Nutrição

Por que vamos comer insetos? São menos poluentes e ricos em proteína

Ricos em proteína e com uma produção menos poluente do que a agropecuária, os insetos farão parte da alimentação mundial. Não há como fugir. Em Portugal, já é possível comprar alimentos que os contêm.

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Por que vamos comer insetos? São menos poluentes e ricos em proteína Por que vamos comer insetos? São menos poluentes e ricos em proteína
© GRAFISMO: SARA MARQUES/© shutterstock
Rita Caetano
Escrito por
Jun. 21, 2022

Até há pouco tempo, para os portugueses, comer insetos era uma experiência exótica que tinham, se lhes apetecesse, quando viajavam para países asiáticos. Mas, desde o verão passado, é possível vender e consumir produtos alimentares com insetos em Portugal.

A Direção-Geral da Alimentação e Veterinária aprovou a comercialização de sete espécies, a saber:

Duas de grilo (Acheta domesticus e Gryllodes sigillatus);

Uma de besouro (Alphitobius diaperinus);

Duas de larvas (Apis mellifera male pupae e Tenebrio mollitor);

Duas de gafanhotos (Locusta migratória e Schistocerca gregaria).

Todos eles podem ser usados inteiros (não vivos) ou moídos, e já existem várias marcas nacionais a usá-los em farinhas, bolachas e outros snacks.

O facto de serem ricos em proteínas, torna-os muito interessantes nutricionalmente, tendo a vantagem de a sua produção ser bem menos poluente do que a agropecuária

Razões para começar a comer insetos

Comer insetos é um hábito antigo em algumas zonas do globo. De acordo com a publicação inglesa The Economist, atualmente, consomem-se cerca de 1900 espécies em 130 países e, nos últimos anos, tem-se olhado para os insetos como resposta para os problemas alimentares que o mundo enfrenta dado o aumento da população e as alterações climáticas.

O facto de serem ricos em proteínas (100g de insetos contêm 54% de proteína, enquanto 100g de frango contêm 23,9% deste mesmo nutriente), torna-os muito interessantes nutricionalmente, tendo a vantagem de a sua produção ser bem menos poluente do que a agropecuária.

 

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Poupa-se água, há uma baixa emissão de gases com efeito estufa, impede-se a deflorestação (porque é preciso menos espaço para a produção) e estimula-se a economia circular, já que os insetos são alimentados por desperdícios da atividade agrícola e os subprodutos gerados pelo seu fabrico são fertilizantes orgânicos. Outro aspeto relevante é o seu rápido crescimento.

Os investigadores acreditam que serão cada vez mais usados em farinhas, massas, bolachas, barras energéticas, entre outros, o que torna o seu consumo mais fácil para quem não consegue comê-los inteiros.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 262, abril de 2022.

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