Lubrificantes (e não só) para combater a secura vaginal na menopausa

São conhecidos os efeitos que a perimenopausa e a menopausa podem ter na vida da mulher, não só ao nível físico, mas também emocional e psicológico. Segundo o estudo Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal, 64% das mulheres na perimenopausa ou na menopausa admitem estar numa fase má ou muito má da vida, e nove em cada dez são afetadas por pelo menos um sintoma durante este período.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas no geral destacam-se pelas ondas de calor, pelas perturbações de sono, dificuldade de concentração, pelo aumento de peso e, não menos importante, por uma reviravolta na saúde íntima e sexual.

Porém, e felizmente, existem formas de contornar os efeitos que estas mudanças hormonais têm em nós, seja através da adoção de novos hábitos de vida ou na alteração da rotina de cuidados íntimos.

Normalizar a menopausa

Bastaram alguns minutos de conversa com Cristina Varanda, CEO e fundadora da Dermoteca e responsável pelo lançamento da marca D’Aveia, para compreendermos que esta fase de vida da mulher continua envolta em tabus e algum pudor.

Segundo Cristina Varandas, há ainda quem sinta a menopausa como “um trauma”, mas assegura que não há motivos para tal. “Acho que as mulheres devem encarar a menopausa como mais uma fase da vida normalíssima, porque cada vez mais a esperança de vida aumenta e, portanto, cada vez vamos tendo mais mulheres na menopausa”, afirma.

Já no que aos mitos diz respeito, Cristina destaca um em especial: o da atividade sexual acabar na menopausa. “Acho isso completamente retrógrado”, declara. “Se calhar, há 30 anos uma mulher com 50 anos era uma avozinha velhinha com o cabelo branco, toda muito abatida, e atualmente nós vemos mulheres de 50 anos perfeitamente ativas, que se cuidam” – ou seja, o paradigma está definitivamente a mudar.

“Há uma panóplia de coisas que se podem fazer e é claro que esta é uma fase em que a mulher se deve tratar mais a nível do cuidado íntimo, e cada vez mais há esta opinião generalizada de que temos de cuidar da zona íntima como cuidamos do rosto, diariamente”, diz.

Os efeitos da menopausa na saúde íntima

Devido à falta de estrogénio, a atrofia genital são das queixas mais comuns entre as mulheres na perimenopausa e menopausa. O revestimento vaginal fica mais seco e fino e os próprios músculos perdem elasticidade e força. Isto tudo pode levar a relações sexuais desconfortáveis ou dolorosas. A isto, acresce a diminuição da libido, a incontinência urinária e uma maior probabilidade de desenvolver infeções vaginais.

Os lubrificantes podem ser o seu melhor amigo

Os lubrificantes são uma ótima solução para a secura e a atrofia vaginal, mas a rotina de cuidados não começa aqui. Como a diminuição de estrogénio no corpo, “o pH da zona íntima que costuma ser ácido passa a alcalino”, explica Cristina Varandas, e portanto é importante usar um produto diário que mantenha o equilíbrio da zona genital, como um gel de banho indicado para tal.

Também existem lubrificantes que irão ajudar bastante com as relações sexuais e a secura vaginal. Mas não se sinta acanhada, pois “os lubrificantes não são uma coisa exclusiva da menopausa”, esclarece a CEO. “Durante a idade fértil existem várias circunstâncias que podem levar à secura vaginal, como o parto, o pós-parto, às vezes a pílula anticoncepcional, os antidepressivos… Só que enquanto na fase fértil indicamos os lubrificantes pontualmente, na menopausa é para se usar sempre”.

Na eventualidade de surgir alguma irritação ou prurido na zona íntima, pode apostar ainda em géis ou cremes calmantes próprios para esta fase da vida da mulher.

Produtos para cuidar da zona íntima