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Preservativo: aquele acessório que fica sempre bem

Preservativo: aquele acessório que fica sempre bem

Sabe quando é que o preservativo foi inventado? E do que era feito inicialmente? Embora seja uma invenção antiga, o seu uso (correto) continua a ser de extrema importância, algo a que estamos a assistir cada vez menos.

Por Fev. 25. 2025

Reza a história que os primeiros preservativos eram feitos de papel de seda ou bexigas de animais e, apesar da sua utilização datar desde as civilizações mais antigas, foi na Idade Média que o seu uso se tornou mais consistente. No séc. XVI, surge o primeiro preservativo de linho, criado por um médico italiano, e que tinha como principal objetivo a proteção contra a Sífilis.

Objetivo que ainda hoje se mantém atual, sendo a proteção contra as infeções sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia, herpes genital, HPV, sífilis, HIV, hepatite B e C e tricomoníase, um dos principais motivos para a recomendação generalizada de uso. Infelizmente, o aumento da informação disponível é inversamente proporcional ao uso deste acessório, que tem vindo a ser desvalorizado, também devido à existência de novos métodos contraceptivos e de tratamentos para as IST’s.

Um erro cada vez mais frequente, e que tem de ser combatido com mais informação e disponibilização de preservativos de forma acessível à população. Talvez não saiba, mas os preservativos fazem parte da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde, uma lista com os medicamentos mais eficazes e seguros imprescindíveis num sistema de saúde. Pela segurança que oferece, o preservativo é um acessório que nunca deveria sair de moda.

A indústria tem feito o seu papel, para tornar o seu uso mais apelativo, com a criação de dezenas de opções, com diferentes tamanhos, texturas, cheiros, cores ou sabores, mas o esforço não tem sido suficiente para convencer a população que o seu uso, não é (nem deve ser) opcional.

Mónica Gomes Ferreira, ginecologista na MS Medical Institutes.

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Erradamente, o uso do preservativo está mais associado à proteção contra gravidezes indesejadas, quando é o único aliado contra as infeções sexualmente transmissíveis. Infeções que têm vindo a aumentar um pouco por todo o mundo e que são transmitidas se existirem relações sexuais (vaginais, anais ou orais) com uma pessoa infetada. E basta uma vez!

Estas infeções, não são apenas prejudiciais a curto prazo, mas também podem causar complicações graves a longo prazo, como infertilidade (clamídia, gonorreia), cancro (HPV), problemas neurológicos e cardíacos (sífilis), ou até a morte (HIV, hepatites). Existindo ainda algumas ISTs que aumentam o risco de contrair o HIV.

É urgente falar, sem tabus, sobre estes temas, apostar na prevenção, na educação sexual em casa e nas escolas. Tornar estes assuntos tão naturais quanto a relação sexual em si, e relembrar que basta um comportamento de risco para que o destino mude para sempre. Não deixe que os outros decidam por si e vista (sempre) a camisola.

Este artigo foi escrito por por Mónica Gomes Ferreira, ginecologista na MS Medical Institutes.
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