É essencial derrubar “preconceitos e estereótipos enraizados na mentalidade geral da sociedade há séculos, muitas vezes alicerçados em crenças religiosas obsoletas, que precisam de ser combatidos rapidamente e que, mesmo que assim seja, vão demorar muito tempo até serem destruídos em prol da igualdade”, explica Diogo Faro, comediante a ativista português.
“Há muita coisa no dia a dia cuja percepção tem de ser mudada, seja no campo profissional (profissões historicamente atribuídas a um ou outro género), na sexualidade (a dualidade de critérios com que é percebida), a parentalidade (por um lado, as mulheres são altamente pressionadas a ser mães, por outro, desvaloriza-se o papel dos pais e o seu amor aos filhos) e por aí adiante”, descreve.
Mónica Canário, coordenadora nacional do HeForShe Portugal, esclarece ainda que “vários homens só compreendem a questão central da desigualdade de género quando são pais de raparigas ou quando as suas filhas são confrontadas com situações desagradáveis.”
O HeForShe acredita que a educação é o principal motor para acelerar a promoção da igualdade de género, apelando a que as novas gerações tenham respeito pelos direitos humanos.
Para tal, Mónica acredita que é preciso “educar as crianças, reeducar os(as) adultos(as). Explicar. Voltar a explicar. Explicar mil vezes se for necessário. Cada pessoa pode fazer mais e melhor pela igualdade de género na sua esfera privada e nos seus grupos de amigos(as) (…). É uma luta longa e demorada, com vários imprevistos pelo caminho. Mas o que importa é não desistir e incentivar a que as futuras gerações também não desistam.”.
6 passos rumo à igualdade de género
1. Compreender a definição de feminismo;
2. Reconhecer a desigualdade de direitos. Um homem e uma mulher não têm os mesmos direitos. Um homem e uma mulher não têm as mesmas oportunidades. É importante que o homem compreenda a realidade à sua volta;
3. Evitar comentários sexistas. Piadas e comentários sexistas não só reforçam a diferença de direitos entre homens e mulheres como perpetuam comportamentos machistas;
4. Ter consciência da desigualdade salarial. A participação dos homens e mulheres no mercado de trabalho é desigual. E isso reflete-se na existência de um gap salarial. Os lugares de chefia são maioritariamente ocupados por homens;
5. Evitar estereotipar segundo o género. As mulheres são ainda as principais responsáveis pela execução das tarefas domésticas e pela prestação de cuidados à família. Contudo, e como consequência desse estigma, o homem raramente usufrui da licença de paternidade (que, de acordo com a lei, pode ser partilhada pela mãe e pelo pai) porque é estigmatizado no local de trabalho;
6. Reconhecer o privilégio masculino. Resultado do sistema patriarcal em que vivemos, os homens têm mais poder e mais privilégios do que as mulheres.
Agora que já sabe como pôr a teoria em prática, saiba também porque é que é importante haver homens feministas.