Ser mãe pode ser gratificante, mas não é fácil. Seja uma gravidez inesperada ou planeada, nada nos prepara a 100% para trazer um bebé ao mundo e, por enquanto, ainda não recebemos um manual de instruções sobre como ser mãe (ainda que fosse o ideal!).
Todavia, todas somos culpadas de, em algum ponto na nossa vida, julgarmos quem nos rodeia. Não é um traço desejável, mas a realidade é que o fazemos.
A nossa questão é “haverá uma razão biológica para tal“? De acordo com a assistente social clínica Yvette Mitchell, para o site PureWow, sim.
O julgamento é uma prática humana
Na realidade, estamos “condenadas” biologicamente a julgar outras pessoas, não só pelas suas atitudes como mãe, mas por basicamente tudo. Julgar e comentar o que os outros fazem é um dos instintos básicos de sobrevivência.
Não é uma atitude bondosa, é verdade, mas questionar o comportamento de quem nos rodeia é um impulso natural que derruba sentimentos de insegurança e reforça a confiança que temos nos nossos próprios instintos.
E sim, há mesmo uma resposta científica. De acordo com Yvette Mitchell, “há uma parte do nosso cérebro, no córtex pré-frontal, que ativa automaticamente os sentimentos e intuição instintiva se virmos algo com que não concordamos”, o que coloca o nosso corpo em modo de alerta.
“Este fenómeno impulsiona-nos para um modo de julgamento moral muito confiante“, acrescenta. Por isso, da próxima vez que reparar que está a julgar alguém, tente parar e não o fazer, mas não se culpe a si mesma, culpe a ciência!
Validação de curta duração
Apesar de parecer recompensador para a sua autoestima comentar sobre as ações de outras pessoas, em particular outras mães, julgar “é raramente produtivo, especialmente na esfera parental, onde não existe nenhum manual ou how-to em termos da melhor coisa a fazer por uma criança“, afirma a assistente social.
Aliás, e na prática, a validação que sentimos depois de julgar alguém é incrivelmente curta, visto que, apesar de inicialmente estarmos a agir por impulso, acabamos por nos arrepender das nossas palavras.
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A especialista termina por aconselhar a fazer uma pausa e pensar antes de fazer algum tipo de julgamento. “Considere por que razão uma mãe está a tomar aquela decisão em particular antes de atirar pedras”, reforça.
Resumindo, os julgamentos são normais e acontecem instintivamente, mas antes de envergonhar outra mãe, é importante recorrer à compaixão e ter as melhores intenções.
Se tiver uma relação próxima e de confiança com outra figura parental, com quem não concorda em estilos de educação, aproveite para aprender e discutir, de forma saudável, formas diferentes de criar crianças.