O tártaro, também conhecido por cálculo dentário, é o resultado do endurecimento da placa bacteriana que adere aos dentes e a outras superfícies duras existentes na boca, como implantes, aparelhos dentários e próteses.
Este processo de mineralização, que envolve sais minerais de fosfato de cálcio e bactérias existentes na cavidade oral, realiza-se de forma progressiva, pois a camada de tártaro facilita a fixação de placa bacteriana que acabará também por calcificar.
Como o tártaro abriga sempre placa bacteriana, existe o risco de desenvolvimento de doenças gengivais que, para além do mau hálito, podem levar à perda de dentes e implantes.
Contudo, além dos problemas de saúde oral, o tártaro também acarreta problemas estéticos precoces, pois por ser mais poroso que a superfície dentária, retém manchas mais facilmente.
Dependendo dos níveis de tártaro e da zona abrangida, este pode ser identificado acima do nível da gengiva pela sua coloração amarelada ou acastanhada. Quando se encontra no interior da gengiva, o tártaro tende a apresentar cor negra.
Alteração de cor e sangramento gengival também podem ser indicadores da presença de tártaro.
Como eliminar o tártaro
Uma vez formado, o tártaro poderá ser removido através de uma destartarização, realizada por um profissional de saúde oral, com recurso a ultrassons e instrumentos manuais.
Existem algumas soluções caseiras alegadamente “milagrosas” na remoção do tártaro, mas que na verdade são altamente desaconselhadas pela sua capacidade de provocar danos irreversíveis nas superfícies dentárias, nomeadamente sumo de limão, vinagre de sidra, sal marinho e carvão ativado.
O bicarbonato de sódio aparece muito frequentemente como uma destas opções e, apesar da sua capacidade de equilibrar o pH da cavidade oral, a sua utilização continuada na escovagem pode promover o desgaste dentário, causando hipersensibilidade dentinária.
Alguns dentífricos contêm bicarbonato de sódio micropulverizado propositadamente concebido para uso dentário, pelo que as vantagens do bicarbonato podem ser obtidas sem riscos desnecessários.
Os removedores de tártaro elétricos à venda tendem a não apresentar um sistema de irrigação, podendo levar ao sobreaquecimento do dente e à formação de sulcos na superfície dentária. Para além disso, o utilizador não consegue autocontrolar todas as zonas que necessitam de ser destartarizadas, nem a eficácia da remoção do tártaro.
Como prevenir o seu aparecimento
A formação de tártaro controla-se pela eliminação da placa bacteriana através da escovagem, que deve ser realizada com uma técnica adequada e adaptada durante 2 minutos, 2 a 3 vezes por dia, e da utilização de meios de remoção de placa bacteriana interdentária, como o fio dentário ou escovilhão, com uma frequência diária.
Atualmente, existem várias formulações de pastas e bochechos com inibidores químicos de mineralização com o objetivo de retardar a calcificação da placa bacteriana e facilitar a sua remoção através da higiene oral diária regular.
Para além dos cuidados de higiene oral diários, a formação de tártaro depende de outros fatores, como a dieta, a idade, a existência de doenças sistémicas ou a toma de medicação. O acesso a cuidados profissionais de saúde oral e o tempo desde a última destartarização também tem influência.
Deste modo, as visitas regulares ao profissional de saúde oral são fundamentais, não só para a remoção de depósitos acumulados, mas também para a aquisição de conhecimentos preventivos e recomendações individuais de produtos e técnicas de higiene oral que potenciem a sua prevenção/redução.