A marca portuguesa Flame Love Shop desenvolveu um inquérito com a participação de homens e mulheres, tendo como objetivo conhecer alguns aspetos sobre o equilíbrio e poder nas relações. Os resultados não deixaram margem para dúvidas: as mulheres ainda se sentem num lugar submisso, com a obrigação de agradar o companheiro, mesmo quando a vontade não prevalece.
O inquérito revela que três quartos das mulheres dizem ter ido contra a sua vontade para agradar o companheiro – cerca de 60% fizeram-no uma vez, 11,9% muitas vezes e 5,1% considera esta uma situação comum e diária.
“Os resultados revelam que as mulheres têm ganho poder no contexto da relação, mas que ainda subsiste algum domínio masculino, em termos emocionais e sexuais”, explica Irina Marques, especialista em Sexologia Educacional e diretora da Flame Love Shop.
A situação torna-se ainda mais preocupante quando 90% dos homens que participaram no estudo confessam que as companheiras já cederam aos seus desejos, mesmo sem vontade. 75,5% admite que as companheiras se submetem algumas vezes ou quase sempre ao que eles querem. Ainda assim, 90% afirma que as mulheres têm o mesmo poder para decidir sobre os aspetos que afetam a relação.
Práticas sexuais sem vontade
Além de tentarem agradar o parceiro na intimidade, metade das mulheres admite que já teve práticas sexuais para agradar o companheiro, mesmo sem vontade – 45,8% fê-lo pelo menos uma vez, 3,4% muitas vezes e 90% dos homens reconhece que esta situação já aconteceu.
Às muitas razões associadas a isto, a investigação revela alguns dados que podem estar relacionados com esta cedência por parte da mulher na relação, como a timidez ou vergonha na hora da intimidade (20,3%), a falta de confiança com o corpo e a baixa autoestima (35,3%), traumas e bloqueios (23,5%) ou até mesmo medo de o parceiro poder considera-la vulgar (11,8%).
É ainda curioso ver que mais de três quartos das mulheres assumem que já tiveram medo de se masturbar por razões como vergonha, por não saber fazê-lo ou medo de críticas. Também 64,5% já fingiu alcançar o orgasmo.
“A mulher deve procurar o conhecimento de si própria, do seu lado emocional, mas também do seu corpo; aceitar-se como é e tirar vantagem das suas caraterísticas únicas; fazer valer e não ter medo de falar sobre os seus desejos; e, também, não deixar que os comportamentos abusivos se tornem uma prática na relação”, aconselha Irina Marques.