Vacina contra o novo coronavírus? Só no início do próximo ano
São vários os laboratórios a trabalhar para desenvolverem uma vacina contra a Covid-19, mas nas melhores das hipóteses aquela só vai estar pronta a usar no próximo ano.
Uma vacina contra o novo coronavírus é a forma mais eficaz de evitar novas ondas de difusão daquele no futuro, mas é preciso tempo, que geralmente varia entre os 10 e os 15 anos, tempo que não temos neste momento. Por esse motivo, são várias as farmacêuticas e as universidades que estão a desenvolver protótipos depois do genoma do vírus ter sido descodificado.
Em meados de março, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia garantiu que um laboratório alemão, CureVac, está a usar uma tecnologia promissora para a criação de uma potencial vacina contra o SARS-CoV-2, sendo que este organismo europeu já disponibilizou 80 milhões para que o tratamento esteja no mercado em outubro. Contudo, o resultado final é ainda uma incógnita.
A esperança vinda da América
Na segunda-feira, dia 30 de março, foi a vez da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson anunciar que os testes em humanos de uma possível vacina contra o novo coronavírus vão começar a ser feitos em setembro e que, possivelmente, no início de 2021 estará pronta para ser usada em situações de emergência, acelerando o tal processo demorado devido à urgência.
Esta possível vacina começou a ser desenvolvida ainda em janeiro e utiliza a mesma tecnologia já usada para uma outra contra o ébola.
A equipa que a está a desenvolver já tinha trabalhado numa vacina contra o SARS que não chegou a ser usada por se ter conseguido controlar o surto na China, na epidemia de 2002 a 2004.
O laboratório compromete-se a fabricar mil milhões de doses e já está a construir uma fábrica nos Estados Unidos da América e à procura de alternativas noutros continentes para atingir esse objetivo.
Na universidade de Oxford já se está a recrutar voluntários para testar uma outra possível vacina, tal como está a acontecer na China, onde se está a fazer testes em animais. Já na Austrália, os cientistas querem testar a vacina usada contra a tuberculose, a BCG, em profissionais de saúde de forma a perceber se os consegue imunizar, já que uma das suas funções é aumentar a capacidade imunológica básica do organismo.
Como são feitos os testes das vacinas?
Depois de pronta e antes de ser colocada no mercado, a vacina tem de passar por três fases de testes.
1ª fase: Os testes são feitos em 20 a 80 voluntários adultos e saudáveis para avaliar a segurança e o tipo e extensão da resposta imune da vacina, tal como os efeitos adversos. Quando os resultados são promissores, passa-se para a fase seguinte.
2ª fase: Os testes são agora feitos em pessoas, entre 100 e 300, e algumas delas podem pertencer a grupos de risco de vir a ter a doença e inclui um grupo placebo (que recebe uma substância neutra).
Os objetivos são estudar a segurança, a imunogenicidade, as doses propostas, o calendário de imunizações e o método de entrega da vacina candidata. As vacinas bem-sucedidas passam para a terceira fase.
3ª fase: A vacina é administrada a milhares de pessoas e testa-se mais uma vez a sua efetividade e segurança. Envolve também um grupo placebo. Se tudo correr bem, poderá depois ser colocada no mercado.