Pintar o cabelo pode estar associado ao cancro da mama, diz novo estudo
Mais de 40 mil mulheres americanas entraram no estudo, sendo que as mulheres negras fazem parte do grupo de maior risco.
Sempre houve alguns alertas relacionados com as tintas de cabelo – principalmente pelos químicos associados -, mas nunca, pelo menos até agora, tinha sido revelado que poderiam ter algum malefício mais grave para a saúde.
Uma nova investigação publicada no Internacional Journal of Cancer analisou 46.700 mulheres norte-americanas e os resultados mostraram que mulheres brancas e negras correm riscos diferentes.
As mulheres negras que usam tintas permanentes têm 60% mais probabilidade de vir a ter cancro da mama do que as mulheres da mesma raça que não pintam. Em relação às mulheres brancas, não foi registado um risco tão significativo.
Os investigadores ainda não têm uma justificação para isto, mas acreditam que pode ser porque são criados diferentes produtos para mulheres de diferentes etnias e raças, ou porque o cabelo afro necessita que seja aplicada uma maior quantidade de tinta que acaba por ser absorvida pela pele.
Mas não fica por aqui. O estudo diz ainda que as mulheres que usam alisadores químicos tinham 30% mais hipóteses de serem diagnosticadas. Porém, segundo os dados, 74% das mulheres que usavam estes produtos eram negras e apenas 3% eram brancas.
É importante referir que o estudo está a dividir a comunidade científica, uma vez que há especialistas que referem que estes dados não são suficientes para correlacionar o uso de tinta de cabelo ao cancro da mama. Por outro lado, há também quem se mostre preocupado com os resultados apresentados, uma vez que estes produtos são usados por milhares de mulheres.
“É um estudo com uma grande amostra mas todas as participantes tinham histórico familiar de cancro da mama, o que faz com que já tenham um maior risco de ter esta doença”, concluiu Kotryna Temcinaite, da associação Breast Cancer Now, ao The Sun.
“O nosso conselho é que, se as pessoas querem adotar uma abordagem preventiva, devem limitar o uso destes produtos”, afirmou Robin Dodson, cientista no Instituto de Silent Spring, em Massachusetts, ao The New York Times.