Até há pouco tempo, para os portugueses, comer insetos era uma experiência exótica que tinham, se lhes apetecesse, quando viajavam para países asiáticos. Mas, desde o verão passado, é possível vender e consumir produtos alimentares com insetos em Portugal.
A Direção-Geral da Alimentação e Veterinária aprovou a comercialização de sete espécies, a saber:
• Duas de grilo (Acheta domesticus e Gryllodes sigillatus);
• Uma de besouro (Alphitobius diaperinus);
• Duas de larvas (Apis mellifera male pupae e Tenebrio mollitor);
• Duas de gafanhotos (Locusta migratória e Schistocerca gregaria).
Todos eles podem ser usados inteiros (não vivos) ou moídos, e já existem várias marcas nacionais a usá-los em farinhas, bolachas e outros snacks.
O facto de serem ricos em proteínas, torna-os muito interessantes nutricionalmente, tendo a vantagem de a sua produção ser bem menos poluente do que a agropecuária
Razões para começar a comer insetos
Comer insetos é um hábito antigo em algumas zonas do globo. De acordo com a publicação inglesa The Economist, atualmente, consomem-se cerca de 1900 espécies em 130 países e, nos últimos anos, tem-se olhado para os insetos como resposta para os problemas alimentares que o mundo enfrenta dado o aumento da população e as alterações climáticas.
O facto de serem ricos em proteínas (100g de insetos contêm 54% de proteína, enquanto 100g de frango contêm 23,9% deste mesmo nutriente), torna-os muito interessantes nutricionalmente, tendo a vantagem de a sua produção ser bem menos poluente do que a agropecuária.
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Poupa-se água, há uma baixa emissão de gases com efeito estufa, impede-se a deflorestação (porque é preciso menos espaço para a produção) e estimula-se a economia circular, já que os insetos são alimentados por desperdícios da atividade agrícola e os subprodutos gerados pelo seu fabrico são fertilizantes orgânicos. Outro aspeto relevante é o seu rápido crescimento.
Os investigadores acreditam que serão cada vez mais usados em farinhas, massas, bolachas, barras energéticas, entre outros, o que torna o seu consumo mais fácil para quem não consegue comê-los inteiros.