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4 dicas para manter o seu dinheiro sob controlo

4 dicas para manter o seu dinheiro sob controlo

A falta de literacia financeira em Portugal é uma  preocupação que não pode ser ignorada. Afinal, o dinheiro está presente em todas as facetas da nossa vida e há que saber geri-lo bem. Mas como? Comece com estas 4 dicas de Andreia Melo e Tânia Matos, criadoras do projeto Contas em Dias.

Por Mai. 13. 2024

Portugal tem um nível de literacia financeiro muito baixo – na União Europa só a Roménia está atrás de nós – e não é difícil perceber que isso prejudica muito a relação que temos com o dinheiro. “Este é um denominador comum à nossa vida e é uma fonte de stresse muito grande”, afirma Andreia Melo, que com Tânia Matos, criou o Contas em Dia, um projeto que visa democratizar a literacia financeira e, mais recentemente o livro Escola de Finanças Pessoais (Contraponto).

“O dinheiro está presente em tudo, seja nas relações amorosas, seja na ansiedade que as pessoas sozinhas sentem em não saber se vão ter dinheiro para pagar as contas todas, seja quando não nos sentimos bem pagos no trabalho e não sabemos como mudar isso. É altamente stressante e angustiante viver a contar o dinheiro”, sublinha Tânia Matos.

‘Escola de Finanças Pessoais’ (Contraponto), de Andreia Melo e Tânia Matosv

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O problema, continua, “é que não somo ensinados a lidar com o dinheiro”. Quando as pessoas procuram os serviços do Contas em Dia, “vêm já em sofrimento. Hoje, as notícias bombardeiam-nos com informação que vai afetar diretamente a nossa carteira, sejam as eleições, o orçamento do Estado, os preços dos combustíveis, a inflação.

O dinheiro é uma ferramenta e, quando bem usado, traz-nos clareza.

A grande maioria das pessoas quer ter pelo menos uma vida remediada, ou seja, ter o seu pé de meia, ter os gastos minimamente controlados e não estar constantemente em sufoco financeiro”, diz Andreia Melo.

“Nós duas somos a prova viva de que é possível ter uma relação ótima com o dinheiro, porque nós sabemos quanto podemos gastar e, quando o fazemos ou investimos, não sentimos culpa porque temos a plena consciência de como o fazer. O dinheiro é uma ferramenta e, quando bem usado, traz-nos clareza. É preciso ter literacia financeira, pois é esta que nos dá consciência das escolhas mais inteligentes e isso traz consigo a tão importante tranquilidade”, conclui Tânia Matos.

Plano de ação

1. Fazer uma selfie financeira

O primeiro passo é fazer uma autoavaliação financeira da sua vida. A maioria das pessoas gere o seu orçamento ao olhómetro, não sabe quanto pagam de prestação do empréstimo bancário, quando é que aquela sofre alterações, quanto gastam em supermercados e gasolina. Não é preciso um Excel ou uma aplicação, só uma folha e uma caneta para apontar todos os gastos diários, mensais e os anuais. Há despesas anuais, como o IMI, os seguros, etc., que não podem ser vistos como imprevistos.

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2. Apostar na literacia financeira

Além de nos ajudar a gerir o dinheiro, vai-nos dar mais conhecimento e poder de argumentação para negociar um crédito, um seguro, entre outros. Não esquecer que aqueles devem ser negociados antes do período de renovação. Também é possível fazer uma simulação de IRS para perceber se vale a pena, por exemplo, investir num PPR que possa ter benefício fiscal.

3. Ter um fundo de emergência

Ter um fundo de emergência é essencial, pois permite-nos ter tranquilidade. Assim, se acontecer alguma coisa (redução de rendimentos, despedimento, uma doença), vamos estar precavidos. Um fundo de emergência de 12 meses é ter um pé de meia equivalente ao valor das despesas durante um ano.

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4. Investir

Investir é outro passo e, hoje, não é complicado, estando à distância de um telemóvel. Não estamos a falar em investir para sermos multimilionários, mas para ter um complemento de reforma que garanta o mesmo nível de vida do período ativo. De acordo, com os dados da Segurança Social, a primeira reforma é cerca de 60 a 70% do último salário, mas daqui a 20 anos será 40 a 50% daquele.

Fonte: Andreia Melo e Tânia Matos, especialistas em literacia financeirfa
A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº286, abril de 2024.
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