteoporóticas, sendo as mais relevantes, pela sua frequência, as da coluna vertebral (cerca de 50% dos casos), da anca e do punho.
A fratura da anca (colo do fémur) é a mais grave, podendo associar-se a perda de função e de qualidade de vida ou mesmo a mortalidade. Para as mulheres, o risco é maior a partir da menopausa.
Após a ocorrência da fratura, a probabilidade de se repetir no ano seguinte é de cerca de três vezes mais. A doença não causa sintomas até ocorrer a fratura, que habitualmente se associa a dor, alteração da função e deformidade.
A diminuição progressiva da estatura pode sugerir a ocorrência de fraturas vertebrais e, por isso, deve ser avaliada por um médico.
As possíveis causas
Nas mulheres
Apesar de se associar ao envelhecimento, a osteoporose também pode surgir em idades mais jovens. Algumas das causas são:
- Perda precoce da massa óssea, e pode ser provocada tanto por doenças nomeadamente endócrinas (hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, diabetes mellitus);
- Doenças inflamatórias intestinais;
- Cancros;
- Cirurgias ao tubo digestivo, como por exemplo medicamentos, nomeadamente corticoides;
- Tratamentos hormonais para os cancros da mama e da próstata, e pela hormona da tiroide em doses elevadas.
Nos homens
Uma causa importante de osteoporose nos homens é a falta da hormona masculina testosterona. Além disso, estas causas podem também estar associadas a:
- Alcoolismo;
- Tabagismo;
- Défice de ingestão de cálcio e vitamina D, que também contribuem para a doença.
O diagnóstico da osteoporose baseia-se na medição da massa óssea, cujo principal método de quantificação é a densitometria óssea.
Atualmente, existem ferramentas disponíveis na Internet que permitem calcular o risco de fraturas osteoporóticas, por exemplo, a 10 anos, como o questionário de avaliação FRAX, que pode consultar no site Ossos Fortes.
Os tratamentos possíveis
Em relação ao tratamento, são muito importantes as medidas gerais (também fundamentais na prevenção da doença e das fraturas), que incluem uma boa exposição solar afim de obter vitamina D, uma ingestão adequada de produtos lácteos que são fonte de cálcio, evitar o consumo de álcool e o tabagismo, assim como ter um estilo de vida saudável e fazer exercício físico adequado a cada caso.
Em termos de medicação, os principais fármacos disponíveis para tratar a osteoporose são os que inibem a reabsorção óssea, como os bisfosfonatos e o denosumab. Também pode usar-se a teriparatida, que promove a formação do osso.
É fundamental alertar para esta doença e para a importância do seu tratamento atempado e adequado, pois só assim podemos prevenir a sua consequência, as fraturas ósseas.