Sexo

Consentimento sexual. Sim é sim, não é não!

Quanto mais claro for o consentimento sexual, verbal ou por escrito – sim, há uma aplicação para esse efeito –, melhor. Não deixe margens para dúvidas. No que diz respeito a este assunto, tudo tem de estar ‘preto no branco’.

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Consentimento sexual: Sim é sim, não é não! (E não há discussão)
Filipa Basílio da Silva
Escrito por
Mar. 29, 2018

Duas pessoas conhecem-se através de um site de encontros, gostam uma da outra e decidem avançar para uma relação de cariz sexual. No entanto, por não se conhecerem bem, receiam que o outro possa não respeitar as suas preferências. E até mesmo ultrapassar os seus limites.

A pensar num cenário semelhante, e também como resposta ao movimento #MeToo, que ganhou força na sequência da onda de denúncias de casos de assédio sexual em Hollywood, nos EUA, uma empresa holandesa desenvolveu a aplicação LegalFling. Através dela, pode dar-se consentimento para vários atos sexuais. Isto vai desde sexo oral a sexo penetrativo e a sadomasoquismo, e práticas associadas à sexualidade, como tirar fotografias e fazer vídeos eróticos.

Para isto, basta carregar num botão ou enviar um “Fling” através de SMS ou das redes sociais Whatsapp e Facebook Messenger.

Consentimento sexual: Sim é sim, não é não! (sem margem para dúvidas)

A app LegalFling

Consentimento sexual: onde se traça o limite?

“Sendo o consentimento relacionado com a sexualidade, é difícil encontrar uma linguagem comum. Às vezes, pode ser complicado avaliar até onde é que se pode avançar e se se está a ir longe demais no espaço daquela pessoa”, explica Maria Joana Almeida, psicóloga clínica e terapeuta sexual.

Existe possibilidade de arrependimento. A pessoa pode tirar a roupa toda e dizer que afinal não lhe apetece. Não é por estar nua ou porque já fez alguma coisa que tem de se continuar

Algumas pessoas do sexo feminino submetem-se a pressões para ter atos sexuais que não querem praticar de modo a evitarem o conflito ou serem agredidas. “Há mulheres que, por medo, não dão sinais de não querer”, confirma.

Apesar de tendermos a associar estas situações a encontros com desconhecidos, a psicóloga clínica e terapeuta sexual alerta que também ocorrem nos relacionamentos estáveis.

“No contexto do casamento, quando uma pessoa não quer ter relações sexuais e o outro membro do casal a obriga, isto tem matéria suficiente para ser considerado uma violação pela lei, por não haver consentimento. Mas há pessoas que acham que por serem casados, é como se já tivesse sido dado”, relata Maria Joana Almeida.

Dizer que não, sim!

Não é por se dar o consentimento através de uma aplicação, verbalmente ou não verbalmente, que no momento seguinte não se pode voltar atrás na decisão.

“Existe possibilidade de arrependimento. A pessoa pode tirar a roupa toda e dizer que afinal não lhe apetece. Não é por estar nua ou porque já fez alguma coisa que tem de se continuar. Ela pode mudar de opinião”, afirma a terapeuta.

Ou seja, nem tudo é luz verde. Parar e impor limites é importante quando a pessoa não se sente confortável.


Qual é a sua opinião sobre consentimento sexual? Veja ainda como a falta de vontade de fazer sexo não é um bicho de sete cabeças.

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