Saúde

10 perguntas sobre saúde que todas as mulheres devem fazer

Confirme agora o que deve perguntar aos seus pais, ao médico de família e a si própria. Um guia com perguntas sobre saúde cujas respostas deverá ter sempre em mente.

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10 perguntas sobre saúde que todas as mulheres devem fazer 10 perguntas sobre saúde que todas as mulheres devem fazer
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Escrito por
Mar. 03, 2020

Sabe se a sua mãe teve menopausa precoce? E historial de cancro, existe na sua família? Qual é a sua pressão arterial? É muito importante que saiba responder a estas e outras perguntas sobre saúde, pois ajudam-na a conhecer melhor o seu corpo e a estar alerta a determinados sinais.

Reunimos algumas questões que deve fazer aos seus progenitores para que conheça melhor o historial médico da sua família, ao seu médico e ainda a si própria, e assim saiba com o que pode vir a contar no futuro.

10 perguntas importantes a fazer sobre a sua saúde

Pergunte aos seus pais…

1. Existe história de cancro na nossa família?

Vários estudos confirmam que o risco de desenvolver cancro é maior em pessoas com história de cancro na família, principalmente se o familiar a quem foi diagnosticado cancro for de primeiro grau (pai, mãe ou irmãos).

Um estudo divulgado pelo Science Daily, que analisou 23 mil pessoas na Suíça e em Itália, concluiu que “a história familiar de cancro aumenta o risco de outros membros da família desenvolverem o mesmo tipo de cancro, ou mesmo outros”.

Este risco é ainda maior se a doença tiver sido diagnosticada num familiar, antes dos 60 anos. No entanto, a história familiar de cancro não significa necessariamente que irá desenvolver cancro. Ainda assim, se for o seu caso, faça rastreios regulares e siga à risca todos os princípios de um estilo de vida saudável.

Manuel Carrageta, cardiologista, alerta que “apesar de a genética ter um peso importante no desenvolvimento do cancro, o estilo de vida também tem um peso muito importante”.

2. A tia ou as primas tiveram cancro da mama ou do ovário?

Estudos mais recentes mostraram que a história familiar de cancro da mama é um fator de risco, não só para desenvolver cancro da mama, como cancro do ovário.

Se a sua mãe, tia ou prima teve cancro da mama, deverá realizar o rastreio do cancro da mama – a mamografia – mais cedo do que está preconizado. A ecografia pélvica também é fundamental para despistar o cancro do ovário.

“Apesar de ser um cancro pouco frequente (corresponde a 1% das neoplasias ginecológicas), este é um cancro silencioso, com uma elevada taxa de mortalidade e que tem, muitas vezes, associação familiar”, alerta a ginecologista Lisa Ferreira Vicente.

As mulheres com história familiar de cancro da mama ou ovário deverão realizar os respetivos rastreios, cerca de dez anos antes de terem sido diagnosticados na mãe/tia ou prima, segundo a especialista.

“Para os casos em que há história familiar de cancro da mama e do ovário em simultâneo, estão disponíveis testes genéticos que podem ser realizados para confirmar a presença de uma doença genética”, elucida Lisa Ferreira Vicente.

3. A última menstruação da mãe foi antes dos 40 anos?

Se tem mais de 30 anos e ainda não tem filhos, e gostava de ter, esta talvez seja uma questão importante para colocar à sua mãe. “As mulheres tendem a reproduzir o padrão da mãe, no que toca à idade de entrada na menopausa”, refere a ginecologista Lisa Ferreira Vicente.

Por razões ainda desconhecidas, algumas mulheres têm uma menopausa precoce (antes dos 40 anos). Por isso, pergunte à sua mãe em que idade ficou sem menstruação, durante um período de um ano (a definição “oficial” da menopausa). No entanto, segundo a especialista, a história familiar de menopausa precoce é apenas “orientadora”.

“Uma mãe pode entrar na menopausa aos 50 anos e a filha poderá entrar aos 45 anos”, exemplifica. De acordo com estudos internacionais, outros fatores, nomeadamente o consumo de tabaco, podem influenciar a idade com que a mulher entra na menopausa.

Um estudo norte-americano concluiu que as mulheres que fumam em excesso podem entrar na menopausa nove anos mais cedo do que as mulheres não-fumadoras.

A especialista aconselha a estar atenta aos seguintes sintomas que podem denunciar a chegada da menopausa: afrontamentos, insónia e secura vaginal, relacionada com a diminuição da lubrificação. Perante a presença destes sintomas, por mais de um mês, procure um especialista para averiguar a necessidade de realizar terapêutica hormonal. A sua prescrição deverá ser avaliada clinicamente, caso a caso.

5. Alguém na família já teve um AVC ou um ataque cardíaco?

“A história familiar de um acidente vascular cerebral (AVC) ou de um ataque cardíaco num familiar próximo (nomeadamente, pai, mãe ou irmãos) aumenta a probabilidade de ter também um AVC ou um ataque cardíaco. Este risco é ainda maior se estes ocorreram num familiar, antes dos 55 anos”, alerta Manuel Carrageta, cardiologista.

“No entanto, o estilo de vida, nomeadamente o tipo de alimentação (rica em açúcar, sal e gorduras saturadas), a falta de atividade física regular, maus hábitos como fumar e o consumo excessivo de álcool, são também importantes fatores de risco que podem e deverão ser controlados”, frisa o especialista.

Na presença de história familiar de AVC ou ataque cardíaco, deverá adotar um estilo de vida saudável mais rigoroso e informar o seu médico de família para que este faça uma vigilância mais apertada dos fatores de risco (excesso de peso, hipertensão arterial e colesterol). No caso de ser hipertensa, esta vigilância deverá ser feita de quatro em quatro meses.

Pergunte ao médico…

6. A minha pressão arterial é saudável?

É um dos procedimentos efetuados durante a consulta de rotina no seu médico de família, que deverá visitar uma vez por ano, na ausência de alterações. É importante que esteja a par dos valores da sua tensão arterial porque a hipertensão é um dos principais fatores de risco, que aumenta a probabilidade de vir a ter um AVC, um ataque cardíaco ou uma insuficiência cardíaca.

De acordo com o cardiologista Manuel Carrageta, “nas pessoas jovens, a tensão arterial não deverá ser superior a 140/90 (idealmente cerca de 120/80), ou a 150/90, no caso das pessoas com mais de 60 anos”. Para prevenir estas patologias, é importante que a tensão arterial esteja dentro dos valores normais.

“Em caso de hipertensão arterial, esta poderá ser normalizada com um estilo de vida adequado, ou, no caso de este não ser suficiente, através de um tratamento farmacológico. Um estilo de vida mais saudável e a terapêutica adequada permitem reduzir drasticamente o risco de vir a desenvolver qualquer uma destas patologias”, assegura Manuel Carrageta.

Reduzir o consumo de sal e de bebidas alcóolicas, fazer uma caminhada diária e perder peso são medidas essenciais na redução da tensão arterial. Segundo o especialista, um aumento de cinco quilos no seu peso poderá refletir-se num aumento de cerca de 10 mm da tensão sistólica e de 5 mm da diastólica.

7. Tenho o peso correto?

O controlo do peso é outro cuidado imprescindível e o motivo não é apenas a sua silhueta. O excesso de peso ou a obesidade são importantes fatores de risco de variadíssimas doenças como a hipertensão arterial, a diabetes e o colesterol, importantes fatores de risco de doenças fatais como o cancro e as patologias cardiovasculares.

“Considera-se que o peso é adequado quando o índice de massa corporal (peso/altura ao quadrado) se situa entre os valores de 19 e 25”, informa Alexandra Fernandes, médica especialista em Medicina Geral e Familiar.

Para manter um peso saudável, mantenha uma atividade física regular (idealmente, uma caminhada de 30 minutos por dia, ou uma modalidade de exercício físico de maior intensidade, durante 45 minutos, três vezes por semana) e uma dieta cuidada e equilibrada.

Manuel Carrageta aconselha uma alimentação mediterrânica, rica em vegetais. “A refeição ideal deverá incluir uma sopa de hortaliças, um prato de peixe ou carne (branca) acompanhado de uma salada, e uma peça de fruta como sobremesa”, refere o especialista.

“Se tem excesso de peso, a atividade física regular e a redução das calorias na alimentação vão ajudá-la a atingir o peso normal”, elucida ainda o cardiologista.

8. Como está a minha frequência cardíaca?

“Existe o mito na população em geral de que as mulheres não morrem com doenças cardíacas, mas morrem mais mulheres do que homens”, alerta Manuel Carrageta. De acordo com os dados apurados pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, “morrem nove vezes mais mulheres com doenças cardiovasculares do que com cancro da mama”.

A suspeita de um batimento cardíaco acelerado deverá ser confirmada ou despistada pelo seu médico de família. Este, com base na sua observação, indicará ou não a necessidade de efetuar um eletrocadiograma [exame que regista a atividade elétrica do coração].

“As pessoas com um batimento cardíaco acelerado permanentemente têm tendência para desenvolver doenças cardiovasculares, como o enfarte do miocárdio, a angina de peito, ou a insuficiência cardíaca e deverão tomar um conjunto de medidas com vista a normalizar o batimento cardíaco”, alerta o cardiologista.

As medidas, não farmacológicas, passam pelo controlo da ansiedade, nomeadamente através da prática de técnicas de relaxamento como a meditação ou o yoga, e, se necessário, recurso a medicação.

Pergunte a si própria…

9. Quanto mede o meu perímetro abdominal?

Vários estudos internacionais têm provado que a chamada “obesidade abdominal” está associada ao risco aumentado de desenvolver diabetes tipo II e doenças cardiovasculares prematuras.

“A gordura abdominal é ativa e produz substâncias químicas – citocinas – que são tóxicas para o organismo. Estas susbtâncias ‘atacam’ o pâncreas, levando ao desenvolvimento de diabetes, e, ao mesmo tempo, ‘atacam’ as artérias, aumentando o risco de sofrer de um enfarte do miocárdio ou de um AVC”, alerta o cardiologista Manuel Carrageta.

Na opinião deste especialista, a gordura abdominal é a gordura mais perigosa para a saúde e mais grave do que o excesso de peso global.

No caso das mulheres, o perímetro abdominal, pelas recomendações norte-americanas, deverá ser inferior a 88 cm. Se não é o seu caso, está na altura de mudar o seu estilo de vida. A perda de peso e a atividade física regular são dois passos essenciais na redução do risco cardiovascular.

10. Está na altura de ter um bebé?

“Apesar da crise financeira, da carreira profissional, etc, convém não adiar muito a gravidez”, alerta Alexandra Fernandes. De acordo com esta especialista, a primeira gravidez deverá, idealmente, ocorrer antes dos 30 anos.

“A partir dos 35 anos, aumenta significativamente o risco do bebé vir a ter doenças cromossómicas, como a Trissomia 21. Além disso, quanto mais velha for a mulher, maior a dificuldade em engravidar e maior a possibilidade de ocorrência de complicações na gravidez e no parto”, sublinha.

A ginecologista Lisa Ferreira Vicente alerta que a mulher deverá agendar uma consulta preconcecional, se pretende engravidar, antes de interromper a contraceção.

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Português Doutor Ricardo Jorge, entre 25% a 35% das mulheres não planeiam a gravidez. Esta consulta é importante para averiguar se está tudo bem com a saúde da mulher, e especialmente quando a mulher sofre de alguma doença crónica, como a diabetes, a epilepsia e a asma.

Por outro lado, as especialistas alertam que muitas mulheres, que não pretendem engravidar, não fazem nenhuma contraceção ou usam métodos pouco eficazes, como o coito interrompido ou o preservativo isolado. Converse com o seu médico de família ou ginecologista sobre o método de contraceção mais indicado para o seu caso.

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