Como sabemos, o Feng Shui lembra-nos da ligação à natureza, dá-nos uma visão ecológica, sustentável e equilibrada da utilização dos vários recursos. Coloca-nos como seres que fazem parte da natureza e da ordem cósmica. Aproxima-nos desta ordem e não nos afasta como outras visões do mundo meramente consumistas.
O Feng Shui fala-nos dos diferentes fluxos da nossa vida: vento e água, saúde, felicidade, amor, relações, espaços físicos, dinheiro, etc… Nenhum deles possuímos verdadeiramente, apenas os vivenciamos e desfrutamos.
Atua ao contrário de várias orientações consumistas e/ou controladoras da nossa sociedade, que nos impingem crenças castradoras de medo, culpa e escassez, o onde o objetivo de toda a gente deverá ser rico.
Mas, aqui precisamos ter a noção das palavras que usamos. Ser rico é desfrutar de uma relação harmoniosa com o dinheiro. É um fluxo. Ter muito dinheiro é, então, uma forma.
Alexandre GamaHá quem tenha muito dinheiro e seja muito pobre e há quem tenha muito dinheiro e seja rico. Há quem não tenha dinheiro e seja pobre e há quem não tenha dinheiro e seja muito rico. Tudo é uma questão de vibração.
No fim do dia, o truque não está em ter, mas sim na forma como desfrutamos.
A vida é feita de contração e de expansão. Tudo nesta vida tem movimento para dentro e movimento para fora. Tem momentos de ação e momentos de passividade.
Não posso inspirar oxigénio sem antes esvaziar os pulmões do dióxido de carbono. Não há dia sem noite e vice-versa. E o dinheiro é mais um dos barómetros que a vida nos fornece para nos levar ao equilíbrio e a bom porto. Quando tenho dinheiro posso avançar. Quando não tenho devo reequacionar as opções.
O dinheiro faz parte de uma ordem superior do universo, aliás como qualquer outro fluxo. Mas nós só aprendemos a boicotar este processo que podia ser tão simples.
Somos nós que afastamos ou atraímos o dinheiro através da vibração de escassez ou de abundância, através dos nossos sentimentos e/ou comportamentos.
Sentimentos que nos levam à vibração de…
Abundância
- Sou merecedor;
- Sou uma mais-valia;
- Sinto-me motivado;
- Sinto-me a crescer.
Escassez
- Dependo disto;
- Não posso perder;
- Tenho medo que acabe;
- Tenho medo do fracasso;
- Tenho inveja, pois se os outros têm direito eu também quero.
Comportamentos que nos levam à vibração de…
Abundância
- Assim que recebo uma conta pago logo;
- Poupo para estar mais tranquilo e seguro;
- Diminuo desperdícios para melhorar a eficiência;
- Adianto trabalho;
- Antecipo-me;
- Invisto;
- Sou pró-ativo.
Escassez
- Atraso pagamentos;
- Poupo porque tenho medo que falte;
- Adio decisões;
- Poupo para acumular;
- Aproveito-me da generosidade dos outros.
Muitos destes exemplos parecem ser os mesmos porque a ideia é mostrar mesmo que não é o que fazemos e sentimos que conta, mas sim a intenção com que fazemos.
Poupar dinheiro pode ser escassez porque somos forretas ou pode ser abundância, pois queremos estar tranquilos. Se tenho as minhas necessidades base garantidas, posso poupar para depois investir. Mas poupar em esforço não faz sentido.
Poderia encher várias páginas com exemplos, mas a ideia é apenas podermos ter consciência sobre qual o padrão normal da nossa vibração. Mais de escassez? Mais de abundância? A vida tem sido generosa connosco ou, pelo contrário, mostra-nos o quanto ainda não estamos preparados para ser ricos?
O dinheiro é sempre um resultado, uma consequência, e nunca uma meta ou objetivo.
Alexandre Saldanha da Gama é consultor de Feng Shui e autor do livro ‘Feng Shui @ Lares e Costumes Portugueses’. Estudioso de pessoas e da sua energia, criou a marca Feng Shui Integrativo através da qual orienta seminários, cursos, palestras e faz consultas de astrologia do ki das 9 estrelas. Desenvolve e acompanha in loco projetos de decoração, dá consultas de Feng Shui e faz limpezas energéticas de espaços.
