“Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas… o tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas de mais para torná-los reais.” Já dizia Bob Marley. Quando perguntamos a alguém com que tipo de pessoas é que se quer manter uma relação amorosa, a resposta tende sempre para o lado do “quero envolver-me com alguém que me faça bem!” Nem sempre é isso que acontece. Há pessoas mais vulneráveis a atrair e pior: mantêm uma relação duradoura com eles sem sequer se aperceberem que pessoa têm a seu lado.
O amor tem destas coisas. Muitas vezes, nem com alertas de amigos ou familiares se chega lá. Ainda assim não é só no amor que existem relacionamentos tóxicos. Entre amigos e família também é muitas vezes comum.
No livro Pessoas Que Nos Fazem Felizes, Margarida Vieitez dedica um capítulo aos parceiros tóxicos. “Sem podermos generalizar, nem construir padrões, porque não existem, podemos no entanto referir alguns traços psicológicos e comportamentais mais comuns dessas pessoas”.
Como se podem identificar os relacionamentos tóxicos?
Margarida Vieitez enumera-os:
- Necessidade de estar em conflito; raiva e revolta constantes, frequente necessidade de inferiorização;
- Necessidade de maldizer; mesquinhez crónica; indiferença à dor e ao sofrimento alheio;
- Agressão psicológica, verbal e física; inveja crónica; visão selvática do mundo e dos outros;
- Irresponsabilização sistemática; culpabilização constante dos outros; maldade crónica;
- Necessidade de atenção permanente; descontrolo emocional repetido; sucessivas ameaças;
- Egoísmo exacerbado; crueldade; ingratidão; deslealdade;
- Autoritarismo e prepotência crónica; ciúme obsessivo delirante; donos da verdade absoluta;
- Incapacidade de confiar; incapacidade de aceitação da diferença;
- Manipulação; recurso a jogos psicológicos e de poder; transtornos de personalidade de várias ordens.
É assustador! Por vezes, como os relacionamentos tóxicos não têm todas estas características, tal como referimos em cima, pode ser difícil identificá-los.
Parceiros que lhe fazem bem são aqueles que:
- O inspiram a ser melhor; impulsionam a descobrir-se; despertam para apreciar a vida; estimulam a acreditar em si; transmitem boa energia;
- Têm brilho nos olhos; fazem-nos sorrir; são autênticas e genuínas; pensam positivamente; sentem-se bem a maior parte do tempo;
- Têm sentido de humor; têm amor próprio; acreditam que «tudo» é possível; confiam nelas próprias; não necessitam de validação constante dos outros;
- São lutadoras, persistentes, corajosas e proativas; estabelecem prioridades nas suas vidas: são resilientes; assumem a responsabilidade dos seus atos;
- Não se queixam e não se lamuriam a toda a hora; não se vitimizam; controlam as suas emoções; cuidam da mente, do corpo e da saúde;
- Compartilham o seu saber; perspetivam a vida como algo maravilhoso; são criativas e imaginativas; focam-se no «agora»;
- Veem os momentos menos bons como aprendizagens; nas dificuldades tentam encontrar rapidamente alternativas; focam-se em soluções, não em problemas;
- Partilham o que têm; tentam compreendê-lo; não são conflituosas; tentam colocar-se no seu lugar; escutam-na; podem desculpa e perdoam;
- São generosos consigo; interessam-se por si; apoiam-no e ajudam-nos; não têm ou sentem necessidade de o culpar; estão atentas às suas necessidades;
- Estimulam-no, incentivam-no e desafiam-no; valorizam as suas qualidades e aceitam os seus defeitos; fazem-lhe observações e críticas construtivas;
- Não necessitam de recorrer à mentira; são «leves»; cultivam relações saudáveis; são diretas e assertivas; não são sarcásticas, insinuantes ou maldosas;
- São honestas e íntegras; são gratas por tudo o que têm; privilegiam os afetos em detrimento do materialismo; não tentam forçá-la a mudar; aceitam-na.
Já teve relacionamentos tóxicos na sua vida? Veja ainda os sinais que dizem que a sua relação não está bem.