Dinheiro

Quanto custa ter um filho? Quatro mães contam-nos onde gastam mais dinheiro

Catarina Ferreira, mãe de quatro filhos, tenta sempre poupar nas compras do supermercado. Já Telma Neves opta por um tamanho maior quando vai comprar roupa para a filha. Fique a conhecer as estratégias financeiras de quatro mães.

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Quanto custa ter um filho? Quatro mães contam-nos onde gastam mais dinheiro Quanto custa ter um filho? Quatro mães contam-nos onde gastam mais dinheiro
© catarina.macedo.ferreira
Vanessa Pina Santos
Escrito por
Jun. 20, 2019

Fraldas, infantários, pediatria, leite e roupa, são alguns dos exemplos de necessidades básicas de um bebé. Quem tem filhos pequenos sabe muito bem que esta lista não tem fim. Com tantas despesas, será que o ditado “onde come um, comem dois ou três, ainda faz sentido nos dias de hoje?

As estatísticas dizem-nos que, em comparação com a média europeia, o número de nascimentos em Portugal é baixo. A maior parte dos portugueses opta por ter só um filho. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em 2016 o número médio de nascimentos por mulher foi de 1,36.

Existem vários fatores que justificam estes números. No entanto, o estudo Determinantes da Fecundidade em Portugal, realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, mostra que os portugueses preferem ter menos filhos, mas com melhores condições de vida.

De facto, ter um filho exige uma série de compromissos financeiros que, quando não são bem planeados, podem arruinar qualquer orçamento familiar.

As despesas começam antes do petiz dar às boas-vindas ao mundo e geralmente só terminam quando este cresce e consegue a sua independência. O que, nos dias de hoje, acontece cada vez mais tarde.

Mas existem sempre alternativas para conseguir poupar e rentabilizar o dinheiro, principalmente nos primeiros anos de vida das crianças. Para tentar perceber quais são esses ‘truques maternos’ fomos falar com quatro mães de crianças pequenas.

Telma Neves, mãe de uma menina de 3 anos

“Não fiz nenhum plano financeiro para a minha gravidez. Gastei por volta de 1500€ com o enxoval. Hoje em dia, onde gasto mais dinheiro é, sem dúvida, em roupa e calçado.

No entanto, tento sempre poupar, comprando uma blusinha de um tamanho maior para que possa servir no próximo ano, por exemplo.

Em média gasto com a minha filha por volta de 300€ por mês. Tento gerir o orçamento familiar de uma forma equilibrada, comprando apenas o essencial e o que é mais prioritário.

Optei pelas consultas de pediatria no sistema de saúde privado, porque considero que disponibiliza mais condições do que o público.”

O que não pode mesmo faltar num enxoval? Interiores e fraldas.

Cátia Dias Amaral, mãe de uma menina de cinco anos e grávida de oito meses

“Não consigo especificar um valor certo de quanto gasto por mês com a Maria Luísa. Mas contabilizando o colégio, os custos nunca são menos do que 500€ por mês.

Onde gastei mais dinheiro foi, sem dúvida, com utensílios para bebé. Agora que estou grávida do meu segundo filho, tento rentabilizar algumas peças de roupa que já tinha da Maria Luísa.”

O que não pode mesmo faltar num enxoval? Fraldas, mantinhas, carrinho, berço, produtos de limpeza e higiene.

Soraia Correia, mãe de dois meninos de 2 anos e de 6 meses

“Sem contar com a ama e o colégio, gasto, por mês, com os meus dois filhos cerca de 400€. Onde gastei mais foi na compra do trio – carrinho, cadeira auto e alcofa.

Com o meu primeiro filho, perdi a cabeça e gastei, aproximadamente, 5.000€ com o enxoval. Mas com o segundo, como já tinha muito material, gastei apenas 250€.

Reconheço que há muita coisa que é absolutamente dispensável. A roupa, por exemplo, poderá ser herdada de filhos de amigos ou de familiares, ou adquirida em lojas de segunda mão.

 

O bebé assim que nasce só precisa de muito amor e de leite. Tudo o resto é um capricho. O nível de poupança está, diretamente, ligado com o nível de conforto que a mãe exige.

Por exemplo, a caminha do bebé não considero que seja uma compra urgente, visto que o bebé pode partilhar inicialmente a cama com os pais. Quando for a altura certa para a comprar, em segunda mão é a melhor opção. Claro que, o colchão, por motivos de higiene deverá ser comprado novo.

Os produtos de higiene pediátricos são uma verdadeira renda extra. Por isso, mensalmente, encomendo na farmácia online e na Farmácia Morlan [espanhola] todos os itens que vou precisar para o mês, incluindo o leite e as fraldas Dodot, para que consiga um valor muito mais acessível.

Em relação às consultas de pediatria, opto tanto pelo sistema de saúde privado como pelo público. Gosto da disponibilidade de horários que a o sistema de saúde privado oferece. E, também, porque os nossos medos e caprichos em relação ao desenvolvimento e saúde infantil não são desvalorizados e podemos contatar a qualquer momento com dúvidas, obtendo a resposta no próprio dia (saiba como escolher o melhor seguro de saúde).

Ao público recorro no sentido de poupar. Por exemplo, em consultas de rotina, exames médicos e vacinação.”

O que não pode mesmo faltar num enxoval? O carrinho de bebé, cadeira auto, termómetro digital, marsúpio, banheira, produtos de higiene pediátricos.

Catarina Ferreira, mãe de dois rapazes (5 e 8 anos) e de duas raparigas (3 e 10 anos)

“Não fiz nenhum plano financeiro para as minhas gravidezes, fomos gerindo as necessidades. Provavelmente onde gastei mais dinheiro foi na puericultura. Tivemos vários carrinhos diferentes que acompanharam as várias fases de crescimento. Os partos, as escolas e um carro de sete lugares também foram os investimentos mais dispendiosos.

É difícil fazer uma média de quanto é que gasto com cada filho, mas temos um orçamento que deve rondar os 1700€ (seguros de saúde, escolas, almoços, necessidades do dia a dia, livros e material escolar).

 

Tento poupar nas compras do supermercado, porque acho que dá sempre para gerir. Para uma mãe que queira poupar, aconselho comprar roupa em lojas de segunda mão (abusei nos meus primeiros filhos) e investir num carrinho com a hipótese de transportar um segundo filho (caso desejem ter filhos com idades próximas).

Também é importante fazer uma listagem de creches perto de casa ou do trabalho e optar pela escola pública.”

O que não pode mesmo faltar num enxoval: fraldas de pano, um swaddle, um bom marsúpio, roupas em malha e bomba de amamentação.

Fontes: Instituto Nacional de Estatísticas; Estudo Determinantes de Fecundidade em Portugal 

Agora que já sabe alguns truques de outras mães para poupar, saiba quais são os essenciais que deve ter na sua mala de maternidade. 

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