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Quer investir em imobiliário? Pense outra vez

Quer investir em imobiliário? Pense outra vez

Os preços das casas estão a subir a pique, mas há cinco razões para não ir atrás dessa escalada. Conheça-as.

Por Jan. 10. 2019

Os números impressionam qualquer investidora: em apenas dois anos, os preços de venda de alojamentos familiares em nove freguesias de Lisboa e do Porto subiram mais de 50%.

Ao nível nacional, o valor dos negócios imobiliários aumentaram cerca de 18% nos dois anos que terminaram no segundo trimestre de 2018. Será que deveria ponderar investir em imobiliário?

5 razões para não investir em imobiliário

1. É provável que já tenha imobiliário

Três em cada quatro famílias é dona da sua habitação principal. Por isso, é provável que já tenha exposição à subida dos preços das casas.

Além disso, 70% dos ativos das famílias portuguesas é composto por imobiliário, segundo os dados mais recentes.

Querer investir em mais apartamentos para arrendar ou para vender pode violar as regras mais básicas de diversificação do património.

2. Bolha é uma possibilidade

Não há certezas sobre a evolução futura dos preços das casas, mas já há muita gente entendida que alerta para os riscos de bolha. Representantes do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Fundo Monetário Internacional já deram pistas nesse sentido.

3. Imobiliário também desvaloriza

Durante muitos anos, o mercado imobiliário subiu paulatinamente e, apesar dos soluços da crise financeira do início desta década, muitos acreditam que a escalada só pode continuar.

Não é verdade, como já mostram as estatísticas para algumas freguesias portuguesas. Os preços em Marvila, em Lisboa, desceram ligeiramente nos dois últimos anos. Em Santa Maria Maior e São Gonçalo, no Funchal, a queda já vai perto de 7%.

4. Fundos imobiliários são caros

A vantagem dos fundos imobiliários está no esforço financeiro mínimo: 100 euros são suficientes para participar no Fundimo, o maior do género em Portugal, por exemplo. Todavia, não é barato: a sociedade gestora do Fundimo cobra até 1,75% do montante subscrito e 2% na altura que quiser sair. E há fundos ainda mais caros.

Além disso, nos dois anos em que o preço das habitações familiares subiu quase 18%, os fundos imobiliários que aceitam novas investidoras renderam 3,5%, em média. Estes fundos investem maioritariamente em escritórios.

5. Cuidado com o financiamento colaborativo

A moda do financiamento colaborativo — em que várias pessoas se juntam para emprestarem dinheiro a alguém — também já chegou ao imobiliário.

A Housers, por exemplo, anuncia projetos com taxas de rentabilidade que, em alguns casos, ultrapassam 10% por ano. Tenha cuidado: são apenas estimativas calculadas pelos promotores e, de qualquer maneira, é preciso deduzir impostos e comissões.

E desengane-se se pensa que está participar na compra de uma casa; na verdade, está a emprestar a uma empresa que normalmente dá um imóvel como garantia.


(Ainda) está a planear investir em imobiliário? Saiba que existem outras formas de rentabilizar a sua casa.

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