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Tremoço: um petisco muito nutritivo e pouco calórico

Tremoço: um petisco muito nutritivo e pouco calórico

Há quem o conheça como o “marisco dos pobres”, mas, na verdade, é muito mais do que um simples petisco. Bastante nutritivo e pouco calórico, o tremoço é o companheiro ideal das tardes quentes e esconde muitos outros benefícios.

Por Set. 16. 2019

A semente contida na vagem do tremoceiro faz parte da tradição portuguesa. Não há fim de tarde numa esplanada ensolarada em que não sejam servidos pequenos pires desta leguminosa, da família da ervilha e da fava, a acompanhar uma bebida fresca.

Benefícios do tremoço

A maioria dos seus fãs desconhece as suas propriedades. “O tremoço é muito pouco calórico (um pires de 60 g possui cerca de 70 kcal). No entanto, no que diz respeito ao seu efeito de saciedade, a conversa já é outra, pois o tremoço possui 16% de proteínas e 5% de fibra, os nutrimentos com um contributo maior a este nível”, defendem os nutricionistas Pedro Carvalho e Vítor Hugo Teixeira no livro 50 Super Alimentos Portugueses (Matéria-prima).

Além disso, de acordo com os autores, “apesar de ser um alimento de origem vegetal, as suas proteínas são de elevada qualidade e digestibilidade e têm um perfil semelhante ao da proteína de soja; a sua combinação com cereais fornece-nos todos os aminoácidos essenciais nas proporções adequadas”.

Isto para não falar da sua riqueza em folato, ferro e zinco. Normalmente, não abundam em alimentos de origem vegetal.

Advertências

Tenha em conta que o grão seco do tremoço é tóxico – contém a substância alcaloide lupanina, que lhe confere um sabor amargo.

Daí que só possa ser “consumido depois de cozido e passado por várias águas. A cozedura inativa enzimas e elimina o poder germinativo. A passagem do tremoço por várias águas (lixiviação) retira-lhe o sabor amargo e os alcaloides. Este tratamento é feito industrialmente, pelo que o produto se vende já cozido e conservado em salmoura”, revela a nutricionista Catarina Cachão Bragadeste.

Amigo da agricultura

Graças a uma investigação feita em Portugal, descobriu-se que o tremoço contém uma proteína com propriedades fungicidas. Na verdade, não são tóxicas para a espécie humana, abrindo portas à sua utilização em agricultura biológica, nas estufas, no campo de golfe, entre outros.

Além disso, e de acordo com o projeto português +Lupinus, o tremoço vai além de um alimento nutritivo. É muito mais do que isso.

“Fora do âmbito agronómico e do complexo agroalimentar, existem aplicações de ordem muito variada. A extração de proteínas do tremoço tem um largo espetro de utilizações (…) que vão desde a cosmética, à indústria farmacêutica, passando pela transformação e fabricação de produtos fitofarmacêuticos”.

Ainda acha que o tremoço é um alimento de pobres?

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