Começa assim: duas pessoas conhecem-se, apaixonam-se e investem num futuro juntas. Dedicam horas, dias, até anos, um ao outro. Nesse período de tempo fazem atividades, dão passeios e viajam juntas. Alugam um apartamento e depois avançam para as compras conjuntas. Primeiro escolhem um carro, de seguida adotam um animal doméstico e pensam em começar uma família. Consideram a hipótese de casar e avaliam se vale a pena comprar casa. Finalmente, contraem um empréstimo para pagar o sonho.
Acontece que, por vezes, os relacionamentos amorosos não correm como se gostava ou previa e transformam-se em relações infelizes ou num casamento infeliz. Se a vida fosse um filme, separavam-se amigavelmente ou batiam dramaticamente com a porta de casa e ia cada um para seu lado. Mas um estudo sugere que somos demasiado orgulhosos e materialistas para seguir em frente.
Quando não há esperança para um casamento infeliz
Publicado em novembro de 2016, na revista científica Current Psychology, o estudo Is there a Sunk Cost Effect in Committed Relationships? explica que somos vítimas do efeito do custo irrecuperável, que se verifica “quando um investimento inicial numa opção leva a um contínuo investimento na mesma, apesar de essa não ser a melhor decisão”. Sara Rego, Joana Arantes e Paula Magalhães, investigadoras da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, revelaram neste estudo que a probabilidade de ficarmos numa relação infeliz é maior quando nela investimos dinheiro ou esforço. E concluíram ainda que a nossa predisposição para investir tempo num relacionamento é maior quanto mais tempo já tiver sido investido. Para chegarem a esta conclusão, as investigadoras contaram com a participação de 1227 voluntários.
Para si, o que faz as pessoas continuarem relações infelizes? Veja ainda o artigo que fala sobre o fim da monogamia.