Vamos largar tudo e viajar a tempo inteiro com os nossos quatro filhos num veleiro altamente sustentável por este mundo fora, fazendo da solidariedade um propósito, olhando os nossos filhos com o tempo e a calma que eles merecem.
Se for ao dicionário, “viver” quer dizer: “Passar a vida de algum modo, sentir, apreciar; Estar com vida, existir; Alimentar o espírito, perpetuar; Gozar a vida, sabe-la aproveitar, tirar partido de tudo;” E eu pergunto-me: Quantas vezes isto acontece? Quantas vezes fazemos jus à palavra?
Há uma forte vontade de aproveitar a vida e dar prioridade ao que efetivamente nos faz felizes, e viajar é sem dúvida das melhores sensações que podemos ter.
Não conseguimos idealizar a nossa vida com 22 dias de férias anuais e um horário extenuante que não nos deixa ter disponibilidade para o que realmente importa, pelo menos para nós!
É verdade que teremos uma vida simples, sem luxos e com menos dinheiro, mas esta liberdade exige um preço a pagar e nós estamos dispostos a isso enquanto família. E dizemos “sim” a uma vida simples, sustentável e mais livre.
Seremos viajantes a tempo inteiro por uns anos, não sabemos bem até quando, e queremos agarrar esta experiência como algo único e precioso que podemos dar aos nossos filhos, como só as memórias podem dar e perpetuar sensações.
Não ter demasiadas expectativas é a primeira das regras. Ir vivendo o momento presente e aceitando aquilo que ele nos traz. Assim, minimizas as desilusões.
É uma aventura, é algo muito novo e diferente. Vamos ver como será ter uma vida nómada e viver a tempo inteiro a viajar pelo mundo, em família. Partimos em setembro e voltaremos quando assim o sentirmos.
Vamos fazer ensino doméstico, seremos os tutores e estaremos em contacto com a escola portuguesa para que não percam obviamente nenhum ano. Somos os maiores interessados em criar filhos inteligentes e com capacidades de pensamento.
A adaptação terá as suas dificuldades, naturalmente. O facto de estarmos todos juntos em família requer cedências e crescimento de todos, mas acredito que rapidamente encontraremos a nossa forma, encaixando o puzzle à nossa maneira.
Toda a preparação requer muito tempo, muitos momentos, muitas coisas para pensar, muita idealização, muito entusiasmo, muita perseverança. Será uma forma de estar na vida, uma forma de viver a viajar…
Anseio sentir o vento na cara, a água salgada e partir para o desconhecido. Conhecer novas culturas, novas pessoas, novos laços.
Sempre preferi qualidade a quantidade. Se me perguntarem a quantos países já fui, não faço ideia, nunca contei! Não é de todo isso que me importa. Se chegar a uma ilha perdida e me sentir em casa, quero ter a liberdade de lá ficar enquanto nos apetecer e aproveitar o momento presente.
Temos inspirado muita gente a mudar de vida e isso deixa-nos uma sensação maravilhosa e motivação para nunca desistir dos nossos sonhos. Afinal, foi este sonho que nos fez chegar até aqui!
Inês Saldanha, 37 anos, e o marido João Pisco, 44, vão partir a 12 de setembro numa viagem que demorará alguns anos até terminar. Consigo levam os seus quatro filhos: Alice, 10 anos, Manuel, 8, Francisco, 5, e Teresinha de apenas 2. Podem acompanhar as aventuras da Wind Family no Instagram.