Como Pedro Vasconcelos, Coordenador da Unidade de Dermatologia da Clínica de Santo António do Grupo Lusíadas Saúde, nos explica, “o termo poliose não se refere a uma doença propriamente dita, mas a uma manifestação clínica que pode ser comum a várias doenças. A poliose consiste em manchas de pelos ou cabelos brancos constituídas por um grupo circunscrito de folículos pilosos afetados. Pode ocorrer em qualquer área do corpo, sendo mais frequente no couro cabeludo, sobrancelhas, pestanas ou barba”.
Assim, “a poliose é a consequência da diminuição ou ausência de melanina (o pigmento que confere cor à pele, aos pelos e aos cabelos) nos folículos pilosos atingidos, o que lhes atribui uma aparência branca ou cinzenta (de onde decorre a origem da palavra poliose: polios – cinzento, em grego antigo – e ose – condição/estado)”, acrescenta.
Causas
As causas ainda não são completamente claras. O seu aparecimento pode ser sintoma de um problema de saúde mais sério. Embora não deva ficar alarmada caso lhe surja poliose, deve consultar o seu médico.
As doenças e problemas de saúde que têm a poliose como um dos sintomas são:
- Vitiligo;
- Esclerose tuberosa;
- Piebaldismo;
- Síndrome de Waardenburg ou de Tietze;
- Alopecia areata;
- Blefarite;
- Cancro da pele.
“A poliose pode estar associada a doenças genéticas ou doenças adquiridas. As primeiras são consideravelmente raras, manifestando-se desde a infância. Por esse motivo, quando se observa esta condição numa criança, impõe-se o despiste de uma doença ou síndrome genético. São exemplos dessas doenças a esclerose tuberosa, o piebaldismo, o síndrome de Waardenburg ou o síndrome de Tietze. Estas condições podem estar associadas a problemas graves de saúde, nomeadamente surdez, epilepsia ou outras doenças neurológicas”, enfatiza o especialista.
No entanto, Pedro Vasconcelos refere que “a maioria dos casos de poliose está, todavia, relacionada com condições clínicas adquiridas”.
A poliose tem cura?
Segundo o dermatologista, se a poliose tem por causa uma doença ou síndrome genético, não existe cura nem tratamento. Se, por outro lado, a causa for uma condição adquirida (como a alopécia areata, a blefarite ou o halo nevo), o tratamento dessa condição poderá fazer desaparecer as lesões de poliose.
Contudo, “uma causa frequente de poliose é o vitiligo, cujo tratamento não tem, infelizmente, resultados muito animadores. A coloração artificial do cabelo ou zonas pilosas afetadas é uma opção habitualmente utilizada para minimizar o impacto estético desfavorável da poliose”, explica.