Quer reduzir o risco? Invista em Certificados de Aforro
Logo à partida, estes títulos rendem cinco vezes mais do que os depósitos a prazo. Mas continua a ser pouco.
Se quiserem parquear dinheiro dos seus clientes no banco central, os bancos portugueses têm agora de pagar juros em vez de receber. Por isso, não conte que o seu banco pague uma elevada taxa de juro no depósito a prazo.
Aliás, depois de descontar os impostos, a taxa de juro é, em média, inferior a 0,1%, segundo as últimas estatísticas.
Uma alternativa aos depósitos
Alguém dá mais num instrumento de baixo risco? Sim, o Estado português. Os Certificados de Aforro são simultaneamente um dos produtos menos arriscados na praça – são garantidos pelo Estado – e os títulos de dívida pública mais semelhantes a depósitos a prazo.
Como funcionam os Certificados de Aforro da série E? É simples:
• São subscritos em alguns balcões dos CTT, Espaços do Cidadão e no AforroNet;
• O investimento mínimo é de 100 euros;
• De 3 em 3 meses, o montante aplicado cresce à taxa de juro líquida de IRS;
• A taxa de juro é calculada mensalmente, é indexada à Euribor a 3 meses e estará sempre entre 0% e 3,5%;
• A duração do investimento é de dez anos, mas é possível fazer o resgate antecipado em qualquer momento após os primeiros 3 meses;
• É adicionado um prémio à taxa de juro entre o 2.º e o 5.º ano (0,5 pontos percentuais) e entre o 6.º e o 10.º ano (1 ponto percentual).
Quem subscrever neste mês de agosto recebe uma taxa de juro líquida de IRS de 0,45%. Continua a ser pouco: nos primeiro três meses, o juro líquido é de 11 cêntimos por cada 100 euros aplicados.
Assumindo que a Euribor a três meses estabilizará durante a próxima década (o que é pouco provável, tendo em conta o seu histórico e a expectativa dos especialistas), os Certificados de Aforro renderiam quase 1% por ano, depois de impostos, graças aos prémios de permanência.
Quem deve ter Certificados de Aforro?
Apesar de garantir baixos retornos, os Certificados de Aforro não são menosprezados pelos investidores. Aliás, quase metade dos investidores portugueses aplica parte do seu património em títulos de dívida pública, incluindo Certificados de Aforro.
Os Certificados de Aforro são particularmente indicados em duas situações: para combater o desgaste que a inflação tem no património e como fundo de emergência.
Se o seu dinheiro não crescer à taxa de inflação, pelo menos, então o seu património comprará menos coisas no futuro do que conseguiria comprar hoje. Como produto de baixo risco, os Certificados de Aforro minimizam o efeito da inflação.
Todavia, é preciso estar atenta: o rendimento esperado nos primeiros meses é inferior à taxa de inflação que os principais organismos económicos esperam para 2019, cerca de 1%.
É como fundo de emergência que os Certificados de Aforro brilham. Muitos especialistas aconselham as pessoas a terem um pé-de-meia contra imprevistos, como uma situação de desemprego, uma doença prolongada ou uma catástrofe em casa.
A facilidade de reembolso dos Certificados de Aforro são ideais nestas situações. Se o cofre do balcão tiver dinheiro suficiente, basta visitar os CTT para ficar com o dinheiro da poupança na mão.
É preciso ter atenção a uma coisa quando se procede ao resgate antecipado: como a capitalização dos rendimentos é trimestral, pode perder-se juros corridos. Se subscrever neste mês de agosto, a poupança crescerá dentro de três meses, em novembro. Se solicitar o reembolso antecipado em dezembro, não receberá juros desse último mês.
Fontes: Certificados de Aforro, IGCP; Resultados do Inquérito Online ao Investidor 2018, CMVM
Antes de avançar, vale a pena ler estes conselhos para investir em ativos financeiros.