Viajámos para Zanzibar na primeira semana de abril — o mês com mais probabilidade de chuva. E assim foi. Mas dias molhados, dias abençoados. A verdade é que regressámos a Portugal com imensa vontade de lá voltar. Voámos desde Lisboa com escala em Amesterdão. Há várias possibilidades de voos de ligação desde Portugal, mas os mais comuns são via Dubai, Istambul ou Amesterdão. Ainda assim, durante o verão, a Solférias assegura um charter com voo direto, o que fará realmente toda a diferença.
Assim que aterrámos ao aeroporto, fomos recebidos com gestos de agradecimento por chegarmos a Zanzibar, acompanhados de expressões locais: karibú (bem-vindo); jambo! (olá), ashanta sana (muito obrigado) e, claro, a célebre akuna matata (está tudo bem ou sem stresse).
Do aeroporto até ao hotel Riu Jambo demorámos cerca de uma hora e meia em transfer privado — mas também é muito fácil apanhar táxi. Pelo caminho, destacava-se o verde das palmeiras, a vegetação densa e centenas e centenas de pessoas a caminhar pelas ruas, vários jogos de futebol amador, cafés e imenso comércio local.
A cultura e a história a conhecer
Ao chegar a Zanzibar nota-se rapidamente a influência dos vários povos que por lá passaram. Árabes, persas e europeus deixaram a sua marca e o reflexo é uma mistura de culturas fascinante e isso está patente nos costumes, na gastronomia, no artesanato e na religião. Cerca de 90% da população atual é muçulmana e a restante hindu e cristã.
Há uma convivência harmoniosa, algo que é facilmente visível nas praias mais frequentadas, onde os Massai, uma tribo cristã oriunda do Quénia e Tanzânia vende diariamente o seu artesanato aos turistas e onde também os muçulmanos expôem no areal autênticas galerias de arte local e vendem telas, calçado, sacos, objetos de decoração, entre outras peças. Se ficar tentada a comprar algo, saiba que aqui tudo se regateia. Cheapy-cheapy é a expressão usada para começar a negociar.
Um local de eleição para ir às compras e, claro, conhecer culturalmente a ilha, é Stone Town, a capital de Zanzibar. Repleta de mansões de sultões e de comerciantes bem-sucedidos na produção de especiarias, a sua riqueza histórica torna esta visita praticamente obrigatória. Recomenda-se uma visita ao Museu dos Escravos, ao mercado de especiarias, bem como uma paragem num dos cafés locais, tão apreciado por lá.
A visita ao Museu dos Escravos é impressionante e imperdível. Construído com poucos recursos, este museu explica detalhadamente como os mercados de escravos afetaram signicativamente a população negra de países como a Tanzânia, o Malawi ou a Zâmbia, vendidos a mercadores árabes que os levavam para Omã, Iémen ou para as Seychelles.
A par com o comércio de marfim e especiarias, o tráfico de escravos tinha enorme relevância económica na região, ao ponto de ser um dos responsáveis pelo desenvolvimento da principal cidade na ilha. Em Stone Town, vale a pena conhecer o caótico Mercado Darajani, explorar as ruelas do centro histórico para comprar artesanato, roupas tradicionais, discos de vinil e fotografias antigas.
Não deixe de conhecer o antigo porto, onde vários grupos de crianças interagem com todos e dão uma vida especial ao local. Um bom momento para descansar à beira-mar de Livingstone com uma Kilimanjaro – a cerveja local – e alguns petiscos locais. Aliás é também aqui que pode visitar a casa onde nasceu Freddy Mercury. Outra das visitas a não perder é a ida a uma plantação de especiarias, ou não fosse Zanzibar conhecido com a ilha das especiarias.
Kidichi Spice Farm fica nos arredores de Stone Town. É uma espécie de plantação biológica educacional, onde guias locais mostram com orgulho a paixão e conhecimento sobre os diferentes tipos de especiarias produzidas em Zanzibar, da pimenta ao cravinho, do colorau à canela, passando pela noz-moscada e pelo gengibre. Além de usadas na gastronomia, algumas das plantas aqui produzidas são também usadas como medicamentos e cuidados de beleza.
O arquipélago de Zanzibar pode ser visitado durante todo o ano. Tenha só em atenção as duas épocas das chuvas: entre março e maio, e início de novembro a meados de dezembro.
Um safari em tons de azul
A cerca de meia hora de barco fica a ilha Changuu, mais conhecida como ilha prisão. Não no sentido literal, mas apenas porque funcionava como hospital, onde era realizada a quarentena da febre amarela e outras doenças contagiosas. Mas a verdade é que a ilha está rodeada por um magnífico recife com águas de uma tonalidade inexplicável, que se tornou muito visitada por ter imensas tartarugas gigantes. Se gosta de fotos inesquecíveis para publicar nas redes sociais, este é um lugar para receber muitos likes!
Outra visita obrigatória em Zanzibar é Pingwe, a zona mais trendy. Fica na costa leste e tem alguns hotéis mais pequenos interessantes, bares com animação, esplanadas na praia e lojas de artesanato. É aqui que encontra o famoso The Rock, o pequeno restaurante construído sobre uma rocha no mar, acessível apenas de barco se a maré estiver cheia. As especialidades da casa, como não poderia deixar de ser, são os pratos de peixe e de marisco. Convém efetuar reserva previamente no site.
Ver esta publicação no Instagram
Vale a pena pela experiência e vista fenomenal. Para viver mais uma experiência única, inscreva-se num dos passeios privados em dhows (o típico veleiro latino Suaíli) que a levará a conhecer alguns dos recantos mais belos e secretos do arquipélago, na baía de Menai, reserva marinha protegida. Saindo de Fumba, uma pequena península a sudoeste de Zanzibar, navegará até à ilha Kwale, onde poderá mergulhar entre peixes tropicais e praticar snorkeling pelo meio de recifes de corais.
Desfrutar na melhor praia
O hotel Riu Jambo está localizado na ponta norte da ilha, mais precisamente na Nungwi Beach, uma das melhores praias de Zanzibar. Um hotel que sugerimos sem hesitar, mas que nos pareceu ideal para umas férias em família. É relativamente recente — abriu no final de 2022 — e o regime de tudo incluído permite passar uns bons dias sem preocupações. Além do restaurante buffet, o Riu Jambo tem mais três restaurantes temáticos: o italiano Il Panzotto, o asiático Yunnan e o de fusão, o Kulinarium. Não podíamos deixar de mencionar a fantástica localização dos restaurantes italiano e de fusão: ficam em cima do mar, como se fosse uma water villa ao melhor estilo das Maldivas.
Aqui encontra também o Bar Bongo Flava, para tomar um cocktail com música chill-out enquanto o sol se põe. O Riu Jambo dispõe de várias piscinas espalhadas pelo hotel e bar no interior de uma delas. Se gosta de praticar desporto, não faltam opções para se manter ativa. Existe um centro náutico, com atividades diárias e gratuitas, como paddel, windsurf, canoagem ou snorkeling. Também se pode divertir e conhecer novas pessoas nos jogos de vólei de praia ou queimar as calorias num ginásio bem equipado.
Como ir
A nossa viagem foi feita a convite da Sol Férias, que terá um voo direto Lisboa – Zanzibar de 21 de julho a 23 de setembro. Já pode pedir informaçõe e reservar na sua agência de viagens. Ficámos hospedados no Riu Jambo****, em regime de tudo incluído, e também recomendamos.