
Não, a culpa não é do vestido. E nunca foi!
A L’Oréal Paris criou uma formação gratuita para combater o assédio na rua. O programa Stand Up contra o Assédio em Locais Públicos nunca fez tanto sentido como hoje.
A L’Oréal Paris está profundamente conectada à mulher e à sua trajetória de vida. Ao longo de várias gerações, a marca tem sido uma aliada na autoestima, beleza e saúde das mulheres, mas a sua missão e impacto vai muito além. A L’Oréal Paris, enquanto marca feminina e feminista assumiu um compromisso firme na defesa das mulheres. O combate ao assédio em locais públicos é uma luta que abraçou e considera de extrema importância, na sociedade atual.
Primeiramente, é necessário educar para proteger, e para isso a L’Oréal Paris associou-se à ONG Right To Be e criou uma formação simples e acessível a todos para que possam reconhecer e combater o assédio em púbico: o Programa Stand Up.
O assédio desmistificado
Mas, afinal, o que é o assédio? Pode parecer uma pergunta elementar, e ninguém gostaria de admitir que ainda tem dúvidas sobre o tema, especialmente aos dias de hoje. No entanto, a verdade é que algumas questões (pertinentes) podem surgir, e a falta de informação ou desinformação – como em qualquer outro assunto – só contribui para aumentar situações de vulnerabilidade e perpetuar, o próprio assédio.
De facto, o assédio ganha força (e forma) pelos mitos e ideias erradas associadas, o que aumenta os sentimentos de vergonha e culpa associados e, claro, a sua denúncia.
O assédio na rua caracteriza-se por comentários e comportamentos indesejados e indesejáveis, repetitivos e invasivos que causem desconforto, intimidação ou humilhação, em espaços públicos.
Pode acontecer em diferentes contextos, como nos transportes públicos, em eventos sociais como em restaurantes ou festivais, no local de trabalho e até mesmo online e as vítimas (e os assediadores) podem ser tanto homens como mulheres, independentemente da sua orientação sexual ou cultura, embora seja um comportamento mais frequentemente dirigido às mulheres.
O assédio não acontece sempre da mesma maneira. Esta forma de abuso (muitas vezes dissimulada, ou mesmo tolerada em sociedade) pode obter a forma verbal, física ou psicológica.
Em números
As estatísticas têm o poder de nos chocar, mas, acima de tudo, de nos conscientizar e gerar um pedido urgente por transformação. A taxa de prevalência dos diferentes tipos de assédio sexual em espaços públicos é alarmante.
Sabia que 79% das mulheres já foram vítimas de assédio em locais públicos?
Podemos estar a falar de olhares indiscretos e inapropriados de carácter sexual, a forma mais comum (54%); comentários ou piadas sexualmente intrusivas ou sugestivas sobre a aparência da pessoa (47%) – e não, a culpa não é do vestido! Mas há outras formas de assédio, menos dissimuladas e crescentes em invasão como:
- assobios repetidos e sons sugestivos (45%);
- pressão para obter informações como o nome, número de telefone (40%);
- referências ofensivas à pessoa, designações como “cabra”, “prostituta”, “vadia”, a título de exemplo (40%);
- perseguição com intenções sexuais (32%);
- exposição a imagens sexualmente explícitas que deixem o outro desconfortável (26%).
A lista continua e as percentagens , que se referem à média de mulheres entre os 18 e os 35 anos que sofreram pessoalmente estes tipos de assédio em 20 países num inquérito internacional de 2023 da L’Oréal Paris com o IPSOS, International Survey on Sexual Harassment in Public Spaces, são avassaladoras.
O assédio em locais públicos deve ser reconhecido e combatido. Esta experiência de impacto negativo contribui para a diminuição da autoconfiança da pessoa ao longo do tempo, condiciona a sua forma de interagir com os outros e a perceção do mundo à sua volta – é necessário identificar o comportamento de assédio como inaceitável, não podem restar dúvidas. Mas como?
Assédio não é flirt. E tudo o que seja dito em contrário é uma red flag
Atenção, para não confundir assédio com flirt – aliás, se tiver de ter esta conversa com alguém, fique já em alerta. O flirt é uma interação consensual que acontece com alguém e é, muitas vezes, recíproca entre os envolvidos. O assédio é sempre indesejado e direcionado a alguém. A principal diferença a ser destacada é: enquanto o flirt envolve consentimento e respeito mútuo, no assédio estes elementos estão ausentes – a pessoa não deseja esta interação invasiva direcionada a si, e que a deixa desconfortável e/ou perturbada.
O que vou aprender com a formação Stand Up?
A formação Stand Up contra o Assédio em Locais Públicos é um programa global criado em 2020 pela L’Oréal Paris em parceria com a ONG Right To Be, que promove um movimento global para erradicar o assédio.
Este programa procura combater este problema grave da sociedade e centra-se sensibilização para o assédio na rua, através de uma metodologia 5D da Right To Be, que orienta as pessoas a aprenderem a agir em segurança em duas situações diferentes: quando sofrem assédio na rua e quando testemunham assédio na rua, ambas importantíssimas.
A formação centra-se em cinco D’s a conhecer e explorar, cada um diferente dependendo da situação.
- Distrair. Com criatividade, fingir/fazer de conta que conhece a pessoa assediada.
- Delegar. Procurar uma fonte de autoridade e pedir por intervenção (um polícia, um professor, um condutor, por exemplo).
- Documentar. Observar e testemunhar (por exemplo, em vídeo), fornecendo as provas à vítima, mas nunca fazendo uso ou publicando (online) sem o seu consentimento.
- Dialogar. Apoiar a pessoa que foi assediada, reconhecendo o comportamento abusivo e prestando auxílio amigável.
- Direto. Abordar o assediador de forma direta, mas somente em último recurso, para evitar a violência ou o escalar da situação.
Este movimento é mais forte consigo
Até o momento em que este artigo foi escrito, mais de 3 milhões de pessoas em 47 países, entre homens e mulheres, já haviam concluído a formação Stand Up da L’Oréal – exatamente 3.748.066, para sermos precisos. A ambição maior? Alcançar os 4,5 milhões até ao final de 2025. Agora, chegou mesmo a sua oportunidade. L’Oréal deixa o convite aberto a juntar-se a este movimento e, sobretudo, espalhar a palavra.
Para participar nas formações Stand Up, pode fazê-lo através do site oficial (demora entre 10 a 15 minutos) ou fazer a formação com a colaboração da Right To Be, num webinar de cerca de 1 hora.
O desafio foi lançado! Aceita?