O consumo de bebidas alcoólicas por parte das mulheres tem vindo a tornar-se um hábito cada vez mais frequente em Portugal, sendo, muitas vezes, visto como uma recompensa merecida para ajudar a relaxar e recarregar as baterias. Paradoxalmente, são também as mulheres quem mais dificuldade e preocupação tem em manter ou reduzir o peso. E uma coisa é certa: o álcool não nos vai ajudar a emagrecer.
O que não vem nos rótulos
O etanol, a molécula química que é o principal componente do álcool, comporta-se no nosso organismo como um nutriente, embora na realidade não o seja. De acordo com Mariana Abecasis, nutricionista e autora dos livros A dieta perfeita e As receitas da dieta perfeita, “no caso particular das dietas de emagrecimento, o álcool ingerido não deve ser desvalorizado, uma vez que contribui para o aumento total de calorias diárias ingeridas.”
O impacto negativo do álcool revela-se, no nosso organismo, sobretudo de duas formas. Por um lado, pelo aporte de calorias vazias que vão ter uma absorção mais rápida e, por isso, são armazenadas como gordura. Por outro, e de uma forma um pouco mais indireta, pela perda de foco e até mesmo de controlo que podem ser induzidas pelo álcool.
Mariana Abecassis alerta para o facto de o efeito desinibidor das bebidas alcoólicas poder levar-nos a “comer não só mais quantidade, mas também a relaxar na dieta e a consumir alimentos mais calóricos”, que de outra forma não consumiríamos.
Porém, avisa a nutricionista, “o álcool tem um efeito desidratante no corpo, levando à perda de água, vitaminas e sais minerais. Simultaneamente, provoca retenção de líquidos, gerando uma sensação de inchaço e maior volume corporal, principalmente nas mulheres”.
Esta informação deveria ser suficiente para nos fazer pensar duas vezes antes de nos deixarmos tentar por uma bebida aparentemente inócua e agradável, mas há mais. De acordo com Mariana Abecasis, “o álcool tem o efeito de favorecer a perda de massa muscular no nosso organismo, facto que prejudica também desportistas e quem faz exercício” (e todas aquelas horas passadas no ginásio?). “Leva ainda a que o nosso metabolismo basal fique mais lento”, acrescenta.
Antes da abstinência, conheça as alternativas
A nutricionista aconselha a que a bebida de eleição seja sempre a água, mas sugere como opções de bebidas alcoólicas mais ligeiras: sangria light, feita com vinho branco (por ter menor teor alcoólico) ao qual se adiciona gasosa sem açúcar, fruta fresca, canela e hortelã. Outra hipótese é fazer um gin light, misturando gin com água tónica light e rodelas de pepino.”Ao adicionar uma bebida extra não calórica, como água ou gasosa sem açúcar, contribui-se para a diluição do álcool e, paralelamente, contraria-se o seu efeito desidratante”, explica Mariana Abecasis.
Outra dica que deixa a quem não quer pôr a dieta em causa é que procure alternar sempre a bebida alcoólica com água, não sendo permitido passar para uma segunda bebida alcoólica sem ter bebido um copo de água completo. Esta técnica permitirá aumentar os níveis de hidratação e também saciar a sede. Sem dar por isso, vai reduzir a ingestão de álcool.
Quantas calorias tem cada bebida alcoólica?
Feitas as contas, talvez seja melhor ficar a saber qual a quantidade aproximada de calorias que se escondem nas bebidas alcoólicas mais comuns, uma vez que, se reparar, essa informação nutricional não está presente nos rótulos. Aqui fica o nosso contributo para que possa fazer escolhas mais conscientes.
Conhecia a quantidade de calorias presentes nas suas bebida alcoólica favorita? Cuidado com o gin tónico! Mas será que importa assim tanto contar calorias quando queremos perder peso?