De uma maneira ou de outra, todas nós já relativizámos a dor, o cansaço ou qualquer outro sintoma menos positivo em determinado momento da nossa vida.
Os motivos podem ser variados: falta de tempo ou, na pior das hipóteses, não atribuirmos a devida importância à nossa saúde e a não conhecermos o nosso corpo.
Normalmente, a maioria das pessoas procura respostas junto da medicina convencional. No entanto, por vezes, as soluções apresentadas não são satisfatórias.
É neste campo que entram as terapias alternativas, que devem ser utilizadas como um complemento à medicina convencional e cujo um dos principais objetivos é cuidar de outras áreas que também merecem a nossa atenção – como a emocional e a espiritual.
Terapias alternativas vs. convencionais
Apesar da controvérsia que existe em relação às terapias alternativas, a procura pelas mesmas tem vindo a aumentar.
Atualmente, já existem sete terapias não convencionais que são regulamentadas pela lei portuguesa e praticadas em alguns hospitais, como por exemplo, a acupunctura, a medicina tradicional chinesa, a osteopatia e a naturapia.
Em relação ao seu uso, Pedro Lôbo do Vale, médico especialista de Medicina Geral e Familiar, sublinha que deveria ser mais complementar do que propriamente alternativo. No entanto, tudo vai depender da situação do paciente.
Por exemplo, “numa obstipação, é preferível que se indique uma prescrição dietética do que propriamente um laxativo. Para alguém que tenha problemas articulares, a suplementação natural (como, por exemplo, a curcumina) poderá de facto ajudar, existindo melhorias efetivas e os efeitos secundários são inexistentes”, diz-nos Pedro Lôbo do Vale.
Os problemas mais clássicos relacionados com o sistema nervoso, “como as depressões ligeiras, poderão ser tratados com suplementos, como a erva-de-são-joão, com resultados muito positivos. O leque das medicinas complementares, principalmente da suplementação, na minha opinião, é importante. Não podemos é dizer a um doente com um cancro, com uma depressão grave ou com uma pneumonia que temos uma solução alternativa. Podemos ter uma solução complementar em alguns casos”, acrescenta o especialista.
Os tradutores de sintomas
A reprogramação corporal assenta numa base científica, sempre em atualização com os estudos mais recentes, de etiofisiopatologia, neurociência, análise postural e de movimento. É um método alternativo, porque não intervém de uma forma clássica, mas holística.
Esta abordagem “olha para a história da pessoa e não para o sintoma. É a partir daí que escolhemos, dentro da nossa caixinha de ferramentas, aquilo que se adequa melhor a cada caso”, refere Joana Moinho, fisioterapeuta, osteopata e fundadora do projeto Reprogramar.
Dentro desta caixa estão várias técnicas terapêuticas, que vão desde a fisioterapia à osteopatia, técnicas diferenciadas de terapia manual, reprogramação do movimento, ensino, acompanhamento e aconselhamento de todo o processo de cura.
A reprogramação corporal assenta em três níveis diferentes de atuação: o scan, o restart e o flow.
O scan acontece na primeira consulta e consiste numa entrevista e numa avaliação do paciente. Nesta fase, são explicados os sintomas e são definidas as técnicas que vão ser utilizadas, sendo que são sempre não invasivas e privilegiam o toque e manualidade.
“Quando a pessoa percebe a razão dos sintomas, tem na sua ótica de vida o empoderamento. Por exemplo, uma dor de cabeça comunica uma desregulação fisiológica, mas ao mesmo tempo uma necessidade de alterar um padrão de vida”, afirma a especialista.
Só depois de a pessoa ter percebido qual é a origem do seu sintoma é que passa para o restart, no qual é feito um acompanhamento integrado que, normalmente, é complementado com psicoterapia, mudanças de hábitos alimentares ou exercício físico.
Estas consultas duram em média entre três e seis meses, “que é o tempo que o organismo precisa para se reequilibrar”, explica-nos Joana Moinho.
Depois segue-se o flow, que “são as sessões em que a maioria das pessoas já está na fase de prevenção e não vem porque tem um sintoma, mas para reprogramar e não deixar chegar ao limite”, acrescenta.
Os eletricistas do corpo
A terapia quântica ou de biofeedback é realizada com uma máquina que envia frequências energéticas através de uma banda que é colocada na cabeça, nos pulsos e nos tornozelos.
Estas frequências vão “treinar as nossas células a processar corretamente a informação que recebem. O principal objetivo é contribuir para a autorregulação do corpo. Isto é, fazer com que o organismo recorde como é que controla todos os processos físicos e mentais para conseguir funcionar de uma maneira saudável”, explica-nos a terapeuta quântica Marta Flor de Lima.
“O que se faz numa primeira sessão é tentar reequilibrar e eliminar ao máximo o stresse que possa existir a nível emocional, neurológico, físico e espiritual”, acrescenta Maria João Pais, terapeuta quântica.
Esta primeira consulta pode demorar até cerca de três horas para que todo o organismo fique reequilibrado. O principal benefício é uma sensação de bem-estar e um aumento de energia. “É como se fôssemos os eletricistas do corpo”, comenta Maria João Pais.
Para as terapeutas, o ideal é que a pessoa traga inicialmente um diagnóstico para a sessão. No entanto, esta não é uma obrigatoriedade e a terapia pode ser feita ao mesmo tempo (ou não) de um tratamento médico.
“Se a pessoa não tiver nenhuma patologia específica, o que se faz é tratar o que está em desequilíbrio e equilibrar as partes do corpo que a máquina nos indica que estão reativas”, explica Maria João Pais.
Dependendo de cada caso, “o ideal será fazer duas a três sessões no espaço de oito a dez dias e, depois, diminuir e fazer uma vez por mês”, acrescenta Maria João Pais.
Os benefícios da terapia quântica
De acordo com as terapeutas Maria João Pais e Marta Flor de Lima estes são os cinco principais benefícios da terapia quântica:
• Regulação do sono;
• Redução do stresse, ansiedade e de pensamentos repetitivos;
• Redução de dores no corpo, como as enxaquecas;
• Aumento de energia generalizada;
• Melhoria da atenção e da memória.