Saúde

Protetor solar infantil: o que precisa de saber para proteger os mais novos do sol

Sabia que a pele dos bebés e das crianças está mais suscetível aos efeitos nocivos do sol? E que uma queimadura solar na infância duplica o risco de desenvolvimento de cancro da pele? Conversámos com uma dermatologista para não sobrarem mais dúvidas sobre os protetores solares infantis.

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Protetor solar infantil: o que precisa de saber para proteger os mais novos do sol Protetor solar infantil: o que precisa de saber para proteger os mais novos do sol
© Freepik
Ana Filipa Damião
Escrito por
Jun. 06, 2024

Ainda não estamos no verão, precisamos mesmo de proteção solar?”, podem questionar algumas leitoras. Ao que os especialistas irão responder de imediato: “A proteção solar é imprescindível o ano inteiro e é ainda mais importante em idades pediátricas”. Por esse motivo, criámos um guia rápido com tudo o que precisa de saber sobre os protetores solares infantis, para que os mais novos desfrutem do verão protegidos dos efeitos negativas do sol.

Conhecimentos essenciais

“Os benefícios da exposição solar são conhecidos. Contudo, a exposição solar excessiva e não protegida tem consequências negativas a curto e a longo prazo para a nossa pele”, explica Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista da Clínica Espregueira no Porto, à Saber Viver. Queimaduras solares e cancro da pele são apenas alguns exemplos.

“De recordar que o uso de protetor não se limita à praia, mas também a qualquer atividade no exterior, como passeios, desporto e brincadeiras ao ar livre. No caso de crianças, além do uso do protetor solar infantil, o uso de fotoproteção têxtil (chapéu e roupa com proteção ultravioleta) e óculos de sol são extremamente importantes”, afirma a dermatologista, lembrando ainda que o uso de chapéu de sol na praia não oferece proteção absoluta.

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© Canva

“Tanto a água como a areia são superfícies refletoras dos raios ultravioleta e, por este motivo, mesmo à sombra deve ser usada fotoproteção. Outro aspeto importante a ter em conta é a radiação ultravioleta, que é especialmente intensa entre as 10h e as 16h”.

Os bebés devem usar protetor solar?

A fotoproteção assume especial importância em idades pediátricas, como já tinha referido Marta Ribeiro Teixeira, uma vez que a pele nesta fase da vida ainda é imatura e está mais suscetível aos efeitos nocivos do sol. “Hoje sabe-se que uma queimadura solar na infância duplica o risco de desenvolvimento de cancro de pele. É por este motivo que as crianças não devem, de forma alguma, ser expostas diretamente ao sol durante os primeiros 12 meses de vida”.

Durante a gravidez, apenas devem ser usados fotoprotetores minerais.
Dra. Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista Dra. Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista

Dos 6 aos 24 meses

A especialista não recomenda o uso de protetor solar em bebés com menos de 6 meses. Já entre os 6 e os 24 meses, a escolha deverá recair num protetor mineral (ou físico), que deve ser colocado diariamente nas áreas de pele expostas ao sol. “Estes formam uma camada protetora que reflete a radiação ultravioleta, não sendo absorvidos pela pele e, portanto, apresentam um menor risco de sensibilização e irritação. Os protetores minerais são nestas idades mais seguros. Exemplos destes filtros minerais são o óxido de zinco e o dióxido de titânio”, afirma.

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A partir dos 2 anos

As crianças com mais de 2 anos podem usar filtros solares físicos e químicos, presentes em vários fotoprotetores usados por adultos. “Contudo, deve ser dada preferência a protetores solares pediátricos”, avisa a especialista. “Na impossibilidade do uso de um pediátrico, pode ser usado um protetor solar considerado para adulto, porque o mais importante é a fotoproteção”.

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© Canva

Escolher o protetor solar infantil certo

Um protetor solar para os mais novos deve:

  • ter um filtro mineral;
  • ser hipoalergénico e adequado a peles sensíveis;
  • ser resistente à água;
  • oferecer proteção UVB e UVA;
  • ter fator de proteção elevado (FPS/SPF 50+);
  • não deve conter parabenos, fragrâncias ou corantes, pois podem causar irritação ou sensibilização da pele.

Recomendam-se ainda produtos com texturas leves e de fácil aplicação, “uma vez que isto permite uma aplicação mais uniforme e uma maior aceitação do protetor por parte da criança”.

O protetor solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar e reaplicado de duas em duas horas, assim como após o banho (em caso de praia ou piscina) e em caso de transpiração.

Como sei que coloco protetor solar suficiente?

Esta é uma daquelas perguntas que nos deixa sempre na dúvida, e conseguimos perceber porquê. As recomendações dizem que devemos aplicar dois miligramas de protetor por cada centímetro quadrado de superfície corporal (2mg/cm2), mas o que quer isto dizer ao certo?

Felizmente, existem alguns truques que nos ajudma a perceber se estamos a seguir bem as regras.

“Para a face usamos frequentemente a “regra dos dois dedos” ou a “regra da colher de chá”, que nos ajuda de uma forma mais visual e simples a determinar a quantidade de protetor solar necessária”, explica a dermatologista.“Isto é, se aplicarmos uma linha de protetor solar na face palmar dos dedos indicador e médio, essa é a quantidade de protetor que deve ser aplicada no rosto”. E para a zona do pescoço, basta acrescentar um dedo extra de protetor solar.

@belasemfiltro Se você ainda tinha dúvidas, elas acabaram agora! Depois que viralizou a regra dos 3 dedos, vejo muita gente passando 3 dedos de protetor no rosto e sofrendo pra espalhar. E gente, 3 dedos é a quantidade pra espalhar no colo e pescoço também! Lembrando que textura e espalhabilidade do protetor variam de produto para produto, mas a ideia é sempre a mesma 😉 #protetorsolar #skincare #peleprotegida #pelesaudavel ♬ Catch & Release – Deepend Remix – Matt Simons

“Estamos a falar de bastante quantidade de fotoprotetor. Infelizmente ninguém faz isto!”, lamenta a dermatologista, deixando, ainda assim, um último alerta. “Ao aplicarmos uma quantidade insuficiente de protetor solar não estamos a obter a proteção indicada nas embalagens, dando-nos uma falsa sensação de segurança”.

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