Não é surpresa que, durante todo o ano, devemos ter cuidado com a alimentação. No entanto, na estação quente há detalhes que não deve descurar para se manter saudável e hidratada.
E, não, não estamos a falar apenas sobre beber água – ou litros e litros dela. Ainda que ingerir muitos líquidos seja fulcral no verão, precisamos também de adaptar a alimentação nos dias de calor.
Como Elsa Feliciano, nutricionista, recorda, “as nossas necessidades nutricionais são influenciadas pelas várias estações do ano”, além de se verificarem “algumas alterações fisiológicas”.
“O nosso metabolismo é mais baixo, necessitamos de menos energia e temos que garantir uma boa hidratação para compensarmos as perdas de água [causadas] pelo aumento da produção do suor, o nosso mecanismo de arrefecimento corporal”, explica à Saber Viver.
Por isso, é normal que o apetite diminua, sintamos “uma maior necessidade de ingestão de água” e prefiramos “os alimentos mais frescos e hidratantes”, acrescenta.
Mas, na prática, como devemos adaptar a dieta aos dias de mais calor?
A nutricionista avança:
• É muito importante fazer várias refeições diárias, mais pequenas, de forma a evitarmos grandes refeições mais difíceis de digerir;
• Devemos aumentar o consumo de produtos hortícolas e fruta, mais ricos em água e com menor valor energético. As saladas em particular são uma excelente alternativa como acompanhamento das refeições principais.
• Os laticínios – leite, iogurtes, queijo fresco – são ricos em água e podem ser consumidos frescos, o que sabe sempre bem.
• Também é importante optar por refeições cozinhadas de formas mais simples. Pratos menos fortes, com menores quantidades de gordura e de sal. Não esquecer que o consumo de sal aumenta a retenção de líquidos, o que não é nada adequado, em particular neste período do ano.
• É fundamental garantir uma boa hidratação e para tal a água é a bebida que o organismo necessita para o fazer. As águas aromatizadas ou com sumo de fruta natural, as infusões, o chá, a cevada, desde que não contenham açúcar, são também bebidas muito adequadas. Não esquecer que as bebidas alcoólicas e as ricas em açúcar, aumentam a desidratação.
• Nesta época, os gelados e as sobremesa mais ricas em açúcar são por vezes uma tentação. Importante escolher as opções mais equilibradas e ter em atenção a frequência com que se consomem.
Vitamina D: chega o sol?
Se no inverno, que não conseguimos sentir os raios de sol na pele tão facilmente, é aconselhado recorrer à suplementação ou alimentos fortificados, além de preferir alimentos ricos em vitamina D, no verão a história conta-se de maneira diferente.
“Os alimentos, principais fornecedores de vitamina D, são o peixe, principalmente os gordos, os ovos, o leite e os seus derivados – alimentos que fazem parte da alimentação diária”, sublinha Elsa Feliciano.
Assim, admite que “devemos manter o consumo habitual”, sem necessidade, contudo, de suplementar a vitamina D, “exceto nas situações em que existe recomendação médica ou de outro profissional de saúde”.