Piezo2: a proteína do prazer
E se lhe dissermos que o prazer, a sensibilidade da área genital e a capacidade de ter orgasmos estão associados a uma proteína? Chama-se Piezo2 e já se sabia que era um elemento-chave para o tato.
Se há uma certeza no campo sexual é que o prazer está relacionado não só com aspetos físicos, mas também emocionais e sociais e que o cérebro é o nosso principal órgão sexual, seguido da pele. A grande novidade é que pode estar nesta última a resposta para o facto de algumas pessoas não sentirem prazer ou terem mais dificuldade em atingir o orgasmo.
A chave para essa descoberta é uma proteína existente no nosso organismo, que se chama Piezo2, já conhecida pela sua ligação ao toque.
Esta foi a conclusão de um estudo dos National Institutes of Health (NIH), centros de investigação norte-americanos, e os cientistas acreditam que pode ajudar a perceber melhor algumas causas fisiológicas dos problemas sexuais ainda desconhecidas, as quais atingem até 20% da população.
Terminações nervosas
A Piezo2 encontra-se em algumas terminações nervosas da pele e noutras partes do corpo. “Quando um nervo é sujeito a pressão, como o toque, a Piezo2 desencadeia uma série de eventos que envia um sinal elétrico para a medula espinhal e para o cérebro”, lê-se no comunicado do estudo já citado.
Foi a sua importância no tato que fez com que os investigadores olhassem para esta proteína como componente do prazer sexual. O estudo foi feito com ratinhos e com pessoas com uma síndrome hereditária rara causada pela falta de Piezo2.
No primeiro caso, a área genital perdeu a capacidade de responder ao toque leve. Os seres humanos também relataram falta de resposta ao toque leve genital. No entanto, afirmaram serem sexualmente ativos e capazes de ficar excitados.
Serão necessários mais estudos para perceber se aumentar a atividade desta proteína poderia ajudar ou não as pessoas com falta de sensação sexual, ou se o seu bloqueio reduziria, por exemplo, a hipersensibilidade e a dor genital.
Mais orgasmos
Várias pesquisas mostram que a maioria das mulheres não tem qualquer problema físico que as impeça de atingir o orgasmo, mas essa incapacidade está associada à sua forma de ver a sexualidade, tabus, pouca comunicação com o parceiro e também com experiências sexuais anteriores negativas. Há três passos importantes para atingir o clímax:
Comunicar
Megwyn White, sexóloga e diretora de educação da Satisfyer, empresa de dispositivos de bem-estar sexual, afirma que a comunicação é fundamental quando se trata de prazer. Os casais precisam de ser capazes de falar abertamente sobre o que é bom e o que não é prazeroso.
Praticar exercício físico
Além de contribuir para o fortalecimento do pavimento pélvico, um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine mostra que a atividade física promove uma melhor circulação de sangue nos órgãos sexuais, essencial para que as disfunções sexuais não se manifestem .
Estimular o clitóris
De acordo com um estudo dos National Institutes of Health, a maior parte das mulheres precisa de estimulação clitoriana para atingir o orgasmo, mesmo durante a penetração.