Agendar relações sexuais é o compromisso do séc. XXI
E se agendar os encontros íntimos for a solução para os casais não se esquecerem da sua intimidade?
No início das relações, tudo é fácil, sobretudo o sexo, mas, com o passar do tempo, a rotina instala-se.
Além disso, a chegada dos filhos e o ritmo acelerado em que vivemos hoje em dia fazem com que os momentos a dois escasseiem e a vida sexual seja relegada para segundo ou terceiro plano.
Agendar os encontros sexuais pode ser a solução. Pelo menos é isso que nos diz o mais recente estudo, e também o que defende Gigi Engle, sexóloga e coach sexual norte-americana, que chama a esses encontros “sexo de manutenção”. São uma espécie de panaceia para a saúde da relação, quando a espontaneidade sexual e o improviso começam a rarear.
Um encontro temático
Se há queixa repetida no consultório de Gigi Engle, é a falta de tempo para a intimidade e é por esse motivo que a coach sexual não tem dúvidas em recomendar a todos os casais que verbalizam essa queixa a agarrarem na agenda – em papel ou digital – e marcarem um dia para ter relações sexuais.
“Pode parecer pouco sexy, mas está longe disso. O sexo é vital para a maioria dos relacionamentos, portanto tem de ser cultivado, não tem de acontecer apenas quando apetece, porque pode nunca apetecer se não nos prepararmos para isso”, diz.
No livro O Melhor Sexo do Mundo (A Esfera dos Livros), Cristina Mira Santos, psicóloga e coach sexual, defende que, tal como quando organiza um jantar, tem de decidir uma data, combinar com os convidados, escolher a ementa, a roupa e até o tema do encontro, o mesmo deve ser feito para o sexo.
“Regra geral, quando fazemos amor (ou sexo), não preparamos o momento, confiando na ideia de que as relações sexuais surgem de forma espontânea e de que o que vier será bem aceite. E se isso é verdade, também é verdade que, para aprofundar o momento, apostar na definição de temas pode ajudar a tornar a situação mais interessante.”, explica.
“E do mesmo modo que no jantar de amigos precisa da concordância de todos, na cama o cenário é exatamente o mesmo e exige, igualmente, dia e hora marcados. Pode optar pelo efeito surpresa, mas nesse caso há sempre o risco de o parceiro chegar a casa e responder ao convite com um ‘hoje não me apetece, estou muito cansado’”, esclarece a psicóloga e coach sexual.
Conversa a dois
Gigi Engle aconselha, primeiro, que os membros do casal se sentem para arranjar um dia e uma hora que seja boa para ambos, depois escrevam a data na agenda – não basta acordar a data, ambos devem escrevê-la na sua agenda para que nada se intrometa pelo meio.
Organizem o encontro em conjunto, pois só assim há um compromisso mútuo, e aproveitem a oportunidade para erotizar o momento nos dias ou horas que o antecedem – uma troca de mensagens, um bilhete deixado ao outro ou um telefonema pode colocá-los no mood para o encontro.
Para a coach sexual, isto pode levar a explorar um novo terreno sexual e a falar sobre as fantasias que possam ter.
Planear um encontro sexual é sinónimo de colocar a imaginação a funcionar, o que pode aumentar o desejo.
Como alimentar o erotismo
Ana Alexandra Carvalheira, sexóloga, diz no livro Em Defesa do Erotismo (Desassossego) que há três componentes que podem nutrir o erotismo. São eles:
1. Imaginação
Esta inclui todas as fantasias, ou seja, as que são concretizáveis e as que não o são. O imaginário erótico excita e pode levar ao ato sexual.
2. Sensorial
São todos os estímulos associados aos cinco sentidos. Na visão, podemos colocar a imagem corporal; na audição, o som da respiração ou sussurros ao ouvido; no olfato estão incluídos os cheiros de cada indivíduo ou do próprio local onde se está; no tato, inclui-se tudo o que tem a ver com o toque, intencional ou não.
3. Transgressão
Já se sabe que o fruto proibido é muitas vezes o mais apetecido e, neste componente, cabe o atrevimento, a criatividade, o fazer coisas novas, inesperadas e sair da rotina, ser surpreendido.
Para que a ‘hora do sexo’ corra da melhor forma, siga os 10 conselhos para momentos escaldantes (sem arrependimentos), da sexóloga Vânia Beliz.