O programa Erasmus (que sofreu um upgrade no nome para Erasmus+) faz 30 anos. Três anos depois de ser criado, isto já em 1989, nasceu Diogo Piçarra, um dos muitos estudantes que passou pela experiência de estudar noutro país. Deixou os pais e os amigos – ainda que apenas de fevereiro a julho de 2011 – e começou uma nova aventura.
Ainda assim, o cantor diz que os pais “aceitaram imediatamente” a sua ida e que apoio não faltou.
O músico, de 26 anos, integrou o programa de intercâmbio em 2011, enquanto estudava Ciências da Comunicação. Quando chegou à República Checa identificou as principais diferenças que encontrou em relação a Portugal. “Em primeiro lugar, a gastronomia. Em seguida, encontrei diferenças sobretudo nas rotinas diárias: começa tudo muito mais cedo, aulas, trabalho, jantar ou vida noturna. Depois, na organização social, já que todos são muito mais respeitadores do próximo e de muitas regras sociais e rodoviárias.”
Quanto às dificuldades, há uma que está no topo da lista. “O que foi mais difícil acima de tudo foi a língua, ainda para mais estando numa cidade longe da capital, onde se falava muito pouco inglês”.
Ir para a faculdade sempre foi um dos seus objetivos e já tinha os seus planos bem definidos. Queria ser jornalista, mas a música trocou-lhe as voltas. Enquanto tirava o mestrado em Ciências da Linguagem, em 2012, participou no programa Ídolos, da SIC, e foi o grande vencedor.
Mas, a verdade, é que o amor por cantar surgiu muito antes do concurso de televisão. Quando estava em Olomouc, a música ajudou-o muito: “Foi lá que fui dando os primeiros passos como artista a solo, ao escrever algumas músicas originais, mas também ao preparar-me para lançar-me no mundo do YouTube com covers“, relembra.
Fotografia: Arlindo Camacho
As dicas de Diogo Piçarra para ir de Erasmus
Entretanto, a carreira de DIogo foi crescendo. Em 2015, lançou o álbum Espelhos e, em 2017, apresentou Dois, o trabalho que conta com temas como Dialeto, Já Não Falamos ou Só Existo Contigo. Hoje é um artista de sucesso.
O cantor falou com a Saber Viver e deu cinco sugestões para quem está prestes a iniciar a experiência de Erasmus. Conheça-as.
“Escolher muito bem o país e a cidade”
Este é o primeiro passo para uma viagem de sucesso. A segurança do país é sempre importante, mas o custo de vida e diferenças culturais também devem ser fatores decisivos.
“Preparar-se para diferenças linguísticas e aprender o básico da língua desse país”
O ideal é aprender um novo idioma antes de ir viver para um país estrangeiro. Se tiver muitas dificuldades em falar outra língua além do inglês, é importante que leia e que tenha alguns conhecimentos básicos deste idioma. Pode mesmo fazer um curso online para ganhar alguma vantagem.
“Ir acompanhado de um amigo ou dois”
Explorar um novo país com um amigo é totalmente diferente. Além de ser mais seguro, é também mais divertido.
“Saber o que fazer e onde ir assim que chegar à cidade pretendida”
Antes de apanhar o avião, faça uma lista de tudo o que quer conhecer no país para onde vai. Informe-se sobre as atividades da cidade, os restaurantes com comida típica e retire o máximo de proveito cultural. Tenha ainda planeada a estadia, mesmo que não seja a definitiva.
“Divertir-se, mas também viajar e aprender imenso”
Esta é a regra de ouro. Aproveite a viagem e faça novas amizades, passeie, saia à noite, saiba mais sobre a cultura desse país. Acima de tudo, claro, divirta-se.
Curiosidade sobre o programa Erasmus: surgiu em 1987 como um programa de mobilidade para estudantes do ensino superior e no seu primeiro ano de existência teve a participação de 3200 estudantes. 30 anos depois, já conta com mais de 300 mil alunos por ano. Além disto, proporciona oportunidade de estágios, intercâmbio de jovens e voluntários. No início, funcionava em apenas 11 países. Hoje, a cobertura geográfica estende-se a 33, incluindo todos os estados-membro da União Europeia.
O que achou das dicas de Diogo Piçarra? Já alguma vez fez Erasmus? Saiba ainda os principais truques para conseguir trabalhar e viajar.