Sétima semana de quarentena. A partir deste momento, o desgaste psicológico e a saúde mental começam a degradar-se e uma das prioridades é, sem dúvida, manter o equilíbrio emocional.
Estamos frustadas e aborrecidas com esta nova realidade e, por isso, uma das nossas ocupações diárias passa agora pela culinária e por fazer bolos carregados de açúcar como forma de recompensa.
O açúcar e o sabor doce trazem-nos tranquilidade e conforto, mas são o maior vício do século XXI.
Em conversa com os meus pacientes, através das muitas consultas online já realizadas, deparo-me mais do que nunca com a chamada “fome emocional”.
“Apetece-me tanto um doce” é o que muitos dizem. A questão que se coloca é: afinal, como controlar esta fome emocional e este apetite por doces?
Como controlar o apetite por doces
1. Registar em que horário do dia sente maior compulsão
De manhã, à tarde ou à noite? Pode existir um desequilíbrio nutricional na dieta, que pode estar a impulsionar o apetite por doces e hidratos de carbono.
Para além disso, pode ser um horário em que se sinta mais frustada e mais aborrecida e, neste caso, é muitíssimo importante realizar alguma atividade que a obrigue movimentar-se e, assim, afastar o pensamento de comer algo doce.
Uma estratégia importante que aconselho sempre é a regra dos cinco minutos: se tiver apetite por um doce, não vá a correr para a cozinha; distraia-se e espere pelo menos cinco minutos. Em muitos dos casos, a pessoa acaba por esquecer-se desta vontade neste período de tempo.
2. Regular os horários de sono
Quando o nosso sono está desregulado, a produção de melatonina encontra-se igualmente desequilibrada, o que irá causar uma desregulação dos níveis de serotonina (a hormona da felicidade e do bem-estar) e, logo, um aumento do apetite por açúcar e hidratos de carbono.
3. Privilegiar alimentos ricos em triptofano
Tal como a melatonina, o triptofano é um percursor da serotonina, e quando nos sentimos mais deprimidos é importante aumentar o aporte deste aminoácido.
Alimentos em que o triptofano existe naturalmente são, por exemplo, a aveia, a banana, o chocolate preto, o ovo e os frutos secos (que neste caso, devem ser incluídos na sua alimentação como snacks).
4. Consumir três a quatro peças de fruta por dia
A fruta tem o seu açúcar natural: a frutose. Para além disso, tem inúmeras vitaminas e minerais, muitas delas antioxidantes, que nesta fase farão aumentar o sistema imunitário.
5. Colocar os alimentos mais calóricos numa caixa, longe do ângulo de visão
Vamos tratar o açúcar como um vício. Se o bolo estiver sempre em cima da mesa da cozinha, e for à sua cozinha pelo menos cinco ou seis vezes durante a tarde, as probabilidades de comer uma fatia são muito maiores.
É importante não esquecer que, em média, sempre que se come um alimento açucarado, passados 20 minutos sentimos novamente essa vontade. Por esse motivo é tão difícil fazer com que os pacotes de bolachas durem.
6. Snacks saudáveis
Opte por snacks nutricionalmente equilibrados para ir petiscando ao longo do dia.
Bons exemplos são os frutos secos tais como nozes, amêndoas, pistácios e amendoins (mas em quantidades reduzidas pois este grupo de alimentos é extremamente rico em gordura), gelatina 0% açúcar, chocolate preto e vegetais (tais como cenouras aos palitos, pepinos e tomate cherry).
7. Enriquecer os lanches
Numa altura em que temos uma maior disponibilidade de horário, por que não fazer umas Panquecas de Aveia com Banana? São deliciosas, saciantes e ricas nutricionalmente.
Mantenha-se segura e saudável!