Estudo mostra que a identidade sexual continua a desenvolver-se na idade adulta
Envolveu mais de 10 mil pessoas e prova que a atração sexual pode modificar-se também na idade adulta. Conheça este novo estudo.
Seja com a evolução do tempo, das mentalidades e da forma como olhamos para nós e para os outros, é certo que quanto a assuntos como a identidade e orientação sexual nada é estanque. Neste novo estudo, publicado no Journal of Sex Research, é referido que a identidade sexual não é algo que fica definido logo na infância e na adolescência – vai muito além disso, na verdade.
Na investigação extensiva, que contou com 12 mil pessoas, descobriu-se que o grupo que iria da adolescência até aos 20 anos registou variações tanto no gosto e na atração por outras pessoas, como pela sua própria identidade sexual.
Num comunicado escrito pela professora Christine Kaestle, do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, “a orientação sexual envolve vários aspetos da vida, como: as pessoas por quem nos sentimos atraídas, com quem temos sexo e como nos identificamos sexualmente”.
“Até há pouco tempo, os investigadores tendiam a focar-se apenas num destes aspetos para medirem e categorizarem as pessoas. Porém, isso pode simplificar demasiado a situação”, explica.
É de conhecimento geral que, frequentemente, categoriza-se as orientações sexuais de forma demasiado leviana. Usar expressões como homossexual, heterossexual ou bissexual pode, por vezes, não ser o suficiente para definir alguém. “Vamos sempre ter dificuldades com a imposição de categorias à orientação sexual”, refere a professora.
No decorrer do estudo, os investigadores dividiram as pessoas em nove categorias distintas, incluindo “maioritariamente heterossexual ou bi”, “pouca expressividade sexual” e “possível lésbica”.
Concluiu-se que os grupos se sentiram mais à vontade quando identificados com as categorias mais vastas do que com as que tinham um rótulo associado à orientação sexual.
Neste caso, os homens mais facilmente se identificavam como heterossexuais do que as mulheres, que mostraram uma fluidez sexual mais abrangente ao longo da vida adulta.
Em suma, a investigação mostrou que a categorização das orientações sexuais é, por vezes, feita de forma frágil e pouco fundamentada. Ao longo da idade adulta alguns destes participantes não se sentiram confortáveis em identificarem-se com os rótulos impostos.