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Crónica. Temperaturas altas: que cuidados devemos ter com a alimentação?

Crónica. Temperaturas altas: que cuidados devemos ter com a alimentação?

O verão é sinónimo da chegada do calor! E que bem que sabe… Mas sabemos que existem mudanças fisiológicas como forma de ajuste e adaptação do corpo às temperaturas mais elevadas.

Por Jun. 29. 2023

É importante que haja atenção redobrada, no que diz respeito à alimentação, nesta altura. Com o aumento da temperatura ambiente, o corpo, por forma a manter a temperatura corporal estável, eleva o fluxo sanguíneo e aumenta também a sudorese para que arrefeça.

Contudo, a transpiração leva à perda de líquidos e sais minerais. Desta forma, pode haver diminuição da tensão arterial originando sintomas como:

• Tonturas;
• Dores de cabeça;
• Náuseas;
• Caibras;
• Confusão mental;
• Entre outros.

Por isso, é fundamental que a alimentação seja adaptada.

Todos sabemos que, ao longo dos dias, é importante hidratarmo-nos. Porém, é sobretudo em dias de maior calor que a nossa atenção deve ser redobrada no que diz respeito ao consumo adequado de água.

Afinal, como sabemos, os rins têm mais dificuldade em trabalhar e eliminar metabolitos, torna-se mais difícil regular a temperatura corporal, a pressão arterial tende a diminuir, as digestões tornam-se mais difíceis, entre outros aspetos.

Que cuidados devemos ter?

Hidratar, hidratar, hidratar

A palavra de ordem é hidratação! Mesmo que não sinta sede, aumente a ingestão de líquidos, preferencialmente água.

Para facilitar a ingestão, pode preferir:

Infusões ou tisanas sem adição de açúcar;
Aromatizar água com fruta (tais como, frutos vermelhos, limão, laranja,…), ervas aromáticas (folhas de hortelã menta, hortelã pimenta, alecrim, manjericão,…) e especiarias (paus de canela, gengibre,…);
Eventualmente, sumo de 100% fruta e sem adição de açúcares;
Granizados de fruta podem ser também uma excelente opção.

Sem bebidas alcoólicas

Evite o álcool, uma vez que é tóxico para o organismo (sobretudo hepático) e ajuda a promover a desidratação.

Refeições leves

Opte por refeições mais ligeiras, preferindo-as às mais pesadas – como fritos, feijoadas,… – e condimentadas, por forma a contribuir a uma digestão mais plena.

Consuma hortícolas e frutas, seja sob a forma de saladas ou sopa (por exemplo, sopa fria de melão, gaspacho,…), que, não só ajudam a ter uma melhor digestão, como também hidratam.

Adeus, sushi

Evite alimentos crus e perecíveis – como sushi, carne crua, ovos,… -, pois são mais propensos a se estragarem e a causar intoxicações alimentares.

Transporte a frio

Caso precise de transportar os alimentos, tenha cuidado com o acondicionamento. Opte por levá-los em geleiras, sacos ou malas térmicas com cuvetes de gelo ou placas frias para manter a temperatura.

Prioridades nas compras

Ao fazer compras, tenha em atenção a lista de compras e deixe para último as que estão em arcas frigorificas e/ou congeladoras. Deste modo, consegue preservar a qualidade do alimento.

Deve também evitar comprar alimentos que estejam expostos ao calor por muito tempo, como alguns produtos mais perecíveis em bancas exteriores.

Atenção às crianças e pessoas de risco

Não se esqueça ainda de prestar uma maior atenção às crianças e familiares de risco, assim como a possíveis sintomas de intoxicação alimentar. São eles náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal e febre.

Se ocorrerem esses sintomas, procure assistência médica imediatamente.

Formada em Ciências da Nutrição, pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Inês Soares possui ainda uma pós-graduação em Nutrição Pediátrica, pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. Neste momento, está a fazer formação em Microbiota, sendo que as áreas que mais estuda são a microbiota intestinal e o sistema gastrointestinal, no geral. Porém, costuma dizer que é uma apaixonada nata pela nutrição. Podem encontrá-la na clinica IaraRodrigues, onde é nutricionista e dá consultas, desde 2017.

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