© Shutterstock
Osteoporose: a doença que afeta uma em cada três mulheres a partir dos 50 anos

Osteoporose: a doença que afeta uma em cada três mulheres a partir dos 50 anos

É a partir desta idade que deve ficar atenta a alguns dos problemas que esta doença pode trazer. Descubra, neste artigo elaborado pela endocrinologista Ana Barbosa, quais os tratamentos possíveis para a osteoporose.

Por Out. 20. 2020

A osteoporose é a doença metabólica do osso mais prevalente e caracteriza-se por uma deterioração do tecido ósseo, o que tem como consequência o aparecimento de fraturas devido à fragilidade do osso.

É considerada um grave problema de saúde pública semelhante à diabetes mellitus, ao cancro ou às doenças cardiovasculares. Dado o aumento da esperança de vida e o envelhecimento crescente da população, a osteoporose tem uma prevalência crescente em todo o mundo.

Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens após os 50 anos irá sofrer uma fratura osteoporótica. E ainda que, a cada três segundos, ocorre uma fratura osteoporótica num qualquer lugar do globo.

Prevê-se também que, todos os anos, existam cerca de um milhão e meio de pessoas a sofrer fraturas osteoporóticas, sendo as mais relevantes, pela sua frequência, as da coluna vertebral (cerca de 50% dos casos), da anca e do punho.

A fratura da anca (colo do fémur) é a mais grave, podendo associar-se a perda de função e de qualidade de vida ou mesmo a mortalidade. Para as mulheres, o risco é maior a partir da menopausa.

Após a ocorrência da fratura, a probabilidade de se repetir no ano seguinte é de cerca de três vezes mais. A doença não causa sintomas até ocorrer a fratura, que habitualmente se associa a dor, alteração da função e deformidade.

A diminuição progressiva da estatura pode sugerir a ocorrência de fraturas vertebrais e, por isso, deve ser avaliada por um médico.

O diagnóstico da osteoporose baseia-se na medição da massa óssea, cujo principal método de quantificação é a densitometria óssea
Ana Paula Barbosa, especialista em endocrinologia

As possíveis causas

Nas mulheres

Apesar de se associar ao envelhecimento, a osteoporose também pode surgir em idades mais jovens. Algumas das causas são:

  • Perda precoce da massa óssea, e pode ser provocada tanto por doenças nomeadamente endócrinas (hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, diabetes mellitus);
  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Cancros;
  • Cirurgias ao tubo digestivo, como por exemplo medicamentos, nomeadamente corticoides;
  • Tratamentos hormonais para os cancros da mama e da próstata, e pela hormona da tiroide em doses elevadas.

Nos homens

Uma causa importante de osteoporose nos homens é a falta da hormona masculina testosterona. Além disso, estas causas podem também estar associadas a:

  • Alcoolismo;
  • Tabagismo;
  • Défice de ingestão de cálcio e vitamina D, que também contribuem para a doença.

O diagnóstico da osteoporose baseia-se na medição da massa óssea, cujo principal método de quantificação é a densitometria óssea.

Atualmente, existem ferramentas disponíveis na Internet que permitem calcular o risco de fraturas osteoporóticas, por exemplo, a 10 anos, como o questionário de avaliação FRAX, que pode consultar no site Ossos Fortes.

Os tratamentos possíveis

Em relação ao tratamento, são muito importantes as medidas gerais (também fundamentais na prevenção da doença e das fraturas), que incluem uma boa exposição solar afim de obter vitamina D, uma ingestão adequada de produtos lácteos que são fonte de cálcio, evitar o consumo de álcool e o tabagismo, assim como ter um estilo de vida saudável e fazer exercício físico adequado a cada caso.

Em termos de medicação, os principais fármacos disponíveis para tratar a osteoporose são os que inibem a reabsorção óssea, como os bisfosfonatos e o denosumab. Também pode usar-se a teriparatida, que promove a formação do osso.

É fundamental alertar para esta doença e para a importância do seu tratamento atempado e adequado, pois só assim podemos prevenir a sua consequência, as fraturas ósseas.

Mais sobre doença , especialista