7 formas de gerar mudança positiva na comunidade
O nosso papel enquanto pessoas individuais não se limita às melhorias que podemos fazer ao nosso estilo de vida – enquanto cidadãos, temos um poder enorme para estimular a mudança nas pessoas e entidades à nossa volta e, com isso, multiplicar o nosso impacto positivo.
Juntos somos mais fortes – não é o que se costuma dizer? Neste contexto da sustentabilidade ambiental, tal não podia ser mais verdadeiro: apenas com cooperação entre todos, poderemos realmente combater as alterações climáticas.
Enquanto cidadãos, o nosso papel como agentes de mudança é muito importante e pode realmente criar um impacto enorme.
Entre informar mais pessoas, criar e apoiar novos projetos, oferecer o nosso tempo ou fazer com que a nossa opinião seja ouvida, há muitas formas de gerar transformações positivas nas nossas comunidades. Vamos conhecer sete?
7 formas de gerar mudança positiva na comunidade
1. Exercer o direito (e dever) de voto, ou mesmo fazer parte de uma lista candidata
O voto é uma das ferramentas mais simples e eficazes ao nosso dispor e que nos permite gerar mudanças abrangentes. Para isto, é fundamental estudar as programas de cada candidato, de forma a entender bem o que estaremos a apoiar.
No caso da sustentabilidade ambiental, não basta encontrar as palavras “sustentável” ou “verde” nos programas para assumir que os candidatos terão as alterações climáticas como prioridade nos seus planos – ler, questionar e analisar bem cada plano é a melhor forma de entender se o nosso voto está a ser direcionado de acordo com os nossos valores.
No caso de ter disponibilidade, fazer parte de uma lista candidata a eleições é uma excelente forma de conseguir ter um papel ainda mais ativo na possível definição de medidas futuras.
2. Participar e votar nos orçamentos participativos
Os orçamentos participativos dão espaço aos cidadãos para criarem projetos que mudem diretamente a vida da sua comunidade.
Os projetos podem ser tão simples quanto a arborização de uma avenida com muito tráfego, ou mais abrangentes como a criação de um novo parque com zonas de nidificação para aves e abrigos para polinizadores. A ideia é que quem vive e sente os problemas da comunidade possa gerar a mudança necessária.
Informe-se sobre a existência de orçamentos participativos na sua zona, e como pode submeter um projeto, ou simplesmente votar naqueles que lhe fazem mais sentido.
3. Contactar órgãos públicos e privados com sugestões de mudança
Já lhe aconteceu ver um dispersor de rega a regar um pavimento? Ou uma torneira a pingar num centro comercial? Ou uma encomenda online que chegou cheia de cartão e/ou plástico desnecessário? Situações como estas podem, e devem, ser reportadas aos órgãos gestores (empresas, juntas de freguesia, ou outras entidades). É algo tão simples quanto enviar um e-mail e explicar a situação verificada e a sugerir formas de melhoria.
Em muitos casos, obterá uma resposta e algo será feito para alterar a situação. É uma forma simples de gerar uma mudança enorme.
4. Organizar iniciativas de cooperação entre a comunidade
Os locais de trabalho, as escolas e os prédios/condomínios são ótimos locais para gerar mudança em comunidade. Dependendo do orçamento, disponibilidade e predisposição, há várias ações que podem ser dinamizadas:
- Criar uma horta comunitária – promove um maior respeito pela Natureza, redução da pegada do transporte dos alimentos, redução do desperdício alimentar, melhoria na saúde dos solos (dependendo das práticas utilizadas), e estreitamento dos laços entre os participantes, por exemplo;
- Instalar painéis solares;
- Organizar uma recolha de lixo na praia ou parque mais próximos;
- Fazer compostagem comunitária;
- Organizar uma troca de roupa e/ou livros.
5. Promover a educação
Como disse Nelson Mandela, “a educação é a ferramenta mais poderosa que podemos utilizar para mudar o mundo”. Ao contribuirmos para a educação e formação dos outros, estamos a fazer com que estes possam ser também agentes ativos de mudança.
Há várias ações que podemos adotar para promover a educação da comunidade:
- Oferecer livros – neste tema da sustentabilidade, sugiro dois que podem ajudar a sensibilizar quem está a começar neste tema da sustentabilidade: Desafio Zero de Eunice Maia, e A História das Coisas de Annie Leonard;
- Convidar oradores para partilharem a sua experiência e conhecimento – tal pode ser promovido em vários contextos, tanto o escolar (caso trabalhe numa escola, ou tenha filhos/sobrinhos/familiares na escola) o contexto de trabalho (no âmbito de atividades de team building, por exemplo);
- Partilhar informação útil e relevante – é, sem dúvida, a forma mais fácil de contribuir para uma comunidade mais informada, podendo ser feito com a simples partilha de artigos, notícias ou conteúdos, através de email ou redes sociais, por exemplo;
- Organizar uma tarde de visualização de documentários em família – os documentários são uma forma muito fácil de “consumir” informação e podem ser um bom programa para um fim de semana em casa. Algumas ideias de documentários leves mas com informação importante sobre o ambiente: Down To Earth, É P’ra Amanhã e O Ano Em Que a Terra Mudou.
6. Organizar petições ou angariações de fundos
Quando vir algo que acredita que não está a ser feito da melhor forma, e existem mais pessoas que pensam da mesma forma, talvez haja uma vontade geral da comunidade para a mudança.
Pode ser o líder dessa mudança organizando uma petição, de forma a chamar a atenção dos decisores responsáveis, ou uma angariação de fundos (aquilo que fizer mais sentido no contexto).
7. Fazer voluntariado ou partilhar valências e conhecimentos
Sabe costurar ou fazer remendos? Tem jeito para as hortas ou para a cozinha? Consegue restaurar móveis como ninguém? Se tiver disponibilidade para tal, oferecer as suas competências ao serviço da comunidade é uma excelente forma de gerar mudança positiva.
No âmbito da sustentabilidade ambiental, todas estas competências que referi podem ser úteis – pode tanto oferecer o seu tempo para remendar a roupa de alguém ou cozinhar uma refeição vegetariana caseira, por exemplo, como pode mesmo ensinar essas competências a outras pessoas.
Para além disto, o voluntariado através de ONGs também é uma ótima forma de ajudar.
Rita Tapadinhas formou-se em Gestão, e foi quando começou a trabalhar que se tornou cada vez mais alerta para os problemas ambientais. Em 2019 criou o Plant a Choice, um projeto que pretende alertar para os problemas ambientais e mostrar, de forma prática, como podemos tornar os nossos hábitos diários mais ecológicos e sustentáveis. Atualmente, o @plant.a.choice (no Instagram) conta também com um podcast e dois e-books.