Um estilo de vida saudável é a base da dieta paleo. Além de ser uma alimentação feita à base de produtos frescos, livres de glúten e sem lacticínios, este modelo inspirado no paleolítico tem como princípios uma atividade física regular e oito horas de sono por noite.
Para ficar a conhecer melhor o que é a dieta paleo e o que deve ou não comer, leia, em baixo, os conselhos do nutricionista clínico Custódio César.
O que é a dieta paleo?
Muito se tem falado acerca da dieta paleolítica. Tornou-se conhecida e falada em 2011, quando o cientista norte-americano Loren Cordain, especialista em Nutrição e fundador do movimento Paleo, publicou o livro A Dieta do Paleolítico, onde defende que a alimentação deve ser baseada nos hábitos alimentares adquiridos pelo homem durante o período Pré-Agrícola.
A dieta paleo não pode nem deve ser considerada uma recriação da alimentação e do estilo de vida dos nossos antepassados. Isso seria impossível, tendo em conta a realidade atual. Esta dieta deve, sim, ser encarada como um modelo composto por diretrizes e linhas orientadoras que devem ser adaptadas e personalizadas de acordo com a realidade do indivíduo.
Em termos alimentares, as escolhas devem recair em alimentos que tenham sido a base da alimentação dos caçadores e recoletores – excluindo, à partida, cereais (porque os solos, na era paleolítica não eram cultivados) e leite e derivados (pois os animais ainda não tinham sido domesticados). Desta forma, deve escolher alimentos repletos de nutrientes e o mais natural possíveis, ou seja, que cheguem até às nossas mesas sem ou com o menor processamento industrial possível.
Aqui os hidratos de carbono não têm lugar e as gorduras são ingeridas moderadamente. Na verdade, esta dieta tornou-se um sucesso pelos inúmeros benefícios que traz: ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes.
Quais, são, então as principais características da dieta paleo?
• É muito rica em fibras (algumas raízes, abundante quantidade de folhas, frutos, bagas e sementes);
• É muito rica em proteínas (carne de caça, insetos, ovos, peixe, marisco e bivalves);
• Tem grande quantidade de ácidos gordos ómega 3 (peixe, marisco e bivalves);
• É muito rica em vitaminas, minerais e antioxidantes (abundante quantidade de folhas, frutos, bagas);
• Não tem hidratos de carbono de alto índice glicémico;
• Não tem produtos lácteos nem derivados;
• Não inclui cereais.
Dieta paleo: afinal, o que devemos comer?
É importante, no entanto, referir uma vez mais, que estas são apenas linhas diretrizes que podem e devem ser adaptadas às necessidades de cada pessoa.
• Vegetais: todos, mas dar ênfase aos vegetais da época;
• Tubérculos: batata-doce, mandioca, inhame e batata;
• Proteína: carne de pasto, peixe selvagem (carapau, sardinha, cavala) marisco, ovos de galinhas criadas ao ar livre;
• Fruta: toda, mas dar ênfase à fruta da época;
• Oleaginosas: amêndoas, cajus, castanhas do Brasil e nozes;
• Sementes: sésamo, abóbora, girassol, linhaça e chia;
• Gordura: óleo de coco e azeite.
• Carne e peixe: de todo o tipo
• Água e café
Dieta paleo: o que não devemos comer?
• Cereais: trigo, arroz, centeio, aveia;
• Leguminosas: feijão, grão, lentilhas;
• Lacticínios: leite, iogurte, queijo, natas;
• Gorduras: óleo e margarinas vegetais;
• Produtos processados: com adição de açúcares, sal, óleos, corantes;
• Hidratos de carbono: pão, arroz, massas;
Em resumo: quais são os contras e as consequências desta dieta?
Como tudo, há sempre aspetos menos positivos nestes regimes alimentares. Ainda que tenha entrado na moda, a dieta paleo apresenta alguns problemas que podem interferir com o seu bem-estar diário. São eles:
• Pode sentir-se mais cansada e com falta de energia. Isto acontece, sobretudo, porque a ausência de hidratos de carbono na alimentação retira energia ao seu organismo. É possível que também sinta algumas alterações de humor.
• É difícil aplicá-la no dia a dia. Tentar ter uma alimentação parecida à que se tinha há dois mil anos, pode ser um verdadeiro desafio. Principalmente porque consumimos diariamente muitos alimentos que não vêm da terra ou que não são de origem animal. Referimos, mais uma vez, que é importante adaptar a dieta ao estilo de vida de cada pessoa.
• Os alimentos acabam por ser sempre os mesmos. Ou seja, há pouca variedade nesta dieta, uma vez que não inclui lacticínios, cereais e leguminosas.
• O excessivo consumo de carne pode ser um problema. Isto significa que, apesar de ser uma tarefa difícil, se deve afastar das carnes vermelhas e apostar em bifes de frango ou de peru.
Delicie-se com estas receitas paleo
Depois de saber o que é esta dieta e o que pode ou não comer, nada melhor do que ficar com uns exemplos. As receitas que se seguem são (quase) todas de fácil preparo. Ora veja.
• Sopa paleo de funcho e tomates assados
• Salada paleo: couve kale com frango e salada de maçã
• Smoothie verde rico em nutrientes
• Peitos de frango assados com chouriço e espargos
• Bifes de atum mexicanos com pimentos fritos e abacate
• Sopa de cação
• Crepes paleo
• Frittata de batata, chouriço, cebola caramelizada e azeitonas pretas
• Muesli sem frutos secos
• Salmão cajun com arroz de tomate e couve-flor
Sugestões de snacks
Que tipo de snacks devo, então, ter à mão se quiser seguir este regime alimentar?
• Fruta com frutos secos;
• Ovos cozidos, mexidos, estrelados ou escalfados;
• Panquecas de banana;
• Muffins de vegetais.
A dieta paleo na primeira pessoa
Leia alguns testemunhos de quem já aderiu a esta dieta.