Nutrição

Alimentação como forma de cura: 7 recomendações para pôr em prática

Como podemos usar a alimentação a nosso favor nestes tempos de pandemia? Joana Teixeira, fundadora do Therapist – o primeiro restaurante terapêutico com clínica e escola -, em parceira com a head nutritionist Sumeya Osman, explica-nos o essencial a reter.

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Alimentação como forma de cura: 7 recomendações para pôr em prática Alimentação como forma de cura: 7 recomendações para pôr em prática
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Abr. 08, 2020

A alimentação teve um papel fundamental no meu processo de cura quando tive um problema dermatológico há alguns anos. Posto isto, não concordo com uma visão fundamentalista de que a alimentação tudo cura.

Para mim, a alimentação tem um papel fundamental na prevenção de algumas doenças, mas de nada vai adiantar comer todos os dias gengibre, curcuma e pimenta preta se depois dormimos mal, andamos sempre irritadas, não fazemos exercício, entre outros hábitos tóxicos.

A cura é um processo holístico que pode, e deve, incluir a alimentação como uma peça fundamental de um puzzle muito mais complexo.

Estamos neste momento a atravessar um período em que não nos basta procurar a cura na alimentação. A prevenção da contração da Covid-19 é feita apenas e exclusivamente por adoção de medidas profiláticas. Neste momento, o isolamento social é, de facto, a única forma de nos protegermos e de protegermos quem nos rodeia.

Estar em casa, sem saber durante quanto tempo, pode facilmente ser um rastilho para comportamentos de compulsão alimentar – Joana Teixeira, fundadora do Therapist

No que respeita à alimentação, o ideal é ter uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios que fortaleçam a nossa imunidade. Estar em casa, sem saber durante quanto tempo, pode facilmente ser um rastilho para comportamentos de compulsão alimentar, sobretudo por alimentos com pouco interesse nutricional.

Inevitavelmente, esta conduta é o início de uma espiral de comportamentos e sentimentos pouco saudáveis, quer do ponto de vista físico quer do ponto de vista emocional.

7 recomendações para pôr em prática

Agora que já passaram as primeiras semanas de choque, em que nos refugiámos nos açúcares e outros ingredientes menos bons, vamos lá dar a volta por cima? Se a sua resposta foi não, pode passar para o fim do texto. Se a sua resposta foi sim, deixo-lhe aqui algumas recomendações práticas para esta fase:

1. Limitar os alimentos que não queremos/devemos consumir

Se não tivermos junk food em nossas casas, não a vamos consumir.

2. Não entrar em pânico e esvaziar prateleiras de supermercado

Sublinhando o que foi escrito pelos Professores Pedro Graça, Vítor Hugo Teixeira e Dra. Mª João Gregório, “ao contrário de todas as outras epidemias que a precederam na história, a Covid-19 será a primeira onde, muito provavelmente, os alimentos não irão escassear e onde a diminuição acentuada da atividade física e o consumo alimentar excessivo poderão amplificar os estragos na saúde das pessoas”;

3. Garantir um consumo adequado de frutas e vegetais diariamente

Tais como: sopa de legumes ao almoço e jantar e/ou legumes como um dos acompanhamentos em ambas as refeições. Consumir pelo menos 3 porções de fruta por dia.

As frutas e vegetais são ricas em vitaminas e minerais, antioxidantes e fibras, essencialmente grande parte do que precisamos para manter uma saúde ótima. Sendo que a saúde imunitária é agora um preocupação major, ressalvamos aqui o papel da vitamina C por ser um potente antioxidante com um papel importante na atividade das células do sistema imunitário.

Contudo, é de frisar que a relação entre o seu consumo e benefício não é de proporcionalmente direta e, como tal, não há necessidade de nos encharcarmos em suplementos nesta fase, principalmente quando podemos consumir fontes alimentares deste nutriente e atingir assim, de forma relativamente fácil, as necessidades diárias do mesmo.

Podemos encontrá-la, por exemplo, no pimento vermelho, nos kiwis, laranjas, morangos ou vegetais de folha verde como os brócolos (que devem ser cozinhados a vapor por 7-9 minutos, de forma a preservar o conteúdo deste e outros nutrientes que são hidrossolúveis).

4. Consumir leguminosas (secas e demolhadas ou enlatadas)

São uma excelente fonte de zinco, proteínas vegetais e fibras. Um aporte proteico adequado é fundamental para garantir não só a saciedade como também a manutenção de uma massa magra adequada.

Por outro lado, o zinco é um mineral antioxidante que participa, entre outras coisas, na produção e crescimento das células do sistema imunitário, assim como na modulação da resposta imunitária. É ainda fundamental para a saúde da pele e das mucosas, que são a nossa primeira barreira de proteção.

5. Gengibre

Usado pelas medicinas tradicionais há centenas de anos, os seus benefícios são atribuídos aos seus fitoquímicos (substâncias ativas que não são vitaminas ou minerais, mas apresentam efeitos benéficos no organismo).

Entre outros benefícios do gengibre, são de realçar os compostos anti-inflamatórios, antioxidantes e antimicrobianos, que ajudam na prevenção e tratamento de infeções.

6. Curcuma e pimenta preta, o combo anti-inflamatório

A curcuma, ou açafrão-das-índias  é a especiaria usada tradicionalmente há milhares de anos pela Ayurveda. Apresenta inúmeras propriedades terapêuticas, entre elas antioxidantes, anti-inflamatórias, anticarcinogénicas, antibacterianas.

Recomenda-se o seu uso como tempero em estufados e salteados ou ainda em sumos, bebidas quentes como golden milk ou chá. Recomenda-se o uso da curcuma associado à pimenta preta, visto que esta potencia a absorção da primeira.

7. Hidratação, sempre

Por último, mas não menos importante, manter um estado de hidratação adequado: água, água aromatizada e infusões são boas opções!

*Saiba mais sobre o Therapist, conheça o menu take-away e viste a loja online.

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