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O futuro é deles. António Casalinho: “Sou um bailarino apaixonado e dedicado”

O futuro é deles. António Casalinho: “Sou um bailarino apaixonado e dedicado”

Queremos mostrar o que de melhor se faz em Portugal, por isso não podíamos deixar de falar dos mais jovens. Damos-lhe a conhecer António Casalinho, uma das cinco mentes brilhantes portuguesas.

Por Jul. 29. 2020

Vêm de áreas diferentes – da literatura ao empreendedorismo, da ciência ao trabalho em ONG, sem esquecer a dança –, mas têm três coisas em comum: são jovens, fazem o que gostam e destacam-se no seu ofício, ou seja, o futuro é deles, sem sombra de dúvidas.

António Casalinho, bailarino — 16 anos

O grande público conhece António Casalinho como vencedor do Got Talent Portugal de 2017, mas o seu talento não passa despercebido em nenhum concurso onde participe: Foi assim na Beijing International Ballet and Choreography Competition, na Varna Internacional Ballet Competition e no Youth America Grand Prix, competições importantes no mundo da dança.

Um futuro promissor no ballet é o que toda as pessoas que o veem dançar preconizam. A técnica e a elegância que demonstra em palco não deixam margens para dúvidas.

Tudo parece inato e fácil quando dança, mas por trás estão muitas horas de trabalho, que nos últimos tempos – pandemia a quanto obrigas – têm sido passadas com “aulas online personalizadas em casa”, diz-nos.

António Casalinho é aluno do Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez, sediado em Leiria mas de renome internacional, e era lá que costumava passar muito do seu tempo antes da Covid-19.

“Num dia de semana normal, passo a manhã na escola académica e a tarde no Conservatório, onde treino cinco a seis horas. Tenho sempre uma aula de ballet e, consoante o dia, posso ter aulas de contemporâneo, de preparação física, de carácter, de repertório ou ensaios”, conta.

Apesar de ambicionar ter uma carreira no estrangeiro, gostaria de um dia poder voltar a Portugal e dançar no teatro Camões – António Casalinho, bailarino

Estudos e dança

Conciliar estudos e a dança é agora mais fácil devido ao protocolo estabelecido entre a Escola Secundária Afonso Lopes Vieira e o Conservatório Annarella Sanchez para um regime articulado. “A partir daí, simplesmente temos de saber organizar o nosso tempo”, refere.

Esta é a disciplina que tem desde os 8 anos, idade com a qual começou a dançar. “Estava no terceiro ano de escolaridade. A Annarella dava aulas no colégio onde eu estudava e algumas colegas da minha turma, que estavam no ballet com ela, passavam os intervalos a dançar. Achei engraçado e decidi experimentar.”

As suas aptidões deram logo nas vistas e confessa-nos que não “houve um momento específico” em que se tivesse apercebido que a dança seria a sua carreira. Define-se como “um bailarino apaixonado e dedicado” e vê os prémios “como uma recompensa” pelo seu “trabalho diário”.

O futuro passa por “ingressar numa companhia de renome internacional e ser conhecido como bailarino pelo mundo”. O objetivo é “entrar na Royal Opera House”, em Londres.

Os favoritos de António Casalinho

Bailarino: “Carlos Acosta, Rolando Sarabia e Julio Bocca. Admiro-os por se terem destacado no mundo da dança.”

Bailado:O Lago dos Cisnes, porque é um bailado que não só exige muita técnica como também exige expressão artística.”

Sala de espetáculos: “Apesar de ambicionar ter uma carreira no estrangeiro, gostaria de um dia poder voltar a Portugal e dançar no teatro Camões, em Lisboa, talvez como bailarino convidado.”

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 240, junho de 2020.
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