Faz hoje um mês que deixámos Portugal e, para trás, deixámos a casa, os empregos, a família, os amigos e uma vida estável. Agora somos do mar, vivemos ao sabor do vento e nunca sabemos qual a próxima praia que nos vai receber para pernoitar e ser um pouco da nossa casa.
Lá fora, temos uma imensidão de azul a que chamamos “jardim”. Temos a companhia das estrelas à noite e a vida marinha que nos alegra os dias.
O tempo passa mais devagar e começo a olhar para outras coisas que não via. Partilhamos conversas onde o tempo e as horas não são mais importantes. Há uma calma que se começa a apoderar de nós e que nos deixa viver devagar, em pleno e sem pressas.
É uma vida simples, onde de manhã ensinamos aos nossos filhos as matérias da escola, almoçamos, e à tarde temos a liberdade para conhecer e explorar uma cidade, uma nova terra, um novo país.
Quando gostamos, ficamos. Quando nos apetece seguir em frente, seguimos em busca de um novo poiso, de uma nova aventura! E é assim agora a nossa vida. Somos nómadas e gostamos, porque estamos em família e a viver um dia de cada vez .
O primeiro destino: Porto Santo
Não sei se pelo prazer de chegar, se pela dificuldade da viagem, se pelo realizar de um sonho… Mas chegar a Porto Santo foi mágico.
Ancorámos na baía pequena e descansámos do enjoo. Arrumámos o barco e percebemos as imensas coisas que falharam na preparação. Procuro um papel e aponto tudo, para melhorar na próxima travessia.
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Pormenores, mas para os quais quero despertar e aprender a encaixar para facilitar rotinas a bordo. Anotei:
- Sair com comida simples preparada
- Os comprimidos principais devem estar à mão
- Roupa para mudar
- Águas em cada cama
- Bolachas de água e sal
E assim vou continuando as minhas listas que me dão estabilidade e me acalmam.
À chegada, fizemos o teste ao Covid-19, deu negativo e assim tivemos permissão para entrar – tudo muito bem organizado e pensado.
Ao pôr os pés em terra, sente-se a brisa agradável da ilha. Vivia ali… numa outra vida, onde a calma reinava e os olhos se deixavam enamorar. Porto Santo encanta, pequena e sedutora, dá vontade de voltar.
As nossas dicas, o que vimos e sentimos
Todos falam nas lambecas, e o Sr. Velhote dá sabor aos gelados com o seu carisma.
Na ilha tão pequena, descobrem-se paisagens diferentes e, em pouco tempo, consegue correr tudo de um lado ao outro.
No hotel, onde apetece engordar, não se coiba desse prazer, e aproveite! Mais uma e outra refeição, entre mergulhos e gargalhadas, Porto Santo é ideal para famílias.
Pode fazer snorkeling e um passeio pela ilha, alugue uma mota ou um carrinho eléctrico.
Beba um copo de vinho, coma umas lapas, veja um pôr do sol e prometa voltar.
Segundo destino: Ilha da Madeira
A confusão da cidade não me atrai. Muito turística, estradas confusas e túneis sem fim. Fico perdida nas casas sem sintonia. Mas, depois, começa-se a explorar os seus encantos e percebe-se as belezas escondidas.
Estradas com vistas sem fim, flores, ravinas e encostas onde a paisagem mergulha. A Madeira conquista-nos aos poucos, em cada esquina e a cada sabor novo.
As nossas dicas, o que vimos e sentimos
A não perder: o Cabo do Girão, Porto Moniz e as incríveis estradas que a levam ao Curral das Freiras e ao Pico do Areeiro.
A ilha da Madeira tem bons trechos para os amantes de caminhadas, dá vontade de dormir ali e continuar caminho no dia seguinte.
O lado Norte, com densas florestas, levam-na a uns graus abaixo e tem de se aquecer. Entre as curvas e as árvores densas, faça uma refeição. Levadas e quedas de água, a natureza aqui está bem presente.
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Beba uma poncha. Em Câmara de Lobos, coma uma espetada e admire o pôr do sol num porto pequeno e sedutor.
Passe por Santana, conhecida pelas casas típicas, e não deixe de fazer os teleféricos da ilha que a elevam às alturas.
Experimente as suas frutas exóticas e o clima quente com um sabor já tropical. Há ainda passeios de barco para ver baleias e os inúmeros desportos radicais e atividades.
A Madeira é um bom destino para visitar, especialmente na época das flores. Convida a voltar, e na memória levo as pessoas que aqui nos acarinharam!
Inês Saldanha, 37 anos, e o marido João Pisco, 44, vão partir a 12 de setembro numa viagem que demorará alguns anos até terminar. Consigo levam os seus quatro filhos: Alice, 10 anos, Manuel, 8, Francisco, 5, e Teresinha de apenas 2. Podem acompanhar as aventuras da Wind Family no Instagram.