No ano passado, um estudo feito pela marca de preservativos Durex concluiu que mais de dois terços das mulheres sexualmente ativas, com idades compreendidas entre os 16 e os 64 anos, não conseguem atingir o orgasmo. A principal razão? A dificuldade de comunicar com o parceiro sobre o assunto e de ambos descobrirem como é que isto pode ser ultrapassado.
Ainda que a percentagem seja elevada, parece que há mais uma característica que pode estar a ajudar, ou não, as mulheres a terem mais prazer. Segundo um estudo da Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha, as mulheres com um melhor sentido olfativo têm mais prazer do que as que não têm esta característica. Como? Nós explicamos.
Ter mais orgasmos com a ajuda do cheiro
A investigação analisou 42 mulheres e 28 homens, com idades entre os 18 e os 36 anos, entregando-lhes pauzinhos com cheiro para analisarem as suas capacidades olfativas. De seguida, foi-lhes perguntado sobre o seu desejo sexual, frequência com que têm relações, experiência, a frequência que têm orgasmos, se as relações sexuais são satisfatórias e quanto tempo duram.
Mesmo que os investigadores não tenham estabelecido uma relação entre o sentido olfativo e o desejo sexual e performance, observaram que as mulheres que tinham um olfato mais sensível tinham mais orgasmos do que as que tinham dificuldade em sentir certos aromas.
“A perceção de certos aromas corporais, como os fluídos vaginais, esperma e suor parecem enriquecer a experiência sexual”, escrevem os autores.
Mas será que é mesmo assim?
Afinal, este estudo tem algum fundamento? A Saber Viver falou com o Prof. Nuno Monteiro Pereira, presidente da Competência de Sexologia da Ordem dos Médicos, que não descarta a importância do cheiro na intimidade. “É indiscutível, e de há muito conhecida, a importância que tem o sentido do olfato na sexualidade humana. Basta lembrar a importância sedutora dos perfumes (e a ação das feromonas – substâncias produzidas pelo corpo que regulam os comportamentos reprodutivos, mas esse é um tema mais complicado. Mas que deveria ter sido avaliado).”
O especialista questiona as conclusões a que o estudo chegou.
“O facto de o estudo apenas ter encontrado uma correlação positiva entre a sensibilidade olfativa e a experiência sexual (não existindo com o desejo sexual nem com a capacidade sexual) torna todas as conclusões algo redutoras e especulativas. A constatação de que, nas mulheres, existe uma correlação com a frequência orgásmica já é um assunto mais interessante, sem dúvida. Mas pode haver enviesamentos… Era interessante saber se as mulheres com menor sensibilidade são as que têm mais dificuldade orgásmicas”, comentou.
Aqui está mais uma prova de que ainda há muito por descobrir no misterioso mundo dos orgasmos femininos.
Conheça ainda sete outros factos que pode não saber sobre sexo, orgasmos e prazer.
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