Sexo sem dor: as soluções e os conselhos de 5 especialistas
Um número elevado de mulheres portuguesas sofre com as relações sexuais, podendo tratar-se de uma dificuldade esporádica ou de uma disfunção. Cinco especialistas dão-lhe a conhecer as soluções para ter sexo sem dor.
Embora ainda seja uma questão pouco investigada a nível nacional e internacional, estudos recentes indicam que a dor na relação sexual afeta um número elevado de mulheres.
“É um problema muito mais prevalente do que se pensa. Num estudo que realizei, em 2013, no qual participaram 371 mulheres com esta queixa, mais de 85% nunca procuraram ajuda. Muitas cessaram a sua atividade sexual ou mantiveram-na com níveis de dor extremos, o que traz consequências para a forma como se veem enquanto mulheres e para a sua relação amorosa”, informa Cátia Oliveira, investigadora no Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab), da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade do Porto.
A dor é pontual ou persistente?
Antes de mais, deve consultar um médico ginecologista que avalie a origem da situação (se é fisiológica ou psicológica).
Depois, averigue a frequência com que ocorre (se é esporádica ou constante). “Temos de nos certificar que existe uma entrada vaginal adequada, porque muitas vezes está no imaginário da mulher a existência de uma malformação que impede as relações sexuais, mas os septos vaginais são raros”, explica Lisa Ferreira Vicente, ginecologista e obstetra.
Caso o problema seja pontual, pode estar associado a uma mudança de parceiro, a uma fase da vida que ajude a justificar esse desconforto ou a uma infeção urinária, uma doença sexualmente transmissível ou a uma candidíase.
Porém, há algumas estratégias simples que podem ajudar a que a dor diminua.
3 conselhos para ter mais prazer e sexo sem dor
1. Erotizar
Apesar de o ritmo acelerado do estilo de vida atual dificultar a exploração erótica, o psicoterapeuta Gonçalo Neves frisa a importância de descobrir “novas formas e mais criativas de os casais se relacionarem; a finalidade do ato sexual não deve ser só a penetração vaginal”.
Vânia Beliz, sexóloga, concorda. Acrescenta ainda que os casais devem “reforçar os preliminares até que exista excitação, que muitas vezes, com o avançar das relações, se vai perdendo”.
A ginecologista Lisa Ferreira Vicente comenta que algumas pessoas podem ativar-se sexualmente com “uma massagem no dedo grande do pé ou com carícias no cabelo”.
No fundo, trata-se de descobrir o próprio corpo e o do outro para além das tradicionais áreas erógenas. A comunicação entre os elementos do casal é fundamental. Se não souberem ou tiverem dificuldade em explicar, podem recorrer à literatura e aos filmes eróticos para ajudar.
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2. Treinar
“Quando estiver com disponibilidade e vontade para tal, existem alguns exercícios que a mulher pode fazer em casa, sozinha ou com a participação do companheiro”, sugere a fisioterapeuta Soraia Coelho.
Não deve ver isto como uma tarefa adicional à sua lista de afazeres. Caso contrário, continuará a ter dificuldade em descontrair e em ter prazer.
“Quando há uma contratilidade muito grande da musculatura pélvica, a mulher, deitada e relaxada, pode usar dilatadores vaginais com movimentos vaivém semelhantes à própria penetração. Isto deve ser feito de forma regular, durante cerca de 10 a 15 minutos”, indica a especialista em reabilitação uroginecológica.
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3. Lubrificar
De acordo com a experiência clínica de Vânia Beliz, “a maioria dos casos de dor na relação sexual pode ser ultrapassado com um bom lubrificante”.
Todavia, a especialista adverte para a necessidade de se ter atenção aos produtos que as pessoas aplicam na zona genital: “Há muito desconhecimento. Ainda tenho muitas mulheres que usam vaselina ou que aplicam creme Nivea na vagina e no pénis, abrindo a porta a infeções, irritações e outras coisas”.
Por isso, a fisioterapeuta Soraia Coelho recomenda a utilização de cuidados tópicos mais naturais, que contenham “um elevado teor de água ou de óleos vegetais na sua composição, nunca álcool nem propilenoglicol, porque podem provocar desconforto, ardor ou mesmo dor”.
Mas não adianta muito ter o produto certo se não se souber aplicá-lo corretamente. Neste sentido, Vânia Beliz informa que o lubrificante “deve ser colocado na entrada e dentro da vagina, e no pénis também”.
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Estas são apenas algumas das estratégias que podem ajudá-la a ter sexo sem dor. Descubra ainda 7 coisas que não sabia sobre sexo, orgasmos e prazer.
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