Desengane-se quem pensa que para ter prazer há regras a seguir. No sexo, a regra é precisamente não ter regras, é desbravar sem pudor nem medo o caminho até à excitação, ao orgasmo e ao prazer.
É certo que nem todos os estímulos levam ao orgasmo, mas é possível ter prazer de variadíssimas formas, basta estarmos disponíveis para experimentar diferentes maneiras de explorar a nossa sexualidade.
Como? Para começar, é imprescindível conhecermos os nossos pontos erógenos, pois estes vão ajudar-nos a desfrutar ao máximo de nós e das nossas relações sexuais.
Uma vez que o corpo humano é altamente sensorial e sensível, devido ao grande número de terminações nervosas que o compõem, quando estimuladas, as zonas erógenas são capazes de causar excitação sexual.
Felizmente, hoje em dia há cada vez mais brinquedos sexuais que nos ajudam a tirar mais partido do prazer, incluindo vibradores específicos para estimular as zonas erógenas. Quer opte por usá-los sozinha ou acompanhada, atuam como amplificador do prazer.
A Saber Viver falou com Valérie Tasso, sexóloga e Embaixadora para Espanha da marca sueca de brinquedos eróticos de luxo LELO, sobre a importância das zonas erógenas na vida sexual da mulher.
A importância das zonas erógenas
A pergunta que se impõem primeiramente é: o que é isso a que comumente chamamos zonas erógenas? Segundo Valérie Tasso, “são todas as zonas do corpo que provocam sensações de prazer quando estimuladas, devido à sua sensibilidade pelas várias terminações nervosas que têm”.
Uma vez que a nossa pele está repleta dessas mesmas terminações, as possibilidades de prazer são muitas. Para compreender melhor o processo, a sexóloga explica que “quando se estimula uma zona erógena (que a pessoa goste, obviamente. Nem todas as zonas com terminações nervosas são apreciadas), o cérebro emite a mensagem e o corpo reage de maneira positiva a esta estimulação”.
A reação positiva a que se refere é, claramente, uma reação de prazer, que desencadeia uma sensação de bem-estar e plenitude.
Alguma vez sentiu um arrepio com um simples toque na orelha ou na parte interior das cochas? Pois bem, é disto que se trata quando falamos em zonas erógenas.
Principais zonas erógenas
Cada pessoa tem as suas, mas, de uma forma geral, estas áreas de prazer sexual dividem-se em três categorias, diz-nos Valérie Tasso:
- Zonas erógenas primárias, as que supostamente conduzem diretamente ao orgasmo quando são estimuladas;
- Zonas secundárias, que conduzem à excitação das zonas primárias, quando estimuladas;
- Zonas potenciais, que são todas aquelas zonas suscetíveis de serem estimuladas, mas que não se veem necessariamente como erógenas e que se encontram em todo o corpo.
“Estas três categorias, na minha opinião, realçam muito a ideia de que há zonas que dão sempre prazer e outras menos. E não é necessariamente assim”, afirma.
Assim sendo, aquelas que por defeito são consideradas as principais, são então as denominadas zonas erógenas primárias. Embora se cruzem em ambos os sexos, a principal diferença está, claro, no órgão genital.
- Genitais (no caso da mulher, vulva, clitóris, lábios vaginais, entrada da vagina, ânus e períneo);
- Peito;
- Mamilos;
- Boca.
“Obviamente, podemos também incluir a nuca ou o pescoço, o lóbulo das orelhas e o interior das coxas; mas estas zonas já não se considerariam ‘zonas erógenas primárias’, no entanto, são muito mencionadas e favoritas”, esclarece a sexóloga.
Frequentemente, o sexo é sinónimo de interação com os órgãos genitais, mas tal não passa de uma ideia errada. Sim, é possível ter prazer sem que os genitais sejam os protagonistas.
Para a especialista, não devemos discriminar o resto do corpo em geral e a pele em particular, pois temos, em média, cerca de dois metros quadrados de pele (é o maior órgão do corpo humano), que pesa aproximadamente 5 kg. Valérie Tasso acredita que “dá-se demasiada importância aos genitais, o que é uma pena“.
A verdade é que, ao longo da vida, as nossa sensibilidade ao toque vai-se alternado e os nossos gostos vão mudando, e essas alterações devem ser vistas como algo enriquecedor. E no que diz respeito aos pontos erógenos, é importante fazermos o trabalho de casa, que é mantermo-nos a par de onde gostamos que nos toquem para que tal possa ser comunicado ao nosso parceiro/a.
Vejo sempre o brinquedo sexual como um objeto terapêutico que nos permite descobrir o nosso corpo através da masturbação – Valérie Tasso, sexóloga
Orgasmo? Sim, siiim, siiiiiiiiim
Fizemos a pergunta que que todas queremos saber: mas então, é possível ter um orgasmo apenas através da estimulação das zonas erógenas? Valérie foi peremptória, “claro. No entanto, há fatores a considerar”. Ora veja:
• Predisposição. “Se não me apetece ser estimulada naquele momento, essa zona vai passar a zona “errónea” e, por isso, terá o efeito oposto.”
• Que a zona estimulada seja do nosso agrado. “Se não gosto que me toquem nos pés, por muito que os estimulem, nunca chegarei ao orgasmo. Daí a importância de nos conhecermos muito bem. Infelizmente, poucas pessoas conhecem bem o seu mapa erógeno.”
Entrada ou prato principal?
Há a ideia de que a estimulação das zonas erógenas serve apenas como preliminares, mas tal não passa de uma crença, como nos explica a sexóloga: “Os preliminares sempre foram vistos como uma espécie de aquecimento, de jogos antes da prática sexual ‘efetiva’: a penetração. A própria palavra ‘preliminar’ significa literalmente ‘antes do limiar’. A utilização do termo está implícita em si mesmo, que a ação importante vai ser a penetração. Saber isto já é lutar contra essa crença. Uma interação sexual plena e sem pressão, é um preliminar contínuo, do princípio ao fim”.
Brinquedos de ponta
No admirável mundo dos brinquedos sexuais, variedade é palavra de ordem. Mas quais são as vantagens em recorrer a um sex toy para estimular as zonas erógenas?
“As vantagens são infinitas. Como sexóloga, vejo sempre o brinquedo sexual como um objeto terapêutico que nos permite descobrir o nosso corpo através da masturbação. É um conhecimento pessoal que necessitamos e que é fundamental”, começa por explicar Valérie Tasso.
Um dos bestsellers da marca sueca de brinquedos eróticos de luxo foi pensado precisamente para descobrir e estimular as zonas erógenas, o DOT, que agora também conta com as versões DOT Cruise e DOT Travel.
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Concebido para o clitóris, graças à sua tecnologia infinite loop (movimentos elípticos na ponta), este brinquedo revolucionário serve também para estimular qualquer zona da nossa pele.
“É como um sommelier que nos guia com a carta de vinhos, que nos faz experimentá-los para que os conheçamos melhor”, descreve a sexóloga. “O DOT é um objeto que nos permite conhecer melhor cada canto da nossa pele, até o mais desconhecido.”
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Escolha o estimulador de pontos erógenos que escolher, pode aproveitar este momento de exploração e explosão de prazer sozinha ou a dois. Caso opte por utilizá-lo em casal, a nossa entrevistada acredita que o ideal será incorporá-lo com naturalidade na interação sexual, uma vez que este “é um objeto de comunicação ‘não-verbal’ que, de maneira natural, nos fará verbalizar o que gostamos ou não”.
Enquanto objeto de prazer sem género, os vibradores externos são não só uma forma divertida de nos conhecermos melhor, como criam muita cumplicidade entre o casal. Mas para embarcar na viagem é essencial despertar a curiosidade.
“É importante recordar que, no sexo, para desfrutar da experiência, somos viajantes e não turistas”, remata Valérie Tasso.