Hoje, ninguém põe em causa que comer de forma saudável é essencial para nos sentirmos bem e com energia e, como tem sido sublinhado nos últimos anos, o intestino tem uma palavra a dizer sobre este tema.
Este órgão ficou esquecido durante muito tempo, mas sabe-se agora que uma alimentação desequilibrada leva a um empobrecimento da microbiota, o que nos torna mais suscetíveis a doenças do foro mental, como a depressão, tal como a enfermidades inflamatórias, digestivas, metabólicas e autoimunes.
“Com um intestino doente é impossível estarmos bem”, diz a dietista integrativa e coach Mareva Gillioz, no livro Happy Food Therapy.
“A alimentação é a energia, um vínculo com a vida uma gasolina que nutre não só cada célula, mas também as bactérias amigas do nosso corpo, além das nossas emoções e alma”, continua a mesma especialista.
Segundo cérebro
A importância do intestino é tal que começou a ser chamado de segundo cérebro e é nele que vive grande parte da microbiota, o conjunto de microrganismos com os quais convivemos, formado por bactérias, vírus, fungos, leveduras e até parasitas.
Como diz a dietista, o segredo para o nosso bem-estar é manter uma microbiota equilibrada e, para isso, aconselha a comer alimentos com vitamina A, como a abóbora e a cenoura; com vitamina D, caso da truta, salmão ou cavala; zinco, como cereais integrais e leguminosas; e magnésio, caso dos vegetais de folha verde e amêndoas.
Importantes também são os alimentos ricos em triptofanos, prebióticos e probióticos. Quando se ingere fruta, vegetais, gorduras saudáveis, proteínas e tubérculos, tem-se mais energia e sentimo-nos mais felizes.
O consumo de açúcares e de gorduras saturadas tem o efeito contrário. Regular a glicemia e a inflamação é fundamental e ambas estão associadas a sintomas de cansaço constantes.
Alimentos da felicidade
Triptofanos
São vários os estudos científicos que provam que, para produzir serotonina, também conhecida como hormona da felicidade, é preciso ingerir alimentos ricos em triptofano.
A banana, o cacau, o abacate, a aveia, os peixes gordos, as aves e os ovos são alguns dos alimentos que contêm este aminoácido essencial.
Quivi
Um estudo publicado recentemente no British Journal of Nutrition revela que o quivi melhora a energia e o humor e apenas quatro dias de consumo fazem a diferença.
A culpada é a vitamina C, diz a equipa de investigadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, que conduziu o estudo.
Prebióticos
No livro Super Digestão, a nutricionista Megan Rossi, apelida-os de alimento para micróbios benéficos.
São exemplo, os espargos, a cebola, o alho, as crucíferas, a alcachofra, o inhame, as ameixas, os alperces, nectarinas, romãs, amêndoas, cajus, cevada, espelta e leguminosas. Os prebióticos aportam fibras.
Probióticos
São bactérias vivas que exercem efeitos benéficos no nosso organismo, como explica Megan Rossi. Os alimentos fermentados, tais como a sopa miso, o kimchi, a kombucha, o kefir e o chucrute, entram neste grupo.
Salada
Deve-se começar a refeição com uma salada com vegetais, porque estes têm um alto poder anti-inflamatório e tornam a passagem dos açúcares mais lenta, o que diminui os picos de glicemia.
Este é um dos conselhos de Odile Fernández no livro Hábitos Que Te Salvarão a Vida.
Picante
O consumo de alimentos picantes três a cinco dias por semana reduz o risco de AVC. Esta foi a conclusão de um estudo realizado na China por uma equipa de investigadores de várias instituições de ensino e que analisou 50 mil indivíduos com idade entre os 30 e os 79 anos.
A malagueta, por exemplo, é um alimento anti-inflamatório e rico em antioxidantes.
Bebidas
Como se lê no livro Hábitos Que Te Salvarão a Vida, o que bebemos também pode influenciar os níveis de inflamação do nosso corpo.
O café, rico em polifenóis, e o chá verde, rico naqueles e em antioxidantes, são as melhores bebidas.
Alimentos anti-inflamatórios
Uma alimentação baseada em alimentos de origem vegetal combate a inflamação. Aposte em:
1. Verduras: vegetais de folha verde, cebola, alho, tomate, abóbora, cenoura.
2. Frutas: uvas, ameixas, frutos silvestres (morangos, mirtilos, framboesas), cerejas.
3. Frutos secos e sementes: nozes, amêndoas, chia, linhaça, sésamo.
Fonte: adaptado do livro Hábitos que te Salvarão a Vida, Odile Fernandéz.
Comida inflamatória
Carne vermelha, sobretudo rica em gordura, enchidos, óleos vegetais refinados (palma, soja milho e girassol), margarina, fritos, alimentos à base de farinhas refinadas (pão e massa brancos), produtos açucarados (pastelaria industrial, gelados, doces, rebuçados, molhos e refrigerantes) são os alimentos que são indicados no livro Hábitos Que Te Salvarão a Vida como os mais inflamatórios.